Num dia em que os pilotos enfrentaram quase 300 km de especial, a segunda metade da etapa maratona deste Rali Dakar levou a caravana até ao bivouac em Al-Hofuf. Um dia em que o percurso era mais “tranquilo” em termos de dificuldades, sendo mais rápido, mas que manteve a necessidade dos pilotos das motos seguirem à risca as indicações do “roadbook” para evitarem erros de navegação que custam segundos preciosos.
Com Ross Branch (Hero Motorsports Team Rally) a ter de defender a sua liderança, a vitória nesta 4ª etapa do Rali Dakar ficou para Jose Ignacio Cornejo (Monster Energy Honda Team), que pela segunda vez nesta edição de 2024 da maior maratona do todo-o-terreno mundial conseguiu vencer uma etapa.
Esta vitória de Cornejo podia ter ficado nas mãos de Kevin Benavides (Red Bull KTM Factory Racing).
O vencedor da etapa anterior e aniversariante (completa hoje 35 anos de vida), abriu caminho devido à vitória na 3ª etapa. Kevin Benavides até começou por conseguir acumular 3m42s em bónus, beneficiando do novo sistema de bonificação criado para esta edição do Rali Dakar, mas foi impotente para travar a “carga” de Jose Ignacio Cornejo que assim venceu mais uma vez e com isso assume a liderança da classificação Geral.
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Para isso, também contou com o azar de Ross Branch.
O piloto do Botswana, que até agora tinha conseguido manter a moto indiana no topo da prova, não evitou uma queda, inclusivamente chegou ao final da 4ª etapa com o guiador da sua moto totalmente torcido, e desta forma perde a liderança para Cornejo. Ainda assim foi o 4º classificado.
Ricky Brabec, mais um dos pilotos da armada Honda, ainda conseguiu somar 1m01s de bónus, e com isso foi aquele que mais se aproximou de Cornejo no final do dia. O americano foi segundo na etapa a 2m59s de Cornejo. O pódio da etapa ficou completo com Kevin Benavides.
Destaque para a resiliência de Mason Klein (KORR Offroad Racing). O americano, depois do muito tempo perdido nos dois dias anteriores devido a problemas mecânicos na sua chinesa Kove, acaba a etapa maratona do Rali Dakar com o 62º tempo. Apesar da força de vontade e capacidade de continuar em prova, a verdade é que Klein está já completamente fora da luta pelos lugares de topo na Geral.
Quanto aos pilotos portugueses ainda em prova, mais uma vez, e sem grande surpresa, Rui Gonçalves (Sherco Rally Factory) continua a ser o nosso “ponta de lança” no Dakar.
O piloto natural de Vidago continua a ganhar posições com o passar das etapas, mostra-se cada vez mais confiante, e o excelente 8º lugar na 4ª etapa deixou-o agora um lugar acima na classificação Geral em comparação com o dia de ontem. Rui Gonçalves ocupa agora o 14º lugar.
António Maio (Drag’On Rally Team) perdeu hoje menos de 25 minutos para o vencedor da etapa. O campeão nacional de TT fechou a 4ª etapa com o 22º melhor registo. Bruno Santos (XRaids Experience) continua a ganhar experiência no deserto Saudita. O piloto da Husqvarna fez hoje o 36º tempo e foi o quinto melhor entre os estreantes no Rali Dakar.
Mário Patrão (Crédito Agrícola – MarioPatrao.com) e a sua nova Honda foi 55º, Alexandre Azinhais (Club Aventura Touareg) 71º, e o último piloto a competir com licença portuguesa é Gad Nachmani (Club Aventura Touareg) que no momento em que escrevemos este artigo ainda não tem tempo final.
Refira-se que estes resultados ainda poderão ser alterados, pois a organização do Dakar por vezes demora a anunciar penalizações que acabam por ter influência não apenas nas posições, como também nas diferenças de tempo entre os pilotos. Fique atento para estar sempre a par de todas as atualizações dos resultados.
Atualização do estado de saúde do piloto Carles Falcón
Esta terça-feira a equipa Twin Trail Racing Team emitiu um novo comunicado com uma nova atualização a dar conta do estado de saúde do piloto espanhol Carles Falcón.
O piloto continua estável e sedado (em coma induzido) no hospital em Ríade, onde a equipa médica que o acompanha decidiu adiar a operação para corrigir a fratura na vértebra C2 pois tem de aguardar a diminuição do edema cerebral antes de prosseguirem com a operação que foi considerada urgente.
De ontem para hoje, os médicos puderam realizar mais exames. Nessa nova bateria de exames os médicos detetaram mais uma série de fraturas. Carles Falcón sofreu, para além da fratura na vértebra C2 e o edema cerebral, fraturas em cinco costelas, pulso esquerdo e clavícula.
A equipa continuará a revelar mais atualizações nos próximos dias, mas refere que, pese embora a gravidade da situação, Carles Falcón encontra-se estável.
Resultados da 4ª etapa do Rali Dakar
1 – Jose Ignacio Cornejo (Monster Energy Honda Team) – 2H51m11s
2 – Ricky Brabec (Monster Energy Honda Team) +2m59s
3 – Kevin Benavides (Red Bull KTM Factory) +3m18s
4 – Ross Branch (Hero Motorsports Team Rally) +4m26s
5 – Adrien van Beveren (Monster Energy Honda Team) +5m25s
6 – Luciano Benavides (Husqvarna Factory Racing) +7m22s
7 – Joan Barreda (Hero Motorsports Team Rally) +8m15s
8 – Rui Gonçalves (Sherco Rally Factory) +9m51s
9 – Skyler Howes (Monster Energy Honda Team) +10m05s
10 – Romain Dumontier (Team Dumontier Racing) +11m54s
22 – António Maio (Drag’On Rally Team) +24m29s
36 – Bruno Santos (XRaids Experience) +37m41s
55 – Mário Patrão (Crédito Agrícola – MarioPatrao.com) +59m06s
71 – Alexandre Azinhais (Club Aventura Touareg) +1H16m17s
Classificação Geral após a 4ª etapa
1 – Jose Ignacio Cornejo – 17H27m13s
2 – Ross Branch +1m15s
3 – Ricky Brabec +4m56s
4 – Kevin Benavides +20m39s
5 – Adrien van Beveren +22m30s
6 – Luciano Benavides +31m11s
7 – Pablo Quintanilla +31m44s
8 – Toby Price +34m54s
9 – Martin Michek +38m11s
10 – Romain Dumontier +38m44s
14 – Rui Gonçalves +54m28s
25 – António Maio +1H51m53s
36 – Mário Patrão +3H32m12s
38 – Bruno Santos +3H34m37s
76 – Alexandre Azinhais +7H47m01s
Antevisão da 5ª etapa do Rali Dakar
Al-Hofuf / Shubaytah
Total 727 km / Especial 118 km
Esta etapa do Rali Dakar parece ser fácil. Mas isso será apenas um engano. Neste dia podemos destacar dois perigos para os pilotos: por um lado a distância a percorrer em estrada e o arranque muito cedo no dia, e por outro lado o regresso ao mar de dunas do Empty Quarter, onde cada quilómetro da especial vai “doer” a duplicar ou triplicar. A velocidade média vai baixar rapidamente assim que se entrar no reino da areia. Apenas um “punhado” de pilotos vai conseguir chegar ao bivouac antes do sol desaparecer no horizonte.
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