O fabricante automóvel japonês Toyota Motor registou lucros de 2,45 biliões de ienes (cerca de 16.520 milhões de euros) no último exercício fiscal, encerrado em março, uma redução de 14% face ao ano anterior, devido ao aumento do custo dos materiais de abastecimento.
O lucro antes de juros e impostos caiu 8,1% relativamente ao ano anterior, para 3,67 biliões de ienes (24.720 milhões de euros), no ano fiscal de abril de 2022 a 31 de março, e o lucro operacional caiu 9%, para 2,73 biliões de ienes (18.360 milhões de euros).
Esta é a primeira redução de lucros do grupo em quatro anos, marcados por “condições exigentes e uma escassez muito difícil de componentes”, afirmou o presidente e diretor executivo da empresa, Koji Sato, na primeira apresentação de resultados à frente da Toyota após assumir formalmente o cargo, no passado dia 1 de abril.
Apesar das dificuldades, causadas principalmente pela escassez de ‘chips’ e pelo aumento dos custos de energia, que têm prejudicado a produção, Sato assinalou que a empresa tem conseguido manter os lucros, considerando que “ainda há muito que melhorar”.
A faturação da maior empresa automóvel do mundo em volume de vendas foi de 37,15 biliões de ienes (250,380 milhões de euros), um aumento de 18,4% face ao ano anterior e um recorde anual para o grupo, impulsionado pelo aumento das vendas e pelo câmbio favorável.
A Toyota colocou neste período 8.822.000 veículos no mercado, um aumento de 7,2% face ao período homólogo, graças “ao árduo trabalho” dos seus fornecedores “para entregar o maior número possível de veículos” aos clientes, apesar das reduções de produção ao longo do ano, explicou o diretor financeiro da empresa, Yoichi Miyazaki, na apresentação do relatório financeiro.
Em relação às vendas de veículos da marca Toyota e da sua empresa de luxo Lexus, o fabricante vendeu 9,61 milhões de unidades, um crescimento de 1%.
Do total de veículos vendidos, 29,6% (2.849.000) foram modelos elétricos, um aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Toyota já indicou que, sob a liderança de Sato, espera fortalecer o seu ramo de veículos elétricos, com especial destaque para os elétricos a bateria (BEV), dos quais espera lançar vários modelos no mercado nos próximos anos.
“Muitos fornecedores e distribuidores vão colaborar para fazer a transição para os BEV”, disse o presidente do grupo, que considera que a primeira coisa a fazer é “criar uma linha de produção justa” e “aumentar a vontade dos utilizadores de conduzir” este tipo de veículos.
“Vamos continuar a fazer investimentos agressivos” neste campo, disse o diretor de tecnologia da Toyota, Hiroki Nakajima, sem dar mais detalhes.
No corrente ano fiscal, que teve início a 01 de abril e se prolongará até ao final de março de 2024, a Toyota espera melhorar o resultado líquido, que estima aumentar 5,2%, para 2,58 biliões de ienes (17,390 milhões de euros).
O fabricante automóvel espera também um aumento de 0,6% no seu lucro antes de juros e impostos, até 3,69 biliões de ienes (24,870 milhões de euros), e que o seu lucro operacional cresça 10,1%, até 3 biliões de ienes (20,220 milhões de euros).
Relativamente ao volume de vendas, a Toyota considera que a subida será mais modesta: de 2,3%, até aos 38 biliões de ienes (256.070 milhões de euros), por ausência do impacto positivo que o câmbio favorável de divisa teve no exercício que agora terminou.
A Toyota estabeleceu como objetivo de vendas de veículos da marca em 9,6 milhões de unidades e o volume conjunto com os modelos da Lexus em 10,4 milhões de unidades, o que representa um aumento de 8,8% e 8,2%, respetivamente.
Quanto aos modelos elétricos, a fabricante japonesa espera que representem 37% das vendas e ultrapassem os três milhões, prevendo comercializar mais de 3,8 milhões, o que representaria um aumento de 34,9% em relação ao ano anterior.
Os resultados financeiros anuais da Toyota foram bem recebidos pelos investidores e as ações da empresa fecharam a subir 0,78%.