A Ferrari está longe da ribalta. A scuderia prometeu muito no início de 2022, mas foi perdendo terreno para a Red Bull. Neste momento, o título está longe da mira da equipa italiana, o que desilude um dos antigos homens fortes de Maranello, Luca Di Montezemolo.
“Sabem o que eu acho lamentável? Que agora estejam a festejar um terceiro lugar, como em Spa”, começou por dizer o antigo diretor da Ferrari ao Quotidiano Sportivo de Itália.
“Não é assim que a Ferrari é, e o ‘Velho’ [Enzo Ferrari] nunca teria aceitado isso. Ele ensinou-me muito. Como exemplo, ensinou-me a nunca me acomodar. Depois de uma vitória, ele estava sempre a pensar na próxima corrida. Ao mesmo tempo, era um trabalho duro. O Enzo odiava férias… Em agosto, mantinha-me no escritório, não era adepto dos que iam de férias em agosto. Fez-me compreender que a Ferrari é uma emoção que tem valor humano e social na sua indústria, é um símbolo de investigação e inovação. Como presidente, entre 1991 e 2014, tentei ser fiel à sua lição”, acrescentou.
Luca Di Montezemolo acredita que os pilotos não são o atual problema da Ferrari, aproveitando para realçar o talento de Charles Leclerc.
“Gostaria de manter o Charles, ele é bom e, na minha opinião, não há pilotos mais fortes do que ele neste momento. Mas, atualmente, quem conduz o carro vermelho é o menor dos problemas da equipa. Quando eu era o presidente, criei uma equipa de sonho, de Schumacher a Todt, de Brawn a Byrne. Como adepto, não sonho com uma Ferrari que ganhe sempre, mas que lute sempre pelo título até à última corrida da época, como em 1997, 1998, 1999, 2008, 2010 e 2012. Podes perder, mas como protagonista, não como jogador secundário”, concluiu
Leia Também: O que faz a Mercedes a um carro de F1 que já não serve?