A temporada do Mundial de Resistência FIM terminou em grande, com a realização da 86ª edição do famoso Bol d’Or. No circuito Paul Ricard, em França, pilotos e equipas deste mundial reuniram-se para aquela que foi a quarta e derradeira ronda do ano e com muitos motivos de interesse a animarem ainda mais esta prova com 24 horas de duração.
Para as cores nacionais a presença do “nosso” Pedro Nuno, integrado na equipa suíça Team Bolliger Switzerland #8, que compete com uma Kawasaki Ninja ZX-10R, adicionou um foco de interesse adicional.
Arrancando de 14º na grelha de partida para este Bol d’Or, e dividindo a moto com Marcel Brenner e Nico Thoni, as esperanças estavam em terminar no “top 10”, tendo em conta as boas indicações dadas nos testes antes da realização da prova no fim de semana passado.
Infelizmente para as aspirações do Pedro Nuno e da Bolliger, uma qualificação problemática, em que o português se viu envolvido numa queda com outro piloto na reta Mistral a mais de 250 km/h, o que levou a uma penalização de 30 segundos de “stop & Go”, problemas no motor da moto japonesa, que apresentou durante muito tempo falhas na entrega de potência, obrigaram a equipa a algumas reparações mais demoradas atrasando a recuperação obrigatória depois de um mau arranque.
Aliás, no momento em que foi dada a partida para a corrida, a Kawasaki #8 acabou por nem arrancar como previsto, ficando parada, tendo Nico Thoni, que realizou o primeiro “stint” sido obrigado a um esforço suplementar para ganhar posições em pista.
Um esforço que valeu a pena, e que foi depois complementado por Pedro Nuno mais à frente na corrida, pois no momento dos primeiros reabastecimentos e trocas de pneus o Team Bolliger estava já próximo dos lugares definidos como sendo o objetivo para esta ronda final da temporada do Mundial de Resistência FIM.
Durante a noite e madrugada do Bol d’Or a situação estabilizou, começaram a rodar constantemente entre os 20 melhores, e até final foram conseguindo imprimir um bom ritmo recebendo a bandeira de xadrez em 15º na geral e 8º na classe. Porém, o resultado final viria a ser alterado após o final da corrida, pois a Chromeburner-RAC 41 Honda foi desclassificada por uso de um depósito maior do que o permitido.
Assim, o Team Bolliger fechou o ano com um saboroso e merecido 14º lugar nesta corrida, e fecham na 13ª posição do campeonato com 38,5 pontos.
Quanto ao título, a classe EWC, a principal, tinha tudo por decidir. Os campeões de 2022, a FCC TSR Honda France, pareciam ter a revalidação do título bem encaminhada, mas abandonaram pela madrugada com um problema técnico.
Nesse momento a discussão pelo título animou, com a Yamalube YART a precisar de terminar entre os 9 primeiros para reconquistar o cetro maior da resistência.
A equipa oficial Yamaha nem se preocupou muito com o facto da Yoshimura SERT Motul liderar o Bol d’OR, até porque, com problemas de sobreaquecimento da YZF-R1 a obrigarem a paragens um pouco mais demoradas para reabastecer o circuito de refrigeração, a moto #7 não tinha muitos argumentos para tentar vencer esta prova francesa, optando a equipa por gerir andamento, terminando em 4º, e desta forma garantiu o título do Mundial de Resistência FIM.
Um título mais saboroso tendo em conta que a R1 celebra este ano 25 anos de existência, e que deixou os pilotos Marvin Fritz, Nicolò Canepa e Karel Hanika no topo do Mundial de Resistência FIM em 2023.
A vitória nesta corrida de 24 horas em Paul Ricardo ficou na posse da Yoshimura SERT Motul, que, apesar de não evitar duas quedas e de competir apenas com dois pilotos na parte final devido a doença de Sylvain Guintoli – que fez aqui a sua despedida da Suzuki, indo para piloto de testes da BWM Motorrad –, recebeu a bandeira de xadrez com uma vantagem de 7 voltas para os perseguidores, a Honda Viltais Racing, com a BMW Motorrad World Endurance Team, que tinha partido da “pole”, a fechar o pódio.
Nas contas do campeonato a YART sagra-se campeã com 181 pontos, a Yoshimura SERT Motul fecha 2023 como vice-campeã e 161 pontos, e o pódio final do mundial fica completo com a BMW Motorrad World Endurance Team com 160 pontos somados ao fim de quatro rondas.
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