Moto MotoGP 2023 Japão – Miguel Oliveira do sonho ao pesadelo e Martin vence à chuva

MotoGP 2023 Japão – Miguel Oliveira do sonho ao pesadelo e Martin vence à chuva


A corrida principal do Grande Prémio do Japão, disputada este domingo no circuito Mobility Resort Motegi, tinha tudo para ser emocionante, com muitos pilotos a mostrarem andamento para discutir as melhores posições. Porém, as condições atmosféricas com a chuva a aparecer minutos antes do arranque, acabaram por lançar a confusão no pelotão de MotoGP.

A Direção de Corrida declarou a prova como sendo “Flag to Flag”, e assim as equipas rapidamente prepararam as segundas motos dos pilotos com pneus de chuva, caso os pilotos decidissem trocar para pneus de chuva, pois no arranque todos estavam com pneus slick.

No momento do arranque para cumprir 24 voltas deste Grande Prémio do Japão, já com a pista bastante molhada em alguns pontos, os pilotos começaram com bastantes cautelas no ataque às primeiras curvas.

Ainda assim, Marco Bezzecchi (Mooney VR46) lançou a confusão no meio do pelotão quando deixa a sua Ducati escorregar um pouco na entrada na primeira curva, obriga Maverick Viñales (Aprilia Racing) a levantar a sua moto, que por sua vez acaba a tocar em Johann Zarco (Prima Pramac Ducati).

Bezzecchi manteve-se em pista, Zarco passou pela gravilha, e o pior aconteceu a Viñales que acabou por cair quando tentava recuperar o equilíbrio, ficando assim irremediavelmente atrasado nesta corrida de MotoGP. Tanto Zarco como Viñales voltaram à corrida após esse primeiro incidente.

Enquanto isso, Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia) começava em grande estilo. Já se sabe a capacidade do piloto português em conseguir ler e adaptar-se a este tipo de condições de aderência, e a verdade é que logo no arranque o piloto português saltou de 16º na grelha de partida para se posicionar em 8º!

Mais à frente, Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) liderava a corrida após o arranque levando atrás de si Jack Miller (Red Bull KTM Factory) e Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team). Porém, as condições de aderência nessa primeira volta estavam muito traiçoeiras, e alguns ataques de diversos pilotos levaram a muitas trocas de posição quase em cada curva.

No final dessa primeira volta, e com a Direção de Corrida a dar autorização para as trocas de moto, praticamente todos os pilotos decidiram entrar na box para trocar para as motos com pneus de chuva.

As exceções foram Michele Pirro (Ducati Lenovo Team), Fabio Quartararo e Franco Morbidelli, ambos da Monster Energy Yamaha, Stefan Bradl (Castrol LCR Honda) e ainda Cal Crutchlow (Yamalube RS4GP Yamaha), que decidiram arriscar continuar com slicks. Uma opção sem grandes resultados, pois não tinham andamento para os pilotos com motos de pneus de chuva.

Após as trocas de motos e dos pilotos que continuaram com slicks também efetuarem a troca, tínhamos novamente Jorge Martin na frente, mas o espanhol sofre um enorme susto, quase perde a frente da sua moto, mas não cai, e desce várias posições. Nesse momento já o português Miguel Oliveira estava em 11º, mas com a pista mais molhada o #88 consegue aumentar o ritmo e estava ao ataque.

Na quinta volta o português da CryptoData RNF Aprilia estava já em 7º, enquanto Aleix Espargaró (Aprilia Racing) tinha assumido a liderança.

Martin, após o momento em que quase cai, recupera o seu ritmo e estava novamente ao ataque, a recuperar posições a cada curva. Rapidamente o “Martinator” estava nas posições de pódio, e na 6ª volta passa o campeão Bagnaia assumindo a segunda posição, para momentos depois atacar e superar Aleix Espargaró.

Estava então reposta a “ordem natural” do fim de semana, com Martin a recuperar a liderança da corrida de MotoGP do GP do Japão.

Mais atrás, era Miguel Oliveira quem também estava em destaque. Após a troca de moto o piloto português mostrou-se confortável com o ritmo do pelotão, e percebendo que tinha mais qualquer coisa para dar, o português sobe várias posições e consegue posicionar-se atrás de Marco Bezzecchi que rodava então em 3º. O pódio estava agora ao alcance de Miguel Oliveira.

Porém, um erro no início da 11ª volta, alargando muito a trajetória na primeira curva, permitiu a Marc Márquez, que estava então muito rápido nestas condições complicadas, passar pelo português. A partir daí não mais recuperou o ritmo, e até perdeu mais posições antes de entrar na box no final da 12ª volta para abandonar.

As informações sobre o que levou a esta situação não foram divulgadas ainda de forma oficial, porém, do circuito de Motegi chegam informações de que terá existido um problema com o capacete do piloto português, nomeadamente deixando entrar água para o interior e afetando a visibilidade do piloto. Recordamos que os capacetes usados em MotoGP, em condições de chuva, são equipados com acessórios específicos.

Miguel Oliveira, que chegou a ter o pódio à sua frente, foi assim do sonho ao pesadelo em poucos momentos neste Grande Prémio do Japão, e foi sentado na box que viu na volta seguinte a Direção de Corrida decidir interromper a corrida devido às condições de pista e visibilidade.

Com três quartos da distância total original ainda não cumpridos, a corrida teria um recomeço, o que se veio a verificar após alguns minutos de espera. A Direção de Corrida permitiu inclusivamente que Miguel Oliveira estivesse presente nesse recomeço arrancando da 18ª posição, com os restantes pilotos a ocuparem as posições em que estavam quando cruzaram a linha de meta no final da 12ª volta.

Porém, a história deste GP do Japão não iria durar muito mais.

Assim que os pilotos saíram para a volta de aquecimento, rapidamente se percebeu que as condições de pista eram muito complicadas. Para além de algumas zonas de água acumulada, a visibilidade em pista estava severamente reduzida devido ao muito “spray” de água levantado pelos pneus de chuva das MotoGP, mas também porque a luminosidade ambiente era já bastante reduzida na tarde japonesa.

Ainda antes de os pilotos concluírem a volta de aquecimento, e com os pilotos a levantarem o braço para avisar que estava perigoso pilotar nestas condições, a Direção de Corrida optou pela segurança, dando por concluído o Grande Prémio do Japão de MotoGP.

Como já tinham sido cumpridos 50% da distância original (12 de 24 voltas), e por impossibilidade de prosseguir a prova devido à segurança dos pilotos estar em causa, foram atribuídos pontos totais, sendo a classificação final definida pelas posições dos pilotos no final da 12ª volta, antes da interrupção por bandeira vermelha.

Desta forma temos Jorge Martin a vencer mais uma vez em Motegi, conseguindo um fim de semana perfeito (pole position, recorde absoluto, vitória nas duas corridas), com o espanhol da Prima Pramac Ducati a recuperar mais alguns pontos a Francesco Bagnaia na luta pelo título, com o campeão a ser segundo, enquanto Marc Márquez, que mantém o “segredo” sobre se sai ou permanece na Honda em 2024, consegue regressar aos pódios na categoria rainha.

Resultados da corrida de MotoGP do Grande Prémio do Japão

1 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)

2 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)

3 – Marc Márquez (Repsol Honda)

4 – Marco Bezzecchi (Mooney VR46)

5 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)

6 – Jack Miller (Red Bull KTM Factory)

7 – Augusto Fernandez (GasGas Factory Tech3)

8 – Fabio di Giannantonio (Gresini Racing)

9 – Raul Fernandez (CryptoData RNF Aprilia)

10 – Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha)

18 – Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia)

Classificação de MotoGP após o Grande Prémio do Japão

1 – Francesco Bagnaia – 319 pontos

2 – Jorge Martin – 316 pontos

3 – Marco Bezzecchi – 265 pontos

4 – Brad Binder – 201 pontos

5 – Aleix Espargaró – 171 pontos

6 – Johann Zarco – 162 pontos

7 – Maverick Viñales – 139 pontos

8 – Luca Marini – 135 pontos

9 – Jack Miller – 125 pontos

10 – Fabio Quartararo – 111 pontos

13 – Miguel Oliveira – 69 pontos

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