A passagem direta à Qualificação 2 de MotoGP a contar para o Grande Prémio da Indonésia permitia antever uma corrida MotoGP Sprint dentro das posições que garantem pontos. Mas a verdade é que Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia), depois de uma queda no Treino Livre 2 disputado na manhã de sábado, não conseguiu melhor do que a 12ª posição em qualificação, e isso acabou por influenciar o resultado final da corrida “curta” do fim de semana no circuito de Mandalika.
Vencedor da corrida de MotoGP em 2022 na estreia do circuito indonésio no calendário mundial, Miguel Oliveira certamente esperava estar na discussão pelas melhores posições na edição 2023 do GP da Indonésia.
Mas a verdade é que o #88 tem sentido algumas dificuldades para estar perto dos pilotos mais velozes. E essas dificuldades traduziram-se num 10º lugar na corrida MotoGP Sprint. Um resultado que deixou o português da equipa satélite da Aprilia fora dos pontos, cruzando a meta a cerca de um segundo do piloto precedente, Jack Miller (Red Bull KTM Factory).
Em reação à corrida deste sábado no circuito de Mandalika, e pese embora não tenha somado qualquer ponto, Miguel Oliveira refere que “Definitivamente demos um passe em frente durante a Sprint de hoje em comparação com a qualificação da manhã. Senti-me melhor com a moto na corrida. Por isso, para amanhã, sinto-me confiante, apenas tenho de fazer um bom arranque e ganhar tantas posições quanto possível logo a partir da primeira volta”, começou por analisar o piloto português após a corrida.
Numa análise mais técnica ao que aconteceu nesta tarde quente no traçado situado na paradisíaca de Lombok, Miguel Oliveira não esconde que, em conjunto com a CryptoData RNF Aprilia, tem vindo a trabalhar nas afinações da moto italiana em todas as sessões.
As alterações constantes não permitem obter uma base estável de trabalho, mas, de acordo com o piloto português, essa situação também tem benefícios tendo em conta que sente melhorias a cada vez que entra em pista numa sessão diferente:
“Em cada treino que fizemos experimentarmos diferentes configurações e não tive a mesma moto em todas as sessões, o que não é ideal, mas olhámos para a corrida Sprint como se fosse uma sessão TL4 do ano passado. Testámos algumas coisas que funcionaram e ganhei confiança para amanhã”.
Amanhã, na corrida principal do Grande Prémio da Indonésia, Miguel Oliveira terá novamente de arrancar de 12º na grelha de partida.
Será novamente um momento crítico para o desenrolar da prova e um bom resultado final. Miguel Oliveira assume que “Quando arrancas do 12º lugar não é fácil, especialmente com a nossa moto em que não é fácil arrancar e ganhar posições”, afirmando que nesta corrida Sprint em Mandalika “Esperava entrar no meu ritmo e sentir que a moto estava melhor para mim, e fui capaz de sentir isso. Foi um passo em frente para amanhã”.
Claro que num circuito com um novo asfalto, mas, também, onde se nota claramente uma estreita linha de trajetória ideal, a questão do desgaste dos pneus Michelin é uma componente fundamental tendo em vista um bom resultado final.
Neste aspeto Miguel Oliveira parece ter uma opinião distinta de Maverick Viñales (Aprilia Racing), o espanhol que terminou a Sprint em 4º depois de ter liderado a primeira metade da mesma antes de ver os pneus da sua moto perderem a aderência devido ao desgaste exagerado.
Comentando a questão dos pneus, o piloto português afirma que “Não creio que o desgaste do pneu seja problema. Apenas aquecemos bastante a superfície e por isso parece que sentimos que existe menos aderência. A pista é muito abrasiva, tem muita aderência e está de facto muito quente. Quanto os pneus aquecem até aos 120 ou 140 graus Celsius não é o ideal, e ao fazer isso uma e outra vez a borracha acaba por não aguentar”.
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