Num dia de sábado que promete ser mais exigente do que o habitual do ponto de vista físico para os pilotos de MotoGP, pois terão de cumprir hoje a corrida longa do programa do Grande Prémio da Austrália depois de treino livre 2 e ainda das qualificações, a verdade é que está a “desenhar-se” uma ronda australiana que deverá animar ainda mais a luta pelo título da categoria rainha.
Mas enquanto as atenções se centram nessa batalha entre Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) e Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team), os fãs portugueses acompanham com maior atenção as prestações do compatriota Miguel Oliveira.
O piloto da CryptoData RNF Aprilia está a ter mais um fim de semana muito complicado.
Desde os treinos do primeiro dia, continuando na qualificação de MotoGP, Miguel Oliveira, pese embora assuma que em conjunto com a sua equipa técnica estão a tentar diversas afinações para solucionar os problemas de estabilidade da Aprilia RS-GP 22 #88 na inserção em curva, não consegue colocar em pista a velocidade que já revelou noutras ocasiões nesta temporada 2023 e com a moto de Noale.
Sendo obrigado a participar na Qualificação 1 do Grande Prémio da Austrália devido ao 20º tempo no Treino que decidiu a passagem direta à Qualificação 2, Miguel Oliveira tentou uma estratégia um pouco diferente em termos de “timing” de saída para a pista, conseguindo então evitar a habitual confusão devido à aglomeração dos pilotos em pista nos derradeiros momentos, e, ao mesmo tempo, teve ainda tempo para uma derradeira volta extra ao passar na linha de meta segundos antes da bandeira de xadrez dar por terminada a Q1.
Na primeira saída à pista, Miguel Oliveira registou o que era na altura o 10º melhor tempo a pouco mais de 1,2 segundos do mais veloz em pista, Augusto Fernandez (GasGas Factory Tech3). Na segunda saída à pista, para o ataque final ao cronómetro e na tentativa de ficar num dos dois primeiros lugares da Q1, Miguel Oliveira, enquanto os rivais esperavam uns pelos outros, foi o primeiro a regressar à pista.
O piloto português viria a melhorar o seu tempo, ascendendo a oitavo, mas Luca Marini (Mooney VR46) viria a conseguir recuperar essa posição, fazendo Miguel Oliveira descer a 9º na Q1, o que significa que vai ocupar a 19ª posição na grelha de partida para as corridas de MotoGP a contar para o Grande Prémio da Austrália.
Nesta primeira qualificação os dois melhores em pista foram Francesco Bagnaia e Marc Márquez (Repsol Honda), que assim se juntaram a outros dez pilotos para discutirem as melhores posições da grelha de partida em Phillip Island.
Com as nuvens bem escuras a pairar sobre o circuito australiano, algum vento, e temperaturas mais baixas, a opção em termos de pneus para a Q2 recaiu sobre composto médio à frente e macio atrás.
Nesta Q2 voltámos a assistir a uma performance de outra dimensão por parte de Jorge Martin.
O espanhol da Prima Pramac Ducati quer recuperar a liderança do campeonato, e foi sempre o líder da tabela de tempos desta segunda qualificação de MotoGP. Começou por rodar em 1m27.846s, e no ataque final, e mais uma vez numa altura em que muitos pilotos esperaram uns pelos outros para tentar boleias, nomeadamente Marc Márquez que não descolou de Francesco Bagnaia, “Martinator” conseguiu superar o seu registo numa última volta “canhão” em que parou o cronómetro em 1m27.246s!
Isto significa que Martin registou um novo recorde absoluto (que já era seu desde 2022) a caminho de mais uma “pole position” em 2023, melhorando o recorde em mais de meio segundo, e deixou atrás de si Brad Binder (Red Bull KTM Factory), com o sul-africano muito satisfeito com aquela que foi a sua melhor qualificação em MotoGP, mas a mais de quatro décimas da “pole position” de Jorge Martin, que parece estar num nível superior aos demais pilotos.
A primeira fila da grelha de partida fica completa com a presença de Francesco Bagnaia. O italiano, que tem 18 pontos de vantagem sobre Martin na classificação de pilotos à chegada às corridas do GP da Austrália, teve Marc Márquez como uma verdadeira sombra.
O campeão de MotoGP ainda tentou deixar o espanhol da Repsol Honda para trás, seguindo por fora da pista pela zona da “long lap” na curva 4 de Phillip Island, mas nem assim Marc Márquez deu mais de um metro de distância para Bagnaia.
Percebendo que o espanhol não ia sair da sua traseira, o piloto da Ducati iniciou então o seu ataque final ao cronómetro na Q2, conseguindo rodar em ritmo que lhe permitiu ser 3º.
Desta forma teremos os dois principais candidatos ao título a iniciarem as corridas da primeira fila da grelha de partida. Recordamos, conforme pode ver aqui em maior detalhe, que devido às condições climatéricas previstas para domingo em Phillip Island, a corrida longa será disputada este sábado enquanto a corrida MotoGP Sprint será disputada, se existirem condições, no domingo.
Refira-se ainda que Alex Rins (Castrol LCR Honda) não compete mais este fim de semana sendo considerado como não estando apto devido às dores que continua a sentir na perna direita. Vai viajar para Melbourne para ser reavaliado.
E na grelha de partida Augusto Fernandez (GasGas Factory Tech3), que chegou a discutir até final o acesso à Q2, vai ter de ceder três posições, ocupando então o 17º lugar, devido a ter atrapalhado uma volta rápida de Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) na sexta-feira.
Curiosamente, Quartararo sobe de 17º para 16º na grelha de partida devido precisamente à penalização de Augusto Fernandez.
Resultados da Qualificação de MotoGP do Grande Prémio da Austrália
1 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) – 1m27.246s
2 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory) – 1m27.662s
3 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) – 1m27.714s
4 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing) – 1m27.844s
5 – Johann Zarco (Prima Pramac Ducati) – 1m27.903s
6 – Fabio di Giannantonio (Gresini Racing) – 1m27.919s
7 – Marc Márquez (Repsol Honda) – 1m28.012s
8 – Jack Miller (Red Bull KTM Factory) – 1m28.074s
9 – Maverick Viñales (Aprilia Racing) – 1m28.093s
10 – Marco Bezzecchi (Mooney VR46) – 1m28.121s
19 – Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia) – 1m29.182s
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