Tal como se previa, as condições meteorológicas seguiram o “guião” que tinha sido escrito antecipadamente nos dias anteriores ao domingo de Grande Prémio da Austrália de MotoGP. Mesmo com as diversas alterações aos horários e programa da ronda australiana, a verdade é que as condições climatéricas que se registam hoje no circuito de Phillip Island, e tendo em vista a segurança dos pilotos, apenas podiam levar a este desfecho que ninguém gosta, mas que com a concordância de todos os envolvidos foi decidido.
Com as previsões a apontarem para um agravamento acentuado das condições climatéricas em Phillip Island para a hora em que se disputaria a corrida MotoGP Sprint, conforme se veio a confirmar, a Direção de Corrida, depois de reunião com pilotos e equipas, decidiu dar por finalizada a ação em pista.
Sendo assim, a corrida MotoGP Sprint de 13 voltas, que trocou de ordem no programa do GP da Austrália com a corrida principal que foi disputada na tarde de sábado (madrugada em Portugal), foi cancelada por completo e os pilotos e motos nem sequer saíram das respetivas boxes.
Ainda que a chuva não tenha chegado a atingir a intensidade que se possa considerar que fosse impossível competir, a verdade é o asfalto molhado, aliado às baixas temperaturas, o que coloca sempre problemas ainda maiores de aderência mesmo aos pneus de chuva que não conseguem manter a temperatura dentro da janela ideal, e ainda ao vento muito forte e a “atingir” a pista em posição lateral no ponto mais crítico, a reta da meta, obrigou à tomada desta decisão.
As condições eram tão difíceis que nas corridas Moto3 e Moto2, e antes mesmo de cada uma delas durante as respetivas voltas de formação da grelha de partida, muitos foram os pilotos que sofreram quedas. Por exemplo, Pedro Acosta (Red Bull KTM Ajo), líder da classificação da categoria Moto2, que caiu e foi obrigado a partir de último.
Com a não realização da corrida MotoGP Sprint, a corrida ao título mantém-se tal e qual como ficou após a corrida principal do Grande Prémio da Austrália:
1 – Francesco Bagnaia – 366 pontos
2 – Jorge Martin – 339 pontos
3 – Marco Bezzecchi – 293 pontos
4 – Brad Binder – 224 pontos
5 – Johann Zarco – 187 pontos
6 – Aleix Espargaró – 185 pontos
7 – Maverick Viñales – 170 pontos
8 – Luca Marini – 148 pontos
9 – Jack Miller – 144 pontos
10 – Fabio Quartararo – 134 pontos
14 – Miguel Oliveira – 76 pontos
Mas pese embora a corrida MotoGP Sprint tenha sido cancelada, os milhares de fãs que fizeram questão de marcar presença em Phillip Island neste domingo, enfrentando o vento, frio e chuva, ainda conseguiram ver algumas corridas e sempre com muitas quedas a levarem pilotos ao desespero, e a deixarem sempre em aberto quem conseguiria vencer ou terminar no pódio.
A única corrida que se disputou na sua totalidade foi a de Moto3. Deniz Oncu (Red Bull KTM Ajo) levou a melhor sobre o japonês Ayumo Sasaki (Liqui Moly Husqvarna Intact GP), que liderou durante grande parte da prova, mas deixou-se surpreender por Oncu já na travagem para a traiçoeira curva 10 de Phillip Island e na última volta.
O piloto turco, que já tinha duas vitórias no currículo, queria somar mais uma, e numa manobra calculada e que levou a uma travagem nos limites, suplantou Sasaki na entrada para a curva 10 e a partir daí fugiu para a vitória. O pódio ficou completo com a presença de Joel Kelso (CFMoto Racing PruestelGP), com o australiano a oferecer ao público australiano um motivo de celebração.
Nas Moto2 o caos foi maior do que nas Moto3 em termos de quedas.
As condições climatéricas estavam a agravar-se, e nada menos do que 10 pilotos não conseguiram terminar a corrida classificados.
A corrida em si foi suspensa quando faltavam cumprir 14 das 23 voltas inicialmente previstas, e depois de alguns minutos de espera, e vendo que as condições climatéricas não estavam a melhorar, a Direção de Corrida optou por não reiniciar a mesma, optando por a dar por terminada e pontuando os pilotos com metade dos pontos habituais.
O vencedor foi Tony Arbolino (Elf MarcVDS), que aproveitou da melhor forma a queda de Pedro Acosta que o obrigou a partir de último, para assim ganhar muitos pontos ao piloto espanhol na luta pelo título.
O italiano esteve intocável, rodando num ritmo que lhe permitiu deixar Aron Canet (Pons Wegow Los40), segundo classificado, a mais de 15 segundos de diferença, e em terceiro terminou Fermin Aldeguer (GT Trevisan SpeedUp).
Pedro Acosta, que arrancou de último na grelha de partida, conseguiu ainda assim minimizar os estragos e perdeu alguns pontos, mas não tantos como chegou a recear, pois a dado momento parecia que o espanhol nem conseguiria arrancar para a corrida de Moto2 do GP da Austrália. Acosta fechou a corrida em 9º, mas mantém ainda uma boa margem pontual para Tony Arbolino.
Com Jake Dixon (GasGas Aspar) a abandonar por queda e a não pontuar quando na realidade tinha de ganhar 6 pontos a Acosta para manter vivas as aspirações ao título, isto significa que em Moto2 o campeonato será discutido apenas entre Pedro Acosta e Tony Arbolino.
A temporada de MotoGP vai prosseguir já no próximo fim de semana com a conclusão do “triple header”, o Grande Prémio da Tailândia no circuito de Buriram.
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