Desde o lançamento da 790 Duke em 2017, modelo que assinalou mais de 25.000 unidades vendidas em todo o mundo, que a KTM tem vindo a evoluir o conceito da sua naked mais desportiva. Da cilindrada intermédia já pouco sobra, pois na verdade a grande novidade aproxima-se ainda mais da barreira dos 1000 cc. Para 2024 a KTM reforça a sua posição no segmento streetfighter, e assim vamos ter uma nova 990 Duke nas estradas.
Esta novidade conta, à primeira vista, com o mesmo motor LC8c que já conhecemos de outras Duke, nomeadamente da última geração 890. Porém, uma análise técnica mais aprofundada permite encontrar substanciais diferenças e que se traduzem numa importante melhoria em termos de prestações.
O bicilíndrico paralelo mantém a arquitetura anterior, e visualmente as diferenças exteriores são mínimas, com o bloco a apresentar apenas um reforço adicional em comparação com a versão da 890 Duke.
O LC8c – Liquid Cooled, 8 válvulas, compacto – conta, no entanto, com dimensões internas maiores: o curso sobe para 70,4 mm e os pistões passam a ter de preencher um diâmetro de 92,5 mm. Um aumento de cerca de 2 mm em ambos os casos.
Isto resulta num aumento da cilindrada de 58 cc, com a KTM 990 Duke a atingir agora os 947 cc.
Isto não significa que a nova 990 Duke ganha muito em potência quando a comparamos com a 890 Duke R. Aliás, podemos até dizer que os 123 cv às 9.500 rpm e os 103 Nm às 6.750 rpm são ganhos marginais.
Mas a KTM consegue mesmo extrair do LC8c mais performance, e com maior cilindrada, ganha-se também uma resposta mais envolvente e emocionante a baixos e médios regimes, que é onde a 990 Duke mais será utilizada.
No interior do motor austríaco, e para além de uma nova cambota, estão instalados novos componentes: árvores de cames de perfil mais agressivo, são um exemplo, ao qual temos de adicionar a abertura de válvulas mais prolongada.
No exterior o motor recebe um novo radiador maior que otimiza a passagem do fluxo de ar fresco para garantir que a temperatura de funcionamento não sobe exageradamente nos momentos de condução mais desportiva, enquanto o sistema de escape foi também redesenhado.
Todo o sistema de escape é fabricado em aço inox, e para garantir que as emissões estão dentro dos limites de homologação Euro 5+, a KTM instala um novo conjunto de sensores lambda que permitem obter uma leitura ainda mais precisa dos gases de escape, ajudando a ignição a ajustar-se em tempo real às necessidades de obter uma combustão mais “limpa”.
Para suportar e ajudar o condutor da 990 Duke a explorar o potencial do motor mais potente, a KTM aproveitou o momento para redesenhar também o chassis da naked.
Para isso, conceberam um novo conceito de quadro em tubos de aço, cujos parâmetros de rigidez foram afinados ao pormenor. De acordo com a KTM, este novo quadro aumenta em 8% a rigidez lateral e 5% a rigidez torsional, para um “feeling” de condução mais direto e um controlo mais aprimorado dos movimentos da moto.
Porém, a KTM sabe que não podia aumentar desta forma a rigidez estrutural sem existir alguma compensação, e por isso criaram um novo braço oscilante que perde 35% da sua rigidez, e que fixa ao quadro através de uma secção redesenhada que abraça o oscilante por fora em vez de ser por dentro, e com o pivot a ser agora forjado para maior rigidez.
O quadro é também 1,5 kg mais leve do que anteriormente na 890 Duke R, e esta nova estrutura deixa o condutor sentado a 825 mm de altura, 5 mm a mais do que na 890. Já o passageiro estará sentado 20 mm mais alto do que anteriormente.
A geometria da estrutura também foi redefinida. Tanto ao nível da coluna de direção, com um ângulo de 24,2 graus, mas, principalmente, resultando numa descida da distância entre eixos dos anteriores 1481mm para 1476 mm, uma forma que a KTM encontrou para otimizar a agilidade da nova 990 Duke, o que combina com um peso a cheio de 190 kg para uma naked que promete vir a ser muito divertida de conduzir numa estrada de curvas.
Para que esse nível de agilidade e diversão sejam atingidos, a 990 Duke utiliza um conjunto de suspensões fornecidas, claro, pela WP.
No eixo dianteiro a naked conta com uma forquilha WP APEX com bainhas de 43 mm e com funções de extensão e compressão separadas, ajustáveis em 5 níveis, que permite que a roda dianteira percorra um curso de 140 mm, enquanto que no eixo traseiro o monoamortecedor WP APEX tem um curso máximo de 150 mm, podendo ser ajustado na extensão (5 níveis) e pré-carga.
No capítulo da travagem, a KTM consegue operar também uma transformação que permite ajudar na redução do peso do conjunto, mas que, devido à inércia dos componentes, ajuda claramente a potencializar a agilidade da 990 Duke.
Assim, destacamos nesta moto os novos discos de 300 mm à frente e 240 mm atrás, que no primeiro caso são acionados por pinças KTM de quatro pistões, e no segundo caso por pinça simples.
Os discos em si são mais leves, mas o grande ganho está nos elementos de fixação dos discos à jante. De acordo com a KTM, a solução adotada na 990 Duke permitiu reduzir em 500 gramas (por lado da jante) o peso destes elementos, e, por isso, reduziram significativamente a massa não suspensa com óbvio impacto na forma como a direção reage aos desejos do condutor.
Refira-se ainda que a travagem da 990 Duke é complementada por uso de um sistema de ABS que inclui um modo Supermoto de série, que desliga o sistema no eixo traseiro.
Numa moto em que a imagem é cada vez mais agressiva e aproximada à 1290 Super Duke R, com uma imponente ótica dianteira com luzes diurnas a ladearem as luzes de médios e máximos ao centro, sobrepostas na vertical, encontramos ainda um completo nível de equipamento.
Aos comandos da 990 Duke o condutor é recebido por um painel de instrumentos TFT a cores, de 5 polegadas, e através do qual é informado sobre as ajudas à condução que estão inseridas nos três modos de condução de série: Rain, Street e Sport, cada um com parâmetros específicos de acelerador, controlo de tração ou “anti-wheelie”.
Adicionalmente, o proprietário da 990 Duke poderá adquirir dois modos de condução adicionais: Performance e Track. Nestes casos o condutor poderá ajustar de forma independente os diferentes parâmetros eletrónicos, para além de passar a contar com opções extra como cruise-control ou “launch control”. No caso do modo Track, a KTM adiciona ainda informação no painel de instrumentos relativa aos tempos por volta.
Refira-se sobre os modos de condução opcionais (também válido para outros opcionais eletrónicos), que a KTM permite que os proprietários testem gratuitamente estes opcionais durante os primeiros 1500 km. A partir daí, caso desejem manter os opcionais a funcionar, apenas terão de pagar por eles, podendo fazer a sua escolha depois de os terem testado.
As primeiras unidades estarão disponíveis em Portugal no decorrer dos primeiros meses de 2024, com a Jetmar, importador da KTM para o nosso País, a não revelar para já qual será o preço desta nova 990 Duke. Iremos atualizar este artigo com essa informação assim que possível.
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