Propriedade de um colecionador americano há 38 anos, o exemplar do mítico carro desportivo da marca italiana bateu um outro 250 GTO vendido em 2018, também pela Sotheby’s, por 48 milhões de dólares.
Ainda assim, a Ferrari ainda não conseguiu bater o recorde absoluto obtido por um carro em leilão, que pertence a um Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé vendido por 135 milhões de euros em 2022.
Um dos dois únicos exemplares desse Mercedes desportivo — vendido em leilão confidencial em maio de 2022 no museu do construtor alemão em Estugarda — “foi a viatura mais cara alguma vez vendida” no mundo, quer se trate de vendas em leilão ou privadas, precisou à AFP um porta-voz da RM Sotheby’s, a filial automóvel de luxo da leiloeira.
O Ferrari 250 GTO foi arrematado após alguns minutos de licitação na sala, mas a um preço inferior aos “mais de 60 milhões de dólares” que a leiloeira esperava.
Fabricado em 1962, este lendário carro desportivo terminou à época na segunda posição uma corrida de endurance de 1.000 quilómetros no circuito alemão de Nürburgring, tal como as 24 horas de Le Mans, onde a equipa desistiu por falha do motor, de acordo com a RM Sotheby’s.
Depois de alguns anos de competição em Itália, na Sicília, a viatura foi vendida e exportada para os Estados Unidos no final dos anos de 1960.
Restaurado, modificado, este 250 GTO mudou várias vezes de proprietários americanos até chegar em 1985 às mãos de colecionador do estado do Ohio, que o vendeu esta segunda-feira.
As casas de leilões de Nova Iorque, Sotheby’s e Christie’s, terminam esta semana a sua temporada de outono de vendas de obras de arte, sem sinal de crise e faturando centenas de milhões de dólares.
O mercado é impulsionado pela China e pela Ásia, não mostrando qualquer sinal de abrandamento, segundo a Sotheby’s, apesar do contexto internacional tenso.
“Independentemente do que se passa nos mercados financeiros, uma viatura deste calibre é um objeto de coleção, uma oportunidade única na vida de um colecionador”, disse à AFP Michael Caimano da RM Sotheby’s, comparando o Ferrari a uma obra de arte que se “pode tocar, cheirar e ouvir”.