O atual sistema de Concessões permitiu a muitos fabricantes, por exemplo Suzuki, KTM ou Aprilia, conseguirem chegar mais rapidamente a um nível competitivo superior do que se não tivessem acesso às concessões. Porém, este sistema necessitava de ser adaptado à nova situação em que se encontram os fabricantes japoneses Honda e Yamaha. E por isso foi então hoje anunciado um novo sistema de Concessões.
As novas regras das Concessões para a categoria MotoGP, aprovadas pela Comissão de Grandes Prémios antes do início do Grande Prémio da Comunidade Valenciana, uma proposta que foi aceite por todos os fabricantes que integram a MSMA, a associação de fabricantes, vão ser aplicadas a partir do teste que a categoria rainha realiza amanhã, 28 de novembro, no circuito Ricardo Tormo em Valência.
O grande foco desta atualização às Concessões em MotoGP foi permitir que os fabricantes que se encontrem em situações mais complicadas em termos competitivos, neste caso a Honda e a Yamaha, consigam beneficiar de ajudas adicionais para se reaproximarem dos fabricantes rivais.
Ao mesmo tempo, os fabricantes que demonstrarem ser mais dominadores, neste caso a Ducati, terão um impacto maior na quantidade de coisas que podem usar ao longo da temporada nos seus projetos de MotoGP.
O novo sistema contempla a criação de 4 categorias de concessões em que os fabricantes serão integrados: A, B, C e D. O primeiro, A, será o grupo onde estão os fabricantes mais competitivos, sendo que o D serão os fabricantes menos competitivos.
A forma como os fabricantes são colocados em cada categoria depende exclusivamente da percentagem de pontos obtidos em cada uma das duas janelas de Concessões que passam a existir, em relação à pontuação máxima possível em cada uma dessas janelas pelos construtores.
A primeira janela que falamos tem início no primeiro Grande Prémio e termina no último Grande Prémio da temporada. A segunda janela tem início no primeiro evento após o fim do impedimento dos testes de verão de uma temporada até ao último evento que se realizar antes do impedimento de testes de verão na temporada seguinte.
O objetivo destas duas janelas em que a performance dos fabricantes é analisada é de permitir que um determinado fabricante tenha as suas Concessões adaptadas mais rapidamente à sua performance, sem ter de esperar tanto tempo para que essa atualização seja aplicada.
Aqui ficam os detalhes de cada categoria de Concessões de MotoGP
Categoria A
– Fabricante que consiga pontuação igual ou superior a 85% do máximo de pontos de construtor
– Tem direito a 170 pneus para testar
– Apenas pode utilizar o piloto de testes oficial para testes privados
– Tem de escolher 3 circuitos e apenas poderá testar nesses circuitos
– Não tem direito a “wildcard”
– Tem direito a 7 ou 8 motores por temporada
– O motor é homologado no início da temporada e não pode ser alterado
– Tem direito a atualizar uma vez o pacote aerodinâmico
Categoria B
– Fabricante que consiga pontuação igual ou superior a 60% e até 85% do máximo de pontos de construtor
– Tem direito a 190 pneus para testar
– Apenas pode utilizar o piloto de testes oficial para testes privados
– Tem de escolher 3 circuitos e apenas poderá testar nesses circuitos
– Tem direito a 3 “wildcard”
– Tem direito a 7 ou 8 motores por temporada
– O motor é homologado no início da temporada e não pode ser alterado
– Tem direito a atualizar uma vez o pacote aerodinâmico
Categoria C
– Fabricante que consiga pontuação igual ou superior a 35% e até 60% do máximo de pontos de construtor
– Tem direito a 220 pneus para testar
– Apenas pode utilizar o piloto de testes oficial para testes privados
– Tem de escolher 3 circuitos e apenas poderá testar nesses circuitos
– Tem direito a 6 “wildcard”, sendo que um máximo de 3 “wildcard” são para usar antes do período em que não se pode testar no verão, e máximo de 3 “wildcard” para usar após esse período
– Tem direito a 7 ou 8 motores por temporada
– O motor é homologado no início da temporada e não pode ser alterado
– Tem direito a atualizar uma vez o pacote aerodinâmico
Categoria D
– Fabricante que consiga pontuação inferior a 35% do máximo de pontos de construtor
– Tem direito a 260 pneus para testar
– Pode utilizar qualquer piloto para testes privados
– Pode realizar testes em qualquer circuito de Grande Prémio
– Tem direito a 6 “wildcard”, sendo que um máximo de 3 “wildcard” são para usar antes do período em que não se pode testar no verão, e máximo de 3 “wildcard” para usar após esse período
– Tem direito a 9 ou 10 motores por temporada
– O motor pode ser desenvolvido ao longo da temporada
– Tem direito a atualizar duas vezes o pacote aerodinâmico, mas tem de descartar uma das versões anteriores
Como a lista de fabricantes que integram uma determinada categoria de Concessões pode alterar-se a qualquer momento, a Comissão de Grandes Prémios informa que um fabricante que altere a sua categoria durante a segunda janela, vê as suas concessões atualizadas da seguinte forma:
Imediatamente
– Número de pneus para testar diminui / aumenta de acordo com a nova categoria, a não ser que o fabricante já tenha utilizado mais pneus do que aqueles a que terá direito na nova categoria;
– Testes privados com ou sem os pilotos contratados;
– Testes em qualquer circuito de GP ou três circuitos nomeados pelo fabricante para o resto da temporada
– Número de “wildcard” aumenta / diminui. Isto inclui o cancelamento de quaisquer “wildcard” que já tivessem sido aprovados pela Comissão de Grandes Prémios para o período após o impedimento da realização de testes;
– Atualização do pacote aerodinâmico pode ser diminuído / aumentado de acordo com a categoria que passam a integrar, a não ser se o fabricante já tiver utilizado dois pacotes aerodinâmicos do que aqueles permitidos na nova categoria;
– Se fabricante mudar da categoria C para D: número de motores aumenta, o motor pode ser desenvolvido, e tem mais um pacote aerodinâmico para usar desde que descarte um pacote aerodinâmico anterior.
Para a temporada seguinte
– Se fabricante mudar da categoria D para C: número de motores reduz, desenvolvimento do motor congela, a não ser que o fabricante regresse à categoria D no final da temporada.
Em termos práticos, e aplicando já o novo sistema de Concessões de MotoGP que entra já em vigor, a Ducati integra a categoria A ao ter obtido 96% dos pontos máximos de construtor em 2023. A Aprilia (51%) e a KTM (45%) integram a categoria C.
Já a Honda e a Yamaha, fruto de uma temporada muito abaixo do habitual em termos de performance e pontos obtidos, integram a categoria D, e para além das concessões como mais pneus e testes, poderão a partir de agora desenvolver os seus motores em 2024, para além dos seus pilotos poderem usar mais motores.
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