Moto TESTE – Voge SR1, tanto por tão pouco

TESTE – Voge SR1, tanto por tão pouco


Depois do lançamento da naked 125R, chega agora a vez de nos podermos sentar e testar a primeira scooter 125 cc que a Voge alguma vez criou: a SR1. Com as scooters a representarem cerca de 80% das vendas no segmento das motos “oitavo de litro”, era fundamental que a Voge conseguisse apresentar ao mundo das duas rodas uma opção válida, e, para além dos seus argumentos técnicos e dinâmicos, que seja também muito competitiva em termos de preço.

E é precisamente pelo preço que começamos. Com um PVP de apenas 2.787€, a Voge SR1 é claramente uma das opções mais competitivas. Um pequeno valor a pagar para ter uma scooter capaz de fazer tanta coisa, e bem, para além dos 5 anos de garantia de fábrica. Além disto, a para os clientes que desejarem ter ainda mais capacidade de carga, basta pagar mais 50€ e a SR1 vem equipada com top-case Shad SH29, sendo que mesmo sem a top-case esta Voge tem capacidade para guardar um capacete integral, de calota compacta e sem spoilers, debaixo do assento.

DESTAQUES 
Preço: 2.787 €
Cilindrada: 125 cc
Potência: 11,5 cv
Binário: 11 Nm
Peso a cheio: 139 kg

A linguagem estilística concebida por Massimo Zaniboni segue uma tendência mais desportiva e europeia, com linhas vincadas e onde a frente se destaca do conjunto graças a um par de óticas bem agressivas com LEDs, sublinhadas por duas entradas de ar de dimensões sobredimensionadas, mas que ajudam claramente a destacar a SR1 das demais concorrentes. A sensação geral é de que esta chinesa está bem construída, os acabamentos bem conseguidos tendo em conta o preço, e mesmo os muitos plásticos utilizados conseguem estar bem integrados uns nos outros, sem ruídos parasitas, o que se traduz sempre numa sensação de que estamos perante uma proposta sólida.

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Sentado aos comandos da SR1, descobri rapidamente uma posição de condução agradável. O assento a 775 mm de altura é generoso em termos de espaço, confortável sem ser demasiado “sofá”, e o ressalto na secção posterior do espaço do condutor serve de apoio para as costas sem limitar os movimentos. Ao nível do assento apenas notei durante a apresentação da scooter que algumas unidades apresentavam o forro “descolado”, fazendo com que o condutor escorregue para a frente nas travagens. Mas outras unidades não. Um detalhe a ter em conta se estiver a pensar comprar uma SR1.

Por outro lado, a posição do guiador permite chegar facilmente aos punhos enquanto os braços adotam uma postura natural, tal como as pernas, embora a zona inclinada da plataforma obrigue a fletir um pouco mais as pernas, principalmente para condutores de maior estatura. No entanto, isso não limita os movimentos do guiador nas manobras a baixa velocidade.

E mais à frente do guiador encontramos um painel de instrumentos LCD, de boas dimensões, e que mesmo com uma intensidade luminosa mais forte não apresentou grandes reflexos, e por isso as muitas informações apresentadas são facilmente legíveis.

Revista com teste completo

Com o comando da scooter no bolso, arranco rapidamente. Um breve carregar na ignição e o motor monocilíndrico acorda para a vida de forma suave. Mesmo a frio apresenta poucas vibrações, e assim que arrancamos sente-se enérgico tendo em conta que disponibiliza 11,5 cv e um binário de 11 Nm. Não é o motor mais potente do segmento, mas não fica muito atrás das rivais. Não que isso faça grande diferença.

Na verdade, a SR1 consegue acelerar rapidamente de semáforo em semáforo, com o motor a responder bem aos impulsos no acelerador, empurrando a scooter até ligeiramente acima dos 100 km/h sem revelar dificuldades de maior. Apenas quando apanha estrada inclinada senti uma certa falta de “pulmão”, mas mesmo assim não é dramático e a perda de velocidade não consigo considerar como sendo exagerada.

Nos momentos de ultrapassar outros veículos é necessário realizar alguns cálculos, pois a capacidade de recuperação não é o forte deste motor. Por outro lado, com um consumo médio de 2,4 litros no para-arranca da cidade de Madrid, onde decorreu este contacto, e tendo em conta que a SR1 não tem “start / stop”, estamos perante uma scooter económica. Tenho ainda de referir que contamos com controlo de tração, o que apesar de ser uma mais-valia em asfalto molhado, em piso seco o sistema não tem qualquer intervenção na condução.

Para além do motor, esta Voge destaca-se pela ciclística. Desde o primeiro momento que iniciei o percurso deste contacto, mesmo ao lado do estádio Santiago Barnabéu onde habita o Real Madrid, senti uma estrutura sólida, equilibrada, onde a estabilidade é uma das grandes mais-valias do quadro concebido com tubos de aço de 2 mm de espessura, e com a coluna de direção a ser concretizada com recurso a um tubo de 45 mm para maior rigidez, o que se traduz numa direção firme e que transmite confiança.

Com apenas 139 kg de peso a seco, a SR1 movimenta-se também com ligeireza por entre os carros, sendo fácil de manobrar, com os pés a chegarem ao solo facilmente facilitando as manobras. O baixo peso aliado à distância entre eixos curta (1320 mm) maximiza a agilidade, e com pouco esforço ou movimentos do corpo consegue-se colocar a SR1 precisamente onde desejamos, trocando de inclinação com rapidez e sem dramas.

A combinar com o quadro principal encontramos uma forquilha telescópica e ainda dois amortecedores. O curso é de 93 mm à frente, algo curto para estradas mais degradadas, mas suportável, enquanto o eixo traseiro tem um curso de 103 mm que permite sentir um pouco mais de conforto. De uma forma geral as suspensões da SR1 cumprem, digerem relativamente bem os ressaltos, mas notei que os amortecedores traseiros atingem o seu limite facilmente, notando-se “pancadas” mais secas em determinadas ocasiões.

Ao nível da travagem posso dizer que a Voge SR1 não se destaca, mas também não compromete. O disco dianteiro de 240 mm é acionado por uma pinça de dois pistões, apresentando uma potência abaixo do esperado no curso inicial da manente, o que obriga a usar mais do que o habitual o travão traseiro. Isto faz com que muitas vezes o ABS se faça notar.

Em suma, a Voge fez um bom trabalho de base nesta SR1. Uma scooter 125 urbana, desportiva de aparência, com tecnologia “q.b.” e um comportamento dinâmico sólido. Tudo isto aliado a um preço competitivo e a uma qualidade de acabamentos de bom nível, permite dizer que a SR1 será uma opção que deverá ter em conta se está à procura de uma scooter fácil de explorar e que seja polivalente. Ahh… e quase esquecia de referir que tem também câmara frontal para gravar as viagens! Um detalhe único e que ajuda ainda mais a diferenciar a SR1 das rivais.

Equipamento
Capacete – Schuberth C5
Blusão – REV’IT! Hoodie Stealth
Calças – REV’IT! Orlando H2O
Luvas – Ixon RS Slick HP
Botas – REV’IT! Mission

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