Moto Teste – Macbor Montana XR1 125, Evolução com personalidade

Teste – Macbor Montana XR1 125, Evolução com personalidade


No idílico cenário dos Pirinéus a Macbor Montana XR1 mostrou o que vale uma trail 125 cc concebida para polivalência. Quase 200 km percorridos em asfalto e fora de estrada permitiram perceber que a marca espanhola está no bom caminho e esta segunda geração da Montana XR1 é uma clara evolução com personalidade.

O grupo Motos Bordoy aposta forte na sua marca Macbor em território nacional. E a consolidação da presença da marca espanhola tem sido feita à custa de uma estratégia de mercado que se focou em modelos específicos numa primeira fase, e, no final deste ano durante o Salão de Milão EICMA, veremos o que está a ser preparado pela Macbor para um ataque mais global.

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Preço: 3.999€
Cilindrada: 124,2 cc
Potência: 12,64 cv
Binário: 9,6 Nm
Peso a seco: 160 kg

As primeiras peças desse ataque são a Rockster, que também testamos nesta edição da Revista MotoJornal, mas, principalmente, a Montana XR1. Representando até 35% das vendas da Macbor em Portugal antes da entrada em vigor das normas Euro5, a primeira geração da Montana XR1 apresentava alguns pontos que podiam ser melhorados. Foi por isso com naturalidade que a segunda geração, apresentada há mais de um ano, elevou as expectativas de quem queria uma trail 125.

Partindo de um conceito que privilegia uma utilização em estradas de asfalto, mas ao mesmo tempo não pretende limitar a condução aventureira “off road”, a Macbor desenvolveu a segunda geração da Montana XR1 com uma plataforma totalmente nova sobre a qual a equipa de técnicos da marca trabalhou componentes específicos.

Leia também – A Macbor apresenta quatro novidades para 2024

Um ponto em destaque quando analisamos a nova Montana XR1 é que esta trail não segue os habituais elementos de design que associamos a uma moto deste tipo em favor de uma moto tipo rali raid. Por isso, dispensa um frontal com bico de pato em favor de uma ótica dianteira em LED, com um desenho em X bem vincado, e um para-brisas que, sendo curto, ainda assim oferece uma relativamente boa proteção aerodinâmica.

O motor monocilíndrico é agora Euro5, ganha refrigeração por líquido, tem quatro válvulas e disponibiliza 12,6 cv de potência e um binário máximo perto dos 10 Nm. Valores que podem, pelo menos à partida, não impressionar, mas, como verifiquei neste primeiro contacto no cenário idílico que são os Pirinéus, acabam por ser valores de performance ajustados a esta proposta aventureira.

Na ciclística, e porque aqui destacamos as novidades técnicas, é impossível escapar a referir a utilização de uma nova forquilha invertida na dianteira, enquanto na traseira o monoamortecedor, regulável em précarga, utiliza bielas. Por outro lado, a travagem conta com um particular sistema de CBS. A Macbor confirmou-nos que a utilização de ABS foi considerada, mas isso iria elevar os custos finais de produção (e o PVP), pelo que optaram pelo CBS. Um sistema com as suas particularidades e implicações na condução, conforme explico mais à frente.

Com tanto cuidado no desenvolvimento deste modelo, missão totalmente feita em Barcelona, foi com naturais expectativas que enfrentei o dia de teste durante a apresentação nacional da nova Montana XR1. Certamente que os Pirinéus e as suas fantásticas estradas de montanha a elevada altitude iriam colocar a pequena trail da Macbor perante um desafio complicado. Seria ela capaz de se desenvencilhar?

Com um percurso de cerca de 200 km e que incluiu estradas de asfalto, mas também alguns percursos de terra, e até uma curta passagem por uma linha de água, a primeira noção a reter quando estamos perante a Montana XR1 é que, apesar de 125 cc, as suas dimensões não são exageradas para aparentar ser mais do que aquilo que é. E o que é, é uma trail que nos recebe confortavelmente num assento a 780 mm de altura, e que deixa o condutor bem posicionado em relação ao guiador.

Já com o monocilíndrico a trabalhar suavemente, sem vibrações de maior graças à inclusão de um veio de equilíbrio, lá nos pusemos a caminho pelo percurso de montanha. O motor não é um portento de força pura, mas chega a ser o suficiente para rolar a velocidades interessantes, tendo, no entanto, de garantir que as rotações não baixam das 8.000 rpm. Abaixo desse ponto, o motor da Montana XR1 tem algumas dificuldades em recuperar para, por exemplo ultrapassar, pelo que teremos de dar uso à suave e precisa caixa de 6 velocidades, com relações bem escalonadas e uma relação final algo longa. Na verdade, a faixa verdadeiramente utilizável de rotações está entre as 8.000 e as 10.000 rpm.

O baixo peso do conjunto aliado ao centro de gravidade elevado ajudam a dotar a Montana XR1 de um comportamento equilibrado nas trocas de inclinação. Os movimentos acontecem de forma suave, previsível, e mesmo adotando uma condução mais extrema, o conjunto mantém-se estável, o que maximiza a confiança, principalmente quando for conduzida por motociclistas menos experientes.

Com as suspensões a trabalharem bem, talvez um curso maior fosse o ideal, mas isso iria tornar o comportamento em asfalto mais imprevisível e com a frente a afundar em demasia nas travagens, o ponto que mais sobressaiu em termos de novidades foi mesmo o sistema de travagem combinada.

O CBS da Montana XR1 foi especificamente calibrado para garantir que, ao acionar, o CBS não iria ativar em demasia o travão dianteiro. Em pisos de asfalto o sistema combinado não funciona mal, ainda assim dota esta trail espanhola de um comportamento algo inconstante nas travagens mais fortes, mas quando nos aventuramos por pisos de terra isto significa que qualquer aconchegar de travão traseiro irá imediatamente repercutir-se no quase bloqueio da roda dianteira devido ao CBS.

Por diversas vezes esta característica foi notada nos percursos de terra que fizemos na apresentação desta novidade, pelo que é algo a ter em conta. Um ponto menos positivo num sistema de travagem bastante potente e com um bom tato na manete.

Com um comportamento equilibrado e divertido até, e uma posição de condução apropriada até mesmo para uma utilização “off-road”, a Macbor Montana XR1 brilha pelo nível de equipamento instalado de série: malas laterais e top-case, proteções várias, e até um painel de instrumentos LED de 5’’ que permite visualizar as informações básicas, tendo o condutor de recorrer a um pequeno botão sensível ao toque. Uma trail que mostra que a evolução pode ser feita com personalidade, e que a aventura pode ser em 125 cc e gastando 4.000€!

Ficha técnica Macbor XR1

Preço: 3.999€
Motor tipo: Monocilíndrico, com refrigeração por líquido
Distribuição: DOHC, 4 válvulas
Diâmetro x Curso: 58 x 47 mm
Cilindrada: 124,2 cc
Potência: 12,64 cv às 9.500 rpm
Binário: 9,6 Nm às 5.500 rpm
Embraiagem: n.d.
Caixa: 6 velocidades
Transmissão final: Por corrente
Quadro: Em aço
Suspensão dianteira: Forquilha com bainhas de 37 mm, curso de 120 mm
Suspensão traseira: Monoamortecedor, com bielas, regulável em précarga, curso de 48 mm
Travão dianteiro: Disco recortado de 265 mm, pinça de 3 pistões, com CBS
Travão traseiro: Disco de 240 mm, pinça simples
Pneu dianteiro: 100/80-17’’ tubeless
Pneu traseiro: 120/80-17’’ tubeless
Comprimento máximo: 2090 mm
Largura máxima: 865 mm
Altura do assento: 780 mm
Distância entre eixos: 1370 mm
Capacidade do depósito: 14 litros
Peso a seco: 160 kg
Cores: Branco, vermelho, amarelo, preto
Garantia: 3 anos
Importador: MB Motor Portugal

Equipamento usado

Capacete – Schuberth C5
Blusão – REV’IT! Horizon 2
Calças – REV’IT! Orlando 2 H2O
Luvas – Ixon RS Slick HP
Botas – REV’IT! Mission

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