A Yamaha XMAX 300 tem vivido ao longo da sua existência sempre conotada pelo seu temperamento desportivo, que se traduz num comportamento dinâmico mais animado e que dá destaque a um pisar mais seco e firme das suspensões e um motor que sempre se pautou por excelentes prestações. Contudo o evoluir das restrições impostas pelas redução de emissões poluente tem pesado na resposta que o pequeno monocilíndrico de 292 cc é capaz de oferecer. Nesta mais recente versão poucas são as novidades ao nível da mecânica e isso faz-se sentir numa resposta que perdeu parte do temperamento mais aguerrido do passado.
O modelo surge este ano com um renovação estética, agora mais moderna e que garante também uma mais fácil utilização. Ganhou ainda mais possibilidades com a nova ligação ao smartphone e um novo painel TFT a cores na versão Tech Max que testamos nestas páginas.
DESTAQUES:
Yamaha XMAX 300 Tech Max
7.300 €
292 cc
28 cv
183 kg (a cheio)
Xmax 300 tem cariz desportivo
O motor monocilíndrico continua a oferecer boa capacidade de aceleração e uma resposta forte nas recuperações em ambiente urbano. Em autoestrada, roda sem qualquer dificuldade bem acima do limite legal.
No entanto, é o tato do acelerador que mais sofre; parece ter perdido parte da “genica”, do temperamento mais extemporâneo que antes marcava este modelo. A resposta, embora imediata, é mais suave, quase melosa, levando-nos para a frente com vigor, mas sem aquela tensão que fazia a diferença no motor da primeira geração “300”. Continua a ser uma unidade bem desenhada, com um equilíbrio interno bem conseguido, e o seu isolamento garante uma quase total inexistência de passagem de vibrações para os ocupantes.
O sistema de variador e embraiagem centrífuga faz um excelente trabalho em passar a potência à roda traseira, sendo suave em baixas velocidades e imediato e direto quando queremos andar de forma mais intensa. A maior qualidade da XMAX é o comportamento muito sã da sua ciclística, que foge bastante do normal tato de uma scooter. No entanto, é uma scooter, e isso sente-se acima de tudo nas limitações da suspensão traseira, que usa o motor como estrutura de fixação da roda traseira.
Desde a geração anterior, que a XMAX usa uma forquilha “completa”, com bainhas compridas que ficam ligadas a duas mesas de direção, acima e abaixo da coluna de direção, tal como numa moto, ao invés do mais típico de scooters que usam pequenas forquilhas que sobem apenas até à parte inferior da coluna de direção.
Isto resulta num comportamento da frente muito superior ao que se pode esperar, com uma direção muito responsiva, direta, com um tato seguro e que aponta sem hesitações para o interior das curvas.
O pisar da roda dianteira, com elementos bem mais longos, é muito estável e capaz de ultrapassar sem qualquer dificuldade as irregularidades do piso. Este excelente comportamento coloca a nu a “simplicidade” dos dois amortecedores diretos montados na traseira, que, embora façam um bom trabalho, ficam aquém do que se passa na dianteira.
Um dos pontos melhorados foi a travagem. Para responder aos utilizadores e clientes mais experientes, que pediam um travão dianteiro mais imediato, a desmultiplicação da força exercida pela manete foi alterada. Agora, é necessário fazer menos força para garantir mais poder de travagem.
Modernidade e comunicação
A posição de condução é relativamente descontraída, com bastante espaço para o tronco e braços. O estrado para os pés poderia ser um pouco mais amplo, mas ainda assim, não causa desconforto. A XMAX tem a particularidade de se poder regular a posição do guiador 20 mm mais atrás, o que poderá ser uma vantagem para pessoas de menor estatura.
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O assento foi redesenhado na sua zona frontal, para permitir que se chegue mais facilmente com os pés no chão, tudo sem perder a habilidade de conseguir albergar dois capacetes integrais debaixo do assento. O conforto é garantido por uma zona para sentar larga e com uma boa espessura de espuma e possui um pequeno encosto para o condutor.
Com um “vidro” que pode ser regulado em duas posições, mediante o uso de ferramenta, rodámos todo o dia com este na posição mais baixa. Do ponto de vista de proteção, esta é suficiente para desviar a maior parte do impacto do nosso tronco e parte do capacete, mesmo para uma estatura de 184 cm.
Aqui penso que os “apêndices” criados para suportar os “piscas” dianteiros, altos e largos, ajudam a defletir a deslocação do ar das mãos e braços. É uma proteção aerodinâmica envolvente e que nos permite rodar depressa e em conforto.
Mas o conforto nos dias de hoje é também medido pelas soluções que nos permitem continuar ligados com amigos, família e colegas, algo possível na XMAX 300 Tech Max através da aplicação MyRide gratuita. Permite que se ligue facilmente o smartphone à moto para notificações de chamadas e mensagens – bem como ouvir música e aceder a uma ampla gama de informações através do ecrã.
O novo ecrã de entretenimento a cores TFT de 4,2 polegadas suporta também um sistema de navegação Garmin através da aplicação Garmin StreetCross. Depois de se definir o destino, pode fazer-se zoom, usando os botões no guiador, e aceder a informações em tempo real sobre o trânsito, distância restante, tempo estimado de chegada e muito mais. Este novo painel de 4,2 polegadas trabalha em conjunto com um velocímetro separado de LCD de 3,2 polegadas, onde são apresentadas as informações mais relevantes da moto.
Uma companheira para o dia-a-dia
Como a maioria das scooters deste segmento, a capacidade de arrumação da XMAX 300, mesmo com o estreitamento do assento, é excelente. Debaixo deste cabem dois capacetes integrais; o nosso NEXX Vilitur encaixa bem, ficando ainda algum espaço para se colocarem pequenos objetos.
Espaço de arrumação debaixo assento, para dois capacetes e algo mais
Sem os capacetes, o espaço é comprido, permitindo receber objetos bastante grandes. A arrumação continua na zona da frente, com dois compartimentos, um deles com fecho e tomada de corrente de 12V, que podem transportar o telemóvel, luvas e até mesmo uma garrafa de água de 50 cl.
Ao longo deste primeiro contacto, rodámos com a versão mais equipada, a Tech Max, mas a XMAX tem no seu modelo de entrada uma proposta mais acessível do ponto de vista financeiro, com o preço de 6495 euros. Para aceder à unidade melhor equipada, a Tech Max, é necessário desembolsar mais cerca de 800 euros.
Se não dão muita importância à ligação do smartphone, como a moto, penso que a versão base é a escolha certa, podendo-se usar o dinheiro que sobra para adquirir algum dos pacotes de extras que a marca disponibiliza.
EQUIPAMENTO
Capacete: NEXX X-Vilitur / Blusão: Macna /Botas: Falco / Luvas: Macna
FICHA TÉCNICA:
Yamaha XMAX 300 Tech Max
Preço: 7300 €
Tipo: monocilíndrico, 4 tempos, refrigerado por líquido
Distribuição: 4 válvulas, DOHC
Diâmetro x Curso: 70 x 75,9 mm
Cilindrada: 292 cc
Potência Máxima: 28 cv / 7.250 rpm
Binário Máximo: 29 Nm / 5.750 rpm
Alimentação: Injeção eletrónica
Embraiagem: automática centrifuga
Caixa: variador contínuo
Final: por correia
Quadro: tubular em aço
Suspensão dianteira: forquilha, com 110 mm de curso
Suspensão traseira: amortecedor duplo, com 79 mm de curso e regulação pré-carga da mola
Travão Dianteiro: disco de 267 mm, ABS
Travão Traseiro: disco de 245 mm, ABS
Pneus Dianteiros: 120/70-15″
Pneu Traseiro: 140/70- 14″
Altura do Assento: 795 mm
Distância entre eixos: 1540 mm
Capacidade do depósito: 13,2 litros
Peso a cheio: 183 kg (a cheio)
Cores: Dark Petrol e Tech Black
Garantia: 3 anos
Importador: Yamaha Motor Portugal
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