Moto SBK 2024 Austrália – Alex Lowes garante dobradinha fantástica em Phillip Island

SBK 2024 Austrália – Alex Lowes garante dobradinha fantástica em Phillip Island


Depois de um sábado pleno de ação com as primeiras corridas de Superbike e Supersport, o Mundial SBK voltou hoje ao asfalto do circuito de Phillip Island para completar o programa da ronda de abertura da temporada 2024. Na Austrália, o domingo ficou marcado por muitos atrasos nos horários e corridas mais curtas, e com o britânico Alex Lowes (Kawasaki Racing Team) a garantir uma fantástica dobradinha.

O dia de hoje arrancou com a corrida Superpole. Mais curta, com apenas 10 voltas para cumprir, significou que os pilotos de SBK não teriam de realizar o obrigatório “pit stop” decretado pela organização do campeonato a pedido da Pirelli, devido ao asfalto demasiado abrasivo de Phillip Island desgastar em excesso e causar problemas nos pneus italianos que não aguentariam pouco mais de 11 voltas.

Numa corrida tão curta e com tantos pilotos com argumentos para discutir o pódio, assistimos a uma sucessão de ultrapassagens quase ao ritmo de cada curva.

No final da dezena de voltas ao traçado australiano, a corrida Superpole da categoria SBK foi o momento de ver Alex Lowes e a sua Kawasaki Ninja ZX-10RR regressarem ao degrau mais alto do pódio, com o britânico a superar a forte oposição de Andrea Locatelli (Pata Prometeon Yamaha), com o italiano a continuar a perseguir a sua primeira vitória, e com o turco Toprak Razgatlioglu (ROKiT BMW Motorrad WorldSBK) a fechar o pódio das SBK nessa primeira corrida, batendo Alvaro Bautista (Aruba.it Ducati) numa “drag race” até à linha de meta.

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Estava então dado o mote para a Corrida 2 das SBK, que viria a realizar-se significativamente mais tarde do que o inicialmente previsto pois foi necessário limpar o asfalto de Phillip Island, nomeadamente a curva 2. Uma operação demorada, que obrigou a atrasar e encurtar para metade a Corrida 2 de Supersport, tendo essa mudança de horário alterado também a segunda corrida das SBK.

Quando os semáforos apagaram, foi mesmo Alvaro Bautista que saltou da quarta posição na grelha de partida para ameaçar chegar à liderança.

Porém, foi Andrea Locatelli a colocar a sua Yamaha YZF-R1 no topo da classificação, com Alex Lowes e a Kawasaki a ficarem logo atrás dos dois primeiros aproveitando os ataques de Remy Gardner (GYTR GRT Yamaha) a Toprak Razgatlioglu para poderem então preparar o seu ataque aos dois primeiros.

Lowes viria mesmo a passar Bautista ainda na primeira volta colando-se à traseira de Locatelli, mas o bicampeão de SBK voltou a dar boa conta de si depois de um início de ano mais complicado do que o habitual, recuperou a segunda posição na segunda volta, e depois chegou finalmente à liderança da Corrida 2.

Também Andrea Iannone (Team GoEleven), a ter um fim de semana de sonho depois de quatro anos ausente da competição, estava na luta pelo pódio, e conseguia colocar a sua Ducati Panigale V4 R em terceiro, deixando Alex Lowes a batalhar mais atrás com o pelotão.

Por essa altura era Toprak Razgatlioglu que procurava colocar a sua BMW M 1000 RR na discussão pela vitória. Mas o turco não foi devidamente acompanhado pela mecânica da moto alemã, que ainda nas primeiras voltas da Corrida 2 viu o motor quatro cilindros em linha “entregar a alma ao Criador”, tal como tinha acontecido em testes em Portimão, e lançou a confusão no pelotão.

Ainda assim, não foi inicialmente necessário interromper a corrida por causa de óleo na pista. Mas as bandeiras vermelhas não demoraram muito a serem mostradas, embora por outra situação que deixou os fãs do Mundial SBK assustados, mas, felizmente, não passou de um grande susto.

Tudo porque Jonathan Rea (Pata Prometeon Yamaha) estava a realizar aquela que seria a sua melhor corrida até agora com a moto japonesa de Iwata. O norte-irlandês arrancou muito bem, com o problema de motor de Toprak, o seis vezes campeão do mundo de SBK conseguia mesmo aproveitar a confusão para ascender mais ainda na classificação.

Jonathan Rea e a Yamaha R1 #65 estavam já a sonhar com um pódio, mas uma queda forte, já no setor final do circuito de Phillip Island, num incidente que não envolveu mais nenhum piloto, obrigou mesmo a Direção de Corrida a mostrar bandeiras vermelhas para que os Comissários de Pista pudessem auxiliar o piloto caído na gravilha.

Durante alguns momentos não se soube o que tinha acontecido ou estado de saúde de Jonathan Rea, mas finalmente, depois de largos minutos de ansiedade, foi possível ver o piloto da Yamaha a ser levado de maca para fora de pista, e foi de ambulância que foi transportado para o Centro Médico do circuito onde os médicos descartaram quaisquer lesões graves, mas deram o piloto como não estando apto a competir devido à força do embate que provocou abrasões e contusões várias.

A Direção de Corrida, cumprindo com os regulamentos, reiniciou a Corrida 2. Porém, com os já muitos atrasos ao programa do Mundial SBK na Austrália, acabou por decidir encurtar a corrida para apenas 11 voltas.

Essa decisão significou que não teríamos o obrigatório “pit stop” para troca de pneus.

Nesse segundo arranque para uma corrida de “sprint”, e com os pilotos a ocuparem na grelha de partida as posições que tinham quando a Corrida 2 foi originalmente interrompida, Alvaro Bautista aproveitou a sua primeira posição para realizar mais um bom arranque, mantendo a Panigale V4 R #1 na liderança na frente do ameaçador Locatelli.

Michael Ruben Rinaldi (MotoCorsa Racing) decidiu também juntar-se “à festa”, assumindo a 3ª posição na frente dos irmãos Lowes, Alex e Sam (ELF MarcVDS), fechando assim o lote de pilotos que ocupavam o “Top 5”.

As posições começaram então a estabilizar, mas Rinaldi tinha outras ideias e primeiro passou por Locatelli colando-se à traseira da moto de Bautista. O italiano estava com vontade de tirar ao seu antigo companheiro de equipa na Aruba.it Ducati a primeira vitória da temporada. Locatelli, por sua vez, desconcentrou-se, mas recuperou o ritmo algumas voltas mais tarde e voltou ao ataque, dividindo o grupo que perseguia os três primeiros que já eram Bautista, Rinaldi e Alex Lowes.

Rinaldi não aguentou o ritmo e começou a perder tempo, enquanto Locatelli iniciava a última das 11 voltas da Corrida 2 colado aos dois primeiros, formando assim um trio que animou os fãs que se deslocaram a Phillip Island e também aos milhares que em todo o mundo ficaram agarrados à TV para ver o que ia acontecer neste final de fim de semana do Mundial SBK na Austrália.

Nessa derradeira volta, e percebendo que Alex Lowes não ia atacar o líder Bautista, acabou por ser Andrea Locatelli a lançar o ataque ao segundo lugar do piloto da Kawasaki. Porém, levou longe demais o seu esforço, alargou trajetória na curva 4, e quando tentava compensar esse erro acelerou demasiado cedo para defender a posição conquistada e acabou por ser “cuspido” por cima da sua Yamaha, deitando por terra todo o esforço.

Faltava então mais de meia volta para a meta e a bandeira de xadrez.

Alvaro Bautista, que passou todo o fim de semana em Phillip Island a debater-se com problemas de tração na sua Ducati Panigale V4 R, via o pneu traseiro Pirelli na sua moto não ter mais borracha para levar o ritmo elevado até ao fim. O espanhol optou então por trajetórias mais defensivas, com a sua moto a escorregar demasiado.

Alex Lowes já tinha estudado perfeitamente o seu adversário da Ducati. Percebeu perfeitamente onde e como poderia atacar, e lançou um ataque surpreendente, descrevendo uma trajetória exterior perfeita, para conseguir uma ultrapassagem final que deixou Alvaro Bautista surpreendido e sem capacidade de reação.

Lowes e a Kawasaki Racing Team conseguiram assim a segunda vitória desta ronda australiana do Mundial SBK, uma dobradinha de domingo que deixou o britânico extremamente emocionado. A última vez que tinha vencido uma corrida foi em 2020, e apenas num único dia duplicou o número de vitórias que tem na sua carreira enquanto piloto de SBK.

Naturalmente, Alex Lowes liderada a classificação de pilotos.

Atrás do britânico terminou um já mais sorridente Alvaro Bautista. Depois de tantos problemas com a sua moto, o veterano espanhol e bicampeão em título fechou a ronda de abertura da temporada com um 4º lugar na corrida Superpole e um 2º lugar na Corrida 2.

O pódio ficou completo com a presença do também veterano Danilo Petrucci (Barni Spark Racing Team), que numa batalha entre italianos que já passaram por MotoGP, bateu por poucas milésimas o compatriota Andrea Iannone, que foi, muito provavelmente, a grande surpresa pela positiva desta primeira ronda do ano.

Refira-se ainda que a Ducati Panigale V4 R parece continuar a ser a moto mais forte em pista. Nesta derradeira corrida do fim de semana de Mundial Superbike, as motos de Borgo Panigale ocuparam seis das sete primeiras posições finais na corrida!

Mundial SBK – resultados da Corrida 2 em Phillip Island

1 – Alex Lowes (Kawasaki Racing Team)

2 – Alvaro Bautista (Aruba.it Ducati)

3 – Danilo Petrucci (Barni Spark Racing Team)

4 – Andrea Iannone (Team GoEleven)

5 – Nicolò Bulega (Aruba.it Ducati)

6 – Michael Ruben Rinaldi (MotoCorsa Racing)

7 – Sam Lowes (Elf MarcVDS)

8 – Garrett Gerloff (Bonovo Action BMW)

9 – Dominique Aegerter (GYTR GRT Yamaha)

10 – Michael van der Mark (ROKiT BMW Motorrad WorldSBK)

Mundial SBK – Classificação de pilotos após Austrália

1 – Alex Lowes (Kawasaki Racing Team) 50 pontos

2 – Nicolò Bulega (Aruba.it Ducati) 41 pontos

3 – Andrea Locatelli (Pata Prometeon Yamaha) 29 pontos

4 – Andrea Iannone (Team GoEleven) 29 pontos

5 – Alvaro Bautista (Aruba.it Ducati) 27 pontos

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