O Grande Prémio do Qatar será, para os fãs, pilotos e equipas, o início a sério de mais uma temporada de MotoGP em que teremos 22 pilotos a batalhar pelas vitórias, pódios, “pole position” e todo o tipo de recordes na categoria rainha. Porém, nos bastidores do circuito de Losail, e longe dos holofotes, estará em discussão o futuro do campeonato, nomeadamente os novos regulamentos.
Com os rumores da venda dos direitos do MotoGP à Liberty Media ainda bastante “frescos”, Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna Sports e que há muitos anos tem a seu cargo (em conjunto com uma vasta equipa) as grandes decisões daquele que é o maior campeonato de motociclismo do mundo, aproveitou a gala da Real Federação de Motociclismo Espanhola (RFME) para falar com a imprensa e explicar em que ponto se encontram as negociações sobre os novos regulamentos.
As negociações já acontecem há vários meses, com os fabricantes e a Dorna Sports a procurarem um equilíbrio entre o que deve ser a tecnologia utilizada num campeonato de protótipos, e aquilo que depois os fãs querem ver em pista.
Quer seja ao nível dos motores usados, quer seja ao nível da aerodinâmica ou sistemas de ajuste da altura das motos, os denominados “holeshot” ou “ride height device”, são muitos os pontos em discussão.
Em declarações reproduzidas pelo jornal espanhol Marca, Carmelo Ezpeleta não fugiu do tema dos regulamentos que irão ser aplicados no futuro. Nomeadamente a partir de 2027.
De acordo com o líder máximo da Dorna Sports, “Estamos a discutir a regulamentação técnica e desportiva para 2027. Em Doha teremos uma reunião com todos os fabricantes. Eles fizeram uma proposta, nós respondemos com uma proposta mais restritiva e agora eles têm de nos dizer o que pensam. Estamos muito próximo, e a maioria dos fabricantes gosta do que propusemos”, começou por referir Ezpeleta.
Sendo que os novos regulamentos apenas serão aplicados a partir de 2027, não vamos ter novidades técnicas que levem a alterações significativas em relação ao regulamento atual. Ou seja, nos próximos dois anos (2025 e 2026) tudo vai permanecer igual ao que temos hoje em dia.
Mas, daqui a dois anos o que é que podemos esperar de novidades?
As opções em cima da mesa apontam para que se esteja a pensar numa redução da cilindrada dos atuais 1000 cc para os 850 cc. Os sistemas de ajuste da altura das motos em andamento deverão ser eliminados, mantendo-se o “holeshot” apenas para os momentos de arranque. Por outro lado, deverão ser implementados limites mais restritivos em relação à utilização de asas e outro tipo de apêndices e soluções aerodinâmicas.
Sobre isto, Carmelo Ezpeleta apenas refere que “Espero que os motores venham a ser diferentes, mas não temos intenções de mudar nos próximos dois anos. Os fabricantes vão começar agora a trabalhar para 2027. Em breve vamos chegar a um acordo que vai ser anunciado esta temporada”, revela com confiança o responsável da Dorna Sports.
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