Moto MotoGP 2024 – A antevisão da Michelin e Pirelli ao GP do Qatar

MotoGP 2024 – A antevisão da Michelin e Pirelli ao GP do Qatar


O Grande Prémio do Qatar, a disputar entre 8 e 10 de março, assinala o arranque da temporada 2024 do Mundial de Velocidade. Para além dos pilotos e motos, teremos neste primeiro fim de semana do ano uma série de novidades ao nível dos pneus utilizados em cada categoria. A Michelin continua a fornecer os pneus de MotoGP, enquanto a Pirelli fará em Losail a estreia em corrida fornecendo os pneus para as Moto2 e Moto3.

Antes do início da atividade em pista, e porque o circuito de Losail apresenta especificidades complicadas para os pneus usados pelos protótipos, a Michelin e a Pirelli fazem uma antevisão ao Grande Prémio do Qatar, onde explicam o que vamos poder ver em pista.

Da parte da Michelin, e conforme já se esperava, a marca francesa aceitou, em decisão de última hora, baixar o limite mínimo da pressão do pneu dianteiro para as MotoGP.

Inicialmente a pressão mínima seria de 1,88 bar. Qualquer infração a este limite mínimo significa a desqualificação, pois em 2024 desaparecem as penalizações de tempo, passando os pilotos a serem desqualificados de imediato. Já a partir deste GP do Qatar, o pneu dianteiro da Michelin não poderá estar abaixo do limite de 1,80 bar.

Leia também – MotoGP: O Guia Completo da temporada 2024

Piero Taramasso, responsável desportivo da Michelin Motorsport em MotoGP, confirma a alteração e refere que “Desta forma não se vai atingir uma pressão de 2,2 ou 2,3 bar na eventualidade de sobreaquecimento e será mais fácil respeitar este valor. Contudo, devemos relembrar que nem em todo o lado é bom para andar com pressão demasiado baixa, no Qatar esta opção não tem benefícios, ao contrário de Buriram, Sepang ou Mandalika onde é muito quente. Como em todos os ajustes, é uma questão de encontrar um compromisso”.

Esta mudança de limite mínimo será apenas para o pneu dianteiro nas MotoGP. O pneu traseiro continua a ter de apresentar uma pressão mínima de 1,68 bar.

Para compensar esta alteração na pressão do pneu dianteiro (em seco), os pilotos de MotoGP terão agora de cumprir com o limite mínimo ao longo de 60% do total de voltas de uma corrida de Grande Prémio (antigamente 50%). No caso das corridas Sprint têm de cumprir ao longo de pelo menos 30% da corrida.

Refira-se que alguns pilotos esperavam que a pressão mínima pudesse baixar para 1,7 ou até para 1,6 bar, porém, como se confirma agora, a Michelin não foi tão longe.

A importância desta pressão mínima é fundamental para os pilotos, com Dani Pedrosa, piloto de testes da KTM, a referir no ano passado que “Se passamos dos 2,1 bar temos zero aderência, zero de performance de travagem, e assim torna-se muito perigoso”.

Para além da questão da pressão mínima baixar já a partir deste GP do Qatar, o circuito de Losail tem particularidades que levam a Michelin a trazer algumas novidades.

Piero Taramasso adianta que em termos de compostos não teremos grandes novidades, embora a tecnologia aplicada à construção do pneu seja nova, de forma a garantir maior consistência, e nos testes de Sepang e Losail alguns pilotos parecem estar satisfeitos com o nível de aderência disponibilizado pelos pneus Michelin de 2024.

Com o responsável da Michelin Motorsport a revelar alguma preocupação devido à borracha deixada na superfície de asfalto pelos automóveis do Mundial de Resistência que competiram no Qatar há poucos dias, sabemos já quais são os diferentes tipos de pneus à disposição dos pilotos de MotoGP no GP do Qatar.

Compostos dos pneus Michelin para MotoGP

– Pneu dianteiro simétrico: compostos macio, médio e duro

– Pneu traseiro assimétrico: composto macio, com lado direito mais duro

– Pneu traseiro simétrico: composto médio

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Moto2 e Moto3 – A estreia da Pirelli

Depois de um longo período em que a Dunlop forneceu em exclusivo os pneus das categorias Moto2 e Moto3, nesta temporada 2024 teremos a estreia da Pirelli. Os especialistas italianos passam a estar no Mundial de Velocidade e no Mundial Superbike, e no caso das Moto2 e Moto3 utilizam os seus conhecidos Diablo Superbike Slick.

Para além dos pneus já previstos para as duas categorias, a Pirelli vai disponibilizar um novo composto de desenvolvimento para as Moto3, que começará a ser avaliado e trabalhado no Grande Prémio do Qatar. Esse pneu tem a denominação C1096, um composto mais duro do que os restantes, e que será importante para circuitos onde o desgaste dos pneus seja muito forte.

Giorgio Barbier, responsável desportivo da Pirelli, refere que apesar de ser a estreia “Conhecemos bem Losail porque já corremos aqui com as Superbike e a Fórmula 1. Um circuito rápido com a reta mais longa. A variação de temperatura entre o início das sessões e o fim, e, acima de tudo, a areia que fica habitualmente depositada na pista pelo vento, têm sempre um impacto significativo no desgaste dos pneus e torna mais complicado acertar as pressões. A areia torna o asfalto muito escorregadio, e isso normalmente gera o graining e degradação térmica. Especialmente para tentar limpar a pista, nas primeiras sessões do fim de semana vamos pedir aos pilotos para fazerem as curvas sempre com uma trajetória constante. Mais do que isso, o circuito foi reasfaltado no ano passado. Isso será, certamente, a maior incógnita para nós. Estamos conscientes de que o novo asfalto é bastante agressivo para os pneus. De qualquer forma, os testes realizados em Valencia e Jerez deram-nos um feedback muito positivo por isso estamos confiantes que podemos ter uma boa temporada”.

Compostos dos pneus Pirelli para Moto2 e Moto3

– Pneu dianteiro: Diablo Superbike Slick nos compostos SC1 (macio) e SC2 (médio)

– Pneu traseiro Moto2: Diablo Superbike Slick nos compostos SC0 (macio), SC1 (médio)

– Pneu traseiro Moto3: Diablo Superbike Slick nos compostos SC1 e SC2

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