Moto MotoGP 2024 – Afinal Pedro Acosta não desgastou demasiado os pneus no Qatar!

MotoGP 2024 – Afinal Pedro Acosta não desgastou demasiado os pneus no Qatar!


Pedro Acosta pode ainda agora estar a começar a sua carreira enquanto piloto de MotoGP. Porém, o “rookie” espanhol da Red Bull GasGas Tech3 tem sido um dos destaques da categoria rainha, quer nos testes de pré-temporada, quer depois no primeiro fim de semana da temporada 2024, o Grande Prémio do Qatar.

Pese embora tenha sido apenas a sua primeira corrida frente-a-frente aos melhores e mais experientes pilotos de MotoGP, Pedro Acosta não pareceu nada atemorizado ou afetado por ser a sua estreia. Na verdade, o jovem campeão de Moto2 deixou-nos na memória vários momentos difíceis de esquecer quando se envolveu numa luta direta com Marc Márquez (Gresini Racing) pelos lugares de pódio no GP do Qatar.

Infelizmente para o piloto espanhol da GasGas, e para os fãs que já o viam a subir ao pódio na estreia em MotoGP, a corrida de Pedro Acosta mudou radicalmente de figura quando, sensivelmente a meio da corrida principal no circuito de Losail, o #31 e a sua GasGas RC16 começaram a perder posições a um ritmo avassalador.

De um possível “Top 3”, Acosta viria a conseguir salvar um “Top 10”, evidenciando muitas dificuldades de manter a sua moto em pista e nas trajetórias corretas.

A primeira reação de quem assistiu a toda a situação foi de apontar o dedo ao piloto espanhol, realçando a sua inexperiência ao nível da gestão do desgaste dos pneus Michelin de MotoGP. O forte ataque lançado por Acosta logo nas primeiras voltas teria supostamente “dado cabo” dos pneus, e isso foi a justificação para não conseguir o pódio.

A ideia generalizada entre os fãs no final do primeiro GP do ano foi de que o estreante espanhol da GasGas tem ainda muito que aprender com os pilotos mais experientes, antes de poder efetivamente entrar nestas batalhas em pista, sendo bem-sucedido.

Porém, e quando estamos a poucas horas do arranque do Grande Prémio de Portugal, num circuito onde Pedro Acosta é o piloto com mais vitórias somadas (em todas as categorias), entrou em cena Pit Beirer, diretor desportivo da KTM Factory Racing, e que tem o espanhol “alinhado” para seguir carreira na equipa de fábrica Red Bull KTM Factory a partir de 2025.

De acordo com Pit Beirer, a verdadeira causa da perda de competitividade do piloto no Qatar não foi o desgaste prematuro dos pneus, mas sim um problema no seu braço esquerdo!

A justificação para esse problema foi encontrada na forma do manípulo que regula o sistema que altera a altura da traseira da GasGas do piloto espanhol. Nomeadamente na posição em que esse controlo foi colocado, o que obrigou Pedro Acosta a um desgaste adicional, que resultou na perda de sensibilidade durante a corrida:

“Todos pensámos que o Pedro tinha sido demasiado agressivo com os pneus ao início, e tinha castigado o pneu traseiro. Mas a realidade é que o Pedro tinha muitas cãibras fortes no seu braço esquerdo a partir do meio da corrida. O motivo foi o manípulo do sistema Ride Height Device que não estava devidamente ajustada de forma perfeita para ele. A partir de metade da corrida, acionar o manípulo do dispositivo com o polegar esquerdo causava-lhe tanto desconforto que os músculos estavam demasiado tensos. Sem este problema, o Pedro poderia ter sido mais rápido”, logo, obtido um resultado melhor.

Agora que se confirmou que o problema da menor performance em pista não teve a ver com os pneus, mas sim com uma questão física, Pedro Acosta, sabe-se agora, que terá um exame médico marcado já para a segunda-feira seguinte ao Grande Prémio de Portugal.

Pedro Acosta será observado por um especialista e saberá então se compensa ser já operado ao antebraço para evitar os sintomas de Síndrome Compartimental. Uma situação que, mais tarde ou mais cedo, acaba por afetar os pilotos de MotoGP sujeitos cada vez mais a um esforço físico superior ao pilotar os mais recentes protótipos da categoria rainha.

Se Pedro Acosta vier mesmo a ser operado ao braço esquerdo, fazer essa intervenção imediatamente após o GP de Portugal poderá ser a melhor opção. Isto porque, o prazo habitual de recuperação de um piloto é, nestes casos, de duas semanas. Um prazo perfeitamente dentro do “timing” da terceira prova da temporada, que será o Grande Prémio das Américas que se realizará de 12 a 14 de abril.

Em teoria, o piloto espanhol teria tempo para receber a autorização dos médicos para competir no Circuito das Américas. Não perderia qualquer corrida.

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