Foi sob um céu bem mais azul e com a temperatura a aumentar significativamente que os pilotos de MotoGP enfrentaram hoje de manhã as duas sessões de qualificação a contar para o Grande Prémio de Portugal. No Autódromo Internacional do Algarve (AIA) tivemos duas sessões intensas que definiram as posições na grelha de partida para as corridas Sprint e para a corrida principal de domingo.
Para os portugueses que continuam a preencher as bancadas do AIA mostrando o seu orgulho de pertencer à ‘Turma 88’, apoiando sem parar Miguel Oliveira, a verdade é que este arranque de segundo dia de GP de Portugal foi bastante difícil de digerir.
O piloto português foi 17º no Treino Livre 2 que deu início às atividades em pista no sábado, preparando então a participação na Q1 de MotoGP.
Nessa Q1, Miguel Oliveira e a sua Aprilia RS-GP24 preparada pela Trackhouse Racing, começou por registar o que era o quarto tempo quando fez a primeira paragem na box da equipa americana, posicionando-se a cerca de duas décimas dos dois lugares que dariam acesso à ambicionada Q2.
Na segunda e decisiva saída à pista na Q1, Miguel Oliveira fechou com a sua melhor volta em 1m38.385s, o que foi suficiente para lhe dar o 5º lugar nesta sessão de qualificação e o 15º lugar na grelha de partida para as corridas do Grande Prémio de Portugal.
Um resultado que volta a deixar Miguel Oliveira numa posição complicada logo no arranque, mas existe sempre a esperança que o talento do português para fazer bons arranques seja capaz de lhe permitir ascender várias posições durante os primeiros momentos das corridas, e que isso se venha a traduzir em resultados positivos e pontos somados.
Quanto aos dois pilotos que ultrapassaram o desafio da Q1, Alex Márquez (Gresini Racing) foi o mais rápido logo seguido do “rookie” Pedro Acosta (Red Bull GasGas Tech3), que assim se juntaram aos restantes dez pilotos que já tinham ontem garantido a presença na Q2 de MotoGP.
Nessa Qualificação 2 que decidiu a “pole position” e as melhores posições na grelha de partida, na primeira saída à pista vimos uma situação bastante fora do comum. Metade dos pilotos (6) não conseguiram registar uma volta rápida, ficando então apenas com uma saída para tentarem obter os seus melhores tempos em qualificação.
Por exemplo, Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) viu o que seria a sua primeira tentativa de volta rápida ser anulada, pois passou para lá dos limites de pista mesmo no final da volta.
No arranque da Q2 os comissários de pista do Motor Clube AIA foram logo obrigados a mostrar bandeiras amarelas. Primeiro foi Marc Márquez (Gresini Racing) a cair a alta velocidade já nas últimas curvas do circuito algarvio, e segundos depois era a vez de Brad Binder (Red Bull KTM Factory) sentir o amargo sabor do asfalto do AIA.
Ultrapassados estes momentos iniciais mais confusos, onze pilotos tentaram a sua sorte e procuraram garantir a “pole position”. Dizemos onze e não doze, pois Alex Márquez, que veio da Q1 como mais rápido então, não obteve qualquer tempo e finalizou a Q2 em 12º.
Foi então que voltou a sobressair o italiano Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team).
Mais rápido no final do primeiro dia de Grande Prémio de Portugal, Bastianini voltou a mostrar em cenário de qualificação que está muito à vontade no AIA e nas condições atuais de aderência, pilotando a sua Ducati Desmosedici GP24 da equipa de fábrica para uma volta em 1m37.706s, o que lhe garantiu a “pole position”.
A segunda posição foi decidida já nos segundos finais, quando Maverick Viñales (Aprilia Racing), a contas com problemas gástricos e por isso limitado em termos físicos, colocou a única moto da marca de Noale na segunda posição da grelha de partida com uma derradeira tentativa que colocou o piloto de Roses logo atrás de Bastianini e na frente de Jorge Martin.
O espanhol da Prima Pramac Ducati, sempre muito forte nas situações de qualificação, pode não ter conseguido mais uma “pole position”, mas ‘Martinator’ encontra-se ainda assim na primeira linha da grelha de partida e por isso dentro do que o próprio confirmou serem as suas expectativas para o arranque das corridas de MotoGP este fim de semana no Grande Prémio de Portugal.
Entre os pilotos da Q2 podemos destacar a prestação de Pedro Acosta, com o “rookie” da GasGas a conseguir qualificar-se em 7º, e por isso novamente com uma posição interessante na grelha de partida.
Do ponto de vista menos positivo, destaque para as quatro Honda RC213V. A marca japonesa viu todos os seus pilotos sem conseguirem mostrar competitividade.
Ficaram-se todos pela Q1, e, pior que isso, foram os quatro últimos na qualificação e ocupam precisamente as quatro derradeiras posições na grelha de partida.
Resultados da Qualificação de MotoGP do Grande Prémio de Portugal
1 – Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team) 1m37.706s
2 – Maverick Viñales (Aprilia Racing) 1m37.788s
3 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) 1m37.812s
4 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) 1m37.922s
5 – Jack Miller (Red Bull KTM Factory) 1m38.032s
6 – Marco Bezzecchi (Pertamina Enduro VR46) 1m38.072s
7 – Pedro Acosta (Red Bull GasGas Tech3) 1m38.138s
8 – Marc Márquez (Gresini Racing) 1m38.147s
9 – Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) 1m38.322s
10 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory) 1m38.412s
15 – Miguel Oliveira (Trackhouse Racing) 1m38.385s
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