Moto MotoGP 2024 – O que diz Miguel Oliveira antes do Grande Prémio de França

MotoGP 2024 – O que diz Miguel Oliveira antes do Grande Prémio de França


A semana de Grande Prémio de França de MotoGP ficou marcada, claramente, pela revelação oficial do esboço relativo ao novo Regulamento Técnico da categoria rainha e que será aplicado a partir de 2027. Com este cenário como destaque no fim de semana francês, Miguel Oliveira não fugiu ao tema, e por entre a sua abordagem mais técnica ao que vai acontecer em pista, o português deu a sua opinião sobre os novos regulamentos.

O grande foco de Miguel Oliveira será continuar a trajetória positiva e de melhores resultados que trouxe de Espanha para França.

O piloto da Trackhouse Racing vem de um duplo 8º lugar nas corridas da quarta ronda da temporada 2024, e nesta ronda francesa vai procurar consolidar os resultados, mas também mostrar que as novas soluções testadas em Jerez na sua Aprilia RS-GP24 vão ser um passo em frente em termos de performance.

Em conversa com a imprensa já no circuito de Le Mans, e em declarações que antecedem o início das atividades em pista no Grande Prémio de França, Miguel Oliveira não esconde muito o seu jogo e começou por referir que o facto de não ter ainda pilotado a Aprilia neste traçado, não terá qualquer influência na forma como enfrenta o fim de semana:

“Penso que não. Penso que é uma questão de lidar de maneira normal como fazemos todos os fins de semana. Não há nenhuma coisa em particular a que tenhamos de prestar atenção quando chegamos (a um circuito) e não pilotámos a Aprilia na temporada anterior. Também porque é uma moto muito diferente, e de qualquer forma não importa a experiência do ano passado. Portanto será uma abordagem normal”.

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O circuito onde se disputa o Grande Prémio de França será uma mudança bastante grande em termos de ‘layout’ em comparação com o circuito espanhol Jerez Ángel Nieto, onde a sua Aprilia RS-GP24 esteve em destaque tanto na Sprint como depois na corrida principal do GP de Espanha.

Tendo em conta as características do circuito, Miguel Oliveira não se mostra particularmente ‘preocupado’ com o potencial da moto italiana neste fim de semana, nomeadamente num circuito mais do tipo ‘Stop&Go’ e revela confiança na capacidade da sua moto se adaptar e mostrar em bom plano desde o primeiro momento:

“Olhem para o Viñales a fazer a corrida que fez no Texas… não é o típico circuito para-arranca porque os pontos de travagem são prolongados e é também muito largo. Aqui (em Le Mans) é mais estreito, um bom bocado. A passamos muito tempo a travar a direito. Penso que não estamos numa posição tão crítica como na temporada passada, por isso espero que consigamos ser competitivos. Não creio que a moto nos vá impedir de ter um bom desempenho”.

E para conseguir esse bom desempenho será que o piloto português vai ter à sua disposição alguma coisa testada em Jerez?

“Sim, algumas coisas. Em especial ideias de suspensão dianteira e amortecedor traseiro que testámos em Jerez e vamos ter aqui. E também não testámos grandes componentes que nos desse uma enorme vantagem, deixamos isso para outro momento. Por agora só vamos usar aqui as ideias de suspensões que testámos”, destaca o piloto da Trackhouse Racing.

E se o foco imediato está no Grande Prémio de França, podemos dizer que o novo Regulamento Técnico de MotoGP para 2027 está a ser um dos assuntos no paddock em Le Mans.

Sobre o futuro da categoria rainha, Miguel Oliveira dá a sua opinião, destacando não apenas a questão da cilindrada ou aerodinâmica, mas também os sistemas de ajuste da altura das motos ou ainda os combustíveis 100% obtidos de matéria não fóssil:

“Julgo que temos uma base tão grande e uma boa experiência com o motor de 1000 cc que penso que podíamos limitar muito mais os custos utilizando algum tipo de tecnologia diferente aos motores 1000 cc, do que passando para os 850 cc. Ficarei contente por pilotar um deles (protótipos com o novo motor). A questão do combustível é para mim também difícil de entender, porque energia 100% renovável é difícil, o preço por litro é elevado. Também teremos de ter uma empresa a certificar isto para todos os fabricantes. Portanto, existem custos associados a isto. Eu não fiquei desapontado, mas esperava algo diferente em termos de motor. Passar para os 850 cc não é a minha coisa favorita entre todas as novidades, mas desistir dos dispositivos ‘holeshot’, com isso concordo totalmente. Esse (a aerodinâmica limitada) é um grande ponto de interrogação. Sinto que agora chegámos a um ponto em que na verdade ultrapassar é difícil por causa da aerodinâmica que torna as motos mais pesadas, por causa das pressões dos pneus, mas também por causa da velocidade que atingimos ao chegar a uma curva. Se reduzirmos a velocidade ao chegar à curva, provavelmente vais ser mais fácil ultrapassar. Mas penso que as limitações na aerodinâmica não vão limitar assim tanto, por isso ainda vai ser possível ter muita carga aerodinâmica”.

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