Estamos a menos de 24 horas do arranque das atividades em pista para a sexta ronda da temporada. E num dia marcado pela confirmação do abandono de Aleix Espargaró (Aprilia Racing) no final da temporada 2024, temos também em destaque o português Miguel Oliveira.
Antes do Grande Prémio da Catalunha de MotoGP o piloto da Trackhouse Racing abordou um conjunto de temas, nomeadamente o seu futuro, que se torna agora mais relevante tendo em conta a decisão de Aleix Espargaró.
Começando por fazer uma análise mais técnica ao que poderemos esperar do #88 e da sua Aprilia RS-GP24 no próximo fim de semana na Catalunha, Miguel Oliveira refere que “Sabemos que Barcelona é um dos circuitos onde o desgaste dos pneus é maior. E a corrida quase sempre acaba por se transformar numa maratona onde tentamos dar tudo, mas sem acabar com os pneus. Temos de encontrar um setup na moto que nos permita gerir esta situação sem perder muito espaço na distância mais longa. Temos bons dados do ano passado, fui competitivo, mas não no potencial máximo, e isso ensinou-nos algumas coisas que vamos usar este ano”.
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Seja de que prisma analisarmos as presenças de Miguel Oliveira nos eventos disputados no circuito Barcelona-Catalunha, a verdade é que o português tem por hábito ser muito competitivo.
Basta pensar que já aqui venceu em MotoGP numa prestação fantástica, então com uma KTM, mas mesmo com a Aprilia RS-GP22 conseguiu na temporada passada terminar a corrida Sprint em 6º e no Grande Prémio da Catalunha fechou a corrida principal em 5º.
Existirá alguma explicação para que este circuito catalão seja tão ‘bom’ para o Miguel Oliveira?
“Tenho de ser honesto, verdadeiramente eu não sei porque é que sou sempre competitivo em todas as categorias aqui em Barcelona. O mesmo vale para Valência, que não é uma das minhas pistas favoritas. Definitivamente prefiro pistas mais fluidas às stop-and-go, adaptam-se melhor ao meu estilo, mas depois também fui competitivo em Le Mans”.
E quais foram as lições que a equipa aprendeu no ano passado e que em 2024 poderão servir para a Trackhouse Racing afinar a Aprilia RS-GP24 da melhor forma?
“Os técnicos da equipa registam todas as minhas palavras. Os comentários do ano passado são um bom ponto de partida, especialmente aqueles que foram feitos após a corrida principal que são os mais valiosos. A degradação do pneu dianteiro é muito importante aqui e temos algumas ideias para solucionar isso, mas está claro para nós que muitas referências mudam de ano para ano, por isso vamos saber mais amanhã”, afirma Miguel Oliveira, referindo-se aos primeiros treinos que serão disputados no primeiro dia do Grande Prémio da Catalunha.
O piloto português foi também questionado sobre o seu futuro em MotoGP.
Com tantas dúvidas sobre quais pilotos é que vão assinar contrato com determinadas equipas, Miguel Oliveira é também um dos nomes que estará em cima da mesa de negociações de muitas equipas.
Com cinco vitórias em MotoGP, sendo vice-campeão em Moto3 e Moto2, é natural que o piloto natural de Almada seja bastante cobiçado e veja o seu talento reconhecido ao mais alto nível.
Ainda assim, Miguel Oliveira refere que “Vejo um bom futuro para mim na Aprilia, logicamente eles deram prioridade aos pilotos de fábrica, e agora vamos ver o que vai acontecer no futuro próximo, mas estou bastante calmo. Obviamente é sempre bom continuar com uma moto que conhecemos em vez de uma mudança, mas neste momento todos estão a piscar o olho uns aos outros à espera que alguém saia com a miúda da discoteca. Por isso antes de alguém dar esse primeiro passo todos temos de continuar a dançar e a pagar as bebidas”.
Com o seu futuro em aberto, Miguel Oliveira vai ter em cima da mesa diversas opções. Mas qual será a preferida?
“Obviamente que existe uma grande especulação sobre isso. Todos os pilotos claramente têm como objetivo principal ter uma moto competitiva numa equipa competitiva, e com um bom salário e tratamento diferente a escolha do futuro de cada um ganha uma perspetiva diferente. Não penso que seja um bom investimento quando estás bem na tua conta bancária e mal na pista. No final do dia, a nossa vida é isto, é tudo o que temos, e todos os movimentos são baseados na esperança de que o investimento vai render. Agora todos têm contratos de dois anos, estamos a assinar pelas duas últimas temporadas desta era do MotoGP, penso que não vai mudar muito nestes dois anos. Por agora, continuo focado no presente, ainda é um futuro distante”.
Claro que a presença no projeto da Aprilia em MotoGP assume diversos contornos. Para Miguel Oliveira isso significa contribuir para o desenvolvimento da moto de Noale. Algo que em 2024 é uma missão completamente diferente do que foi em 2023, muito devido à moto e condições que tem à sua disposição, conforme afirma Miguel Oliveira:
“Houve um ano em que contribuí muito nesse aspeto, mas estava a competir com uma moto com um ano e basicamente a repetir o que os outros pilotos disseram, embora de uma maneira diferente. Obviamente que o feedback melhora muito quando estamos todos na mesma moto, que é o que está a acontecer este ano. Está claro que não é fácil dar o mesmo apoio de fábrica a uma segunda equipa que é o que fizemos este ano, temos um engenheiro de performance para cada um na box. A principal diferença numa equipa de fábrica é que temos 100% da atenção ao longo do dia, e não apenas uma reunião no final do dia quando te tentam dar uma ajuda”.
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