Moto Portugal de Lés-a-Lés – Passeio de Abertura serve de aquecimento

Portugal de Lés-a-Lés – Passeio de Abertura serve de aquecimento


Tal como estava previsto, milhares de motociclistas apaixonados pelas grandes viagens reuniram-se em Portimão. Foi na cidade algarvia que a Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal preparou as Verificações Técnicas e Documentais do 26º Portugal de Lés-a-Lés, e foi aí que os mototuristas partiram para o Passeio de Abertura.

Este primeiro momento de aquecer motores e pneus serviu para descontrair depois de muitos dos mais de dois mil participantes do Portugal de Lés-a-Lés já terem percorrida centenas de quilómetros para chegarem a Portimão.

Um Passeio de Abertura, conforme nos conta o Gabinete de Imprensa do Portugal de Lés-a-Lés, que animou o programa de festas do centenário de elevação a cidade, levando os participantes a revisitar algumas das mais emblemáticas belezas locais, da espetacularidade das tranquilas paisagens das praias da Rocha, do Vau e do Alvor, com areais magníficos e águas cálidas, até à adrenalina sentida no Autódromo Internacional do Algarve.

Mesmo sem colocar os pneus pagãos em asfalto sagrado, a oportunidade única de visitar o mesmo espaço que recebe anualmente Miguel Oliveira e companhia deu para sentir o ‘cheirinho’ das mais importantes competições do mundo das duas rodas.

Do MotoGP ao Mundial Superbike, que regressa a esta freguesia da Mexilhoeira Grande de 9 a 11 de agosto. Os participantes do Portugal de Lés-a-Lés mais adeptos da adrenalina deste campeonato até puderam adquirir bilhetes, no local, beneficiando de um desconto especial de 20%.

E deu até para ver e ouvir o cantar os motores de Moto2, Stocksport 600 e Moto3, em testes de preparação para a 3ª prova do FIM Junior GP, de 21 a 23 de junho no traçado algarvio.

Um passeio de contrastes

Um arranque tranquilo, da mesma cidade que, em 2001 assistiu à partida da 3ª edição do Portugal de Lés-a-Lés, então ainda no formato de 24 horas ‘non-stop’, mas sem tamanha animação e com um palanque bem mais modesto.

Uma festa que começou cedo, com as indispensáveis Verificações Técnicas e Documentais, garantia que todos os participantes cumprem os requisitos legais e de segurança para andar na estrada.

O palco, montado na ampla zona ribeirinha de Portimão, nas margens do rio Arade, vestiu-se de cor e animação, com motos de todos os tamanhos e feitios. Das enormes Honda GoldWing ou BMW K1600 ao pelotão das pequenas ‘cinquentinhas’.

Gente destemida, com longos quilómetros de aventuras e diversão nas Casal, Famel ou Sachs, que chegou de Santo Estevão, freguesia de Benavente. Com muitos autocolantes do Lés-a-Lés comprovativos de inúmeras presenças, trouxeram, em 2024, uma equipa de 8 elementos. Menos do que o costume – em 2023 foram 25, em jeito de homenagem à 25ª edição da grande maratona… -, mas, ainda assim, mais de metade dos ciclomotores presentes, contando com a presença do bem conhecido Rodolfo Sampaio.

Ex-piloto de grande calibre no Nacional de Enduro e Todo-o-Terreno na década de 1990, com vários títulos no palmarés que arranca para o seu segundo Lés-a-Lés com a mesma pequena e curiosa ‘chopper’ Honda baseada numa Monkey.

Uma moto que “Depois de rolar desde Santo Estevão, e de fazer os mais de 1000 quilómetros do evento, há de regressar a casa sempre por estradas nacionais. Porque esse é o verdadeiro espírito desta aventura! Afinal, a viagem de ida para o ponto de partida e o regresso desde a cidade de chegada são parte integrante desta fabulosa passeata”, remata o sempre bem-disposto Rodolfo Sampaio.

Um passeio de inúmeras e surpreendentes descobertas. Como aconteceu no Museu de Portimão que, de forma simples e divertida, num espaço moderno, eloquente e com muita variedade, explica as várias fases históricas do concelho e os seus personagens. Espaço museológico instalado numa antiga fábrica de conservas de peixe, explicando de forma extremamente vívida os vários passos desta indústria.

Desde a chegada e preparação do peixe até ao processo de embalagem.

Não menos importante é a síntese do desenvolvimento social, económico e cultural das comunidades locais, começando na pré-história com um precioso diorama do monumento megalítico de Alcalar, onde passaria a caravana um pouco mais tarde. Numa viagem bem mais rápida que os seis anos que demorou a concretizar esta espetacular maqueta!

Museu que muitos viram com enorme atenção – até porque estava mais fresco do que no exterior… – aproveitando para conhecer detalhes da presença islâmica ou dos mestres ligados à navegação e atividade piscatória, passando por uma espetacular exposição de um projeto de fotografia que documenta os locais de detenção contemporâneos chamado “The Portuguese Prison Photo Project”.

Um desafio para todos os gostos

Um desafio que muitos dos participantes aceitaram, bem mais do que aqueles que responderam positivamente ao desafio lançado pelo ‘road-book’ de passear, a pé, pela Paisagem Protegida da Ria de Alvor e descobrir a fauna e flora de uma lagoa alimentada por 4 ribeiras (Odiáxere e Arão, Farelo e Torre).

Mas o tempo quente e abafado tornava-se mais apelativo para momentos de descontração, desfrutando calmamente de uma refeição numa das muitas esplanadas na vila piscatória de Alvor.

Ganhando apetite para a travessia da freguesia da Mexilhoeira Grande rumo ao Autódromo Internacional do Algarve, onde foi possível sentir a adrenalina da competição, antes de visitar outro ponto de interesse, bem mais antigo e de uma monumentalidade diferente.

A composição megalítica de Alcalar foi, há cerca de 5000 anos, parte integrante de um amplo povoado que era lugar central do território que vai da Ria de Alvor ao sopé da Serra de Monchique.

Visitado que estava o destaque histórico do dia, tempo para regressar à casa de partida, em plena zona ribeirinha de Portimão, fazendo nova travessia do Rio Arade. Isto já bem perto da foz onde termina o trajeto de 75 km desde a nascente na zona do Malhão, em plena serra do Caldeirão, de um rio que foi de grande importância na época dos Descobrimentos, quando era navegável até Silves.

O mais importante curso de água do Barlavento Algarvio e o segundo rio de maior caudal, depois do Guadiana, divide a serra xistenta do barrocal calcário e tem uma fauna e flora riquíssima e muito diversificada, ao longo dos sapais onde existem inúmeras áreas de nidificação.

Foi um volta curta mas recheada, e que terminou com o jantar servido no moderno espaço multifuncional criado na Antiga Lota de Portimão, mesmo junto à Ponte Velha, no final de um dia longo, iniciado com as Verificações Técnicas, que tanta animação gerou na zona ribeirinha do Arade.

E de onde arrancaram os aventureiros na madrugada desta sexta-feira, a partir das 6 horas, rumo a Évora, numa tirada longa de 460 quilómetros, com 10 horas de condução para atravessar a serra algarvia de oeste para este, subindo depois rumo ao Alentejo sempre na zona raiana. Dia de paisagens variadas e muitas curvas onde não faltam vários Oásis para ir repondo as energias.

Galeria – Portugal de Lés-a-Lés – Passeio de Abertura e Verificações Técnicas

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