Quando em meados do passado mês de setembro surgiram informações de que existiria uma vontade dos responsáveis pelo MotoGP em ‘congelar’ o desenvolvimento dos motores dos protótipos da categoria rainha, a verdade é que essa possibilidade não passava de rumores de paddock.
Porém, Carlos Ezpeleta, diretor desportivo da Dorna Sports, detentora dos direitos do MotoGP, acabou por confirmar que de facto essa alteração de regulamentos de MotoGP está no horizonte.
De acordo com este responsável da Dorna Sports, que concedeu uma entrevista ao portal indonésio MotoGP Trans7 – clique aqui para ver a entrevista completa –, a proposta já foi mesmo submetida para aprovação dos fabricantes que competem atualmente nesta categoria, sendo que está agora nas suas mãos a decisão de ‘congelar’ o desenvolvimento dos atuais motores a partir de 2025.
A implementação desta medida tem um objetivo bastante óbvio: tendo em conta que os fabricantes estão a trabalhar (gastar dinheiro) nos novos motores de 850 cc para competir a partir de 2027, a Dorna Sports procura reduzir os custos de competir em MotoGP nas temporadas 2025 e 2026 ao regulamentar que os motores ficaram selados a partir do primeiro Grande Prémio da próxima temporada.
Todos os fabricantes podem assim trabalhar numa nova especificação dos atuais motores de 1000 cc até esse primeiro GP de 2025, sendo que a partir desse momento essa especificação será homologada, e permanecerá inalterada até à entrada em vigor dos regulamentos de 2027 com os novos motores 850 cc.
Carlos Ezpeleta destaca que este regulamento será aplicado aos fabricantes que estão no grupo A, B e C das regras referentes às Concessões de MotoGP. O que significa que os fabricantes menos competitivos, Honda e Yamaha, por estarem inseridos no grupo D, terão ainda a liberdade de continuar a trabalhar nos seus atuais motores ‘mil’, e em simultâneo desenvolver os novos motores ‘oito e meio’.
Para a Yamaha esta será uma solução altamente vantajosa, pois a casa de Iwata, por intermédio de diversos elementos ligados ao projeto de MotoGP, mas, mais precisamente, Lin Jarvis, diretor da Yamaha Motor Racing, confirmou estar a trabalhar num novo motor V4 para além do seu motor quatro cilindros em linha que usa na YZR-M1.
De acordo com Carlos Ezpeleta, “É uma proposta que a Dorna submeteu. Ainda não tem aprovação final dos fabricantes. O ‘congelamento’ vai ser para os fabricantes que não estão no grupo D das Concessões. Pensamos que é uma muito boa estratégia. É uma boa proposta que garante que os fabricantes se podem focar nos novos motores, as motos totalmente novas que estão a ser preparadas para 2027. Esperamos que (a proposta) seja aprovada em breve. Estamos muitos satisfeitos com a direção que está a ser tomada com os novos regulamentos, tanto em termos de resultados finais como da forma como estão a ser escritos. Estas notícias podem ser vistas como sendo uma preparação para as novas regras, por isso a esperança é que isto seja aprovado em breve. Deverá ser positivo para a competição”.
Com a cada vez mais forte probabilidade de ter motores ‘congelados’ no seu desenvolvimento nos próximos dois anos, isso também poderá ter impacto na competitividade de fabricantes como a Honda e a Yamaha.
Recordamos que atualmente os dois fabricantes japoneses já contam com diversos ‘benefícios’ de forma a acelerar a recuperação da competitividade que lhes falta em comparação com Aprilia, Ducati e KTM. Mas esses três fabricantes podem, no início de cada temporada, homologar um novo motor mais evoluído, o que os mantém sempre um passo à frente em relação à Honda e Yamaha.
Com a Aprilia, Ducati e KTM impedidas de evoluir os seus motores 1000 cc, poderemos antecipar que tanto a Honda como a Yamaha poderão vir a aproximar-se mais rapidamente da performance revelada nos últimos anos pelas marcas europeias em MotoGP.
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