Está terminado um ciclo ‘infernal’ de três fins de semana consecutivos a competir para os pilotos de MotoGP. Com a realização do Grande Prémio do Japão, acabou a primeira sequência da denominada ronda asiática da categoria rainha, e a corrida principal no Mobility Resort Motegi voltou a ter os habituais protagonistas que discutem o pódio.
A corrida de MotoGP, com os pilotos a terem de cumprir 24 voltas ao traçado nipónico, começou com o céu novamente carregado de nuvens bem cinzentas e ameaçadoras. Mas a corrida começou (e viria a terminar) com asfalto seco, embora a cerca de 15 voltas do final a Direção de Corrida tenha decidido mostrar bandeira branca a indicar aos pilotos que poderiam entrar na box para trocar de moto.
A corrida entrou nessa fase em modo “Flag-to-Flag”, pois em determinados pontos do circuito caíram algumas ‘gotas’ de chuva e a Direção de Corrida preferiu adiantar-se a qualquer situação. Destaque para que nenhum piloto da categoria rainha decidiu trocar para moto com pneus de chuva.
Mas antes disso já a corrida estava praticamente decidida.
Assim que os semáforos se apagaram dando início ao Grande Prémio do Japão de MotoGP, Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team), voltou a fazer um grande arranque e bateu o piloto da “pole position”, Pedro Acosta (Red Bull GasGas Tech3).
Imprimindo um ritmo diabólico na liderança, o italiano fez uma corrida isenta de erros e procurou rapidamente ganhar margem de segurança para os seus perseguidores, principalmente para prevenir qualquer ataque de Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) e Marc Márquez (Gresini Racing), os dois espanhóis a arrancarem, respetivamente, de 11º e 9º na grelha de partida.
A performance intocável de Bagnaia deveria dar-lhe a alcunha de ‘Pecco Perfetto’ (ou, neste caso, Pecco ‘Kanpeki’, perfeito em japonês). O bicampeão de MotoGP não falhou num momento crucial da temporada 2024, e concretizou a sua estratégia na perfeição, nunca sendo incomodado pelos rivais.
Um dos pilotos que poderia dar-lhe alguma luta era Pedro Acosta. Porém, e tal como na Sprint, o “rookie” espanhol voltou a sofrer uma queda, desta feita quando ocupava a 2ª posição na corrida do GP do Japão. Acosta viria a regressar à corrida, em último, mas, algumas voltas depois, entraria na box da GasGas para, visivelmente desalentado, desistir pela segunda vez nesta visita ao Mobility Resort Motegi.
Entretanto, as posições de pódio acabaram por ficar também rapidamente definidas.
Com Bagnaia a escapar na liderança, coube a Jorge Martin e Marc Márquez assumirem as ‘despesas’ da perseguição. Mesmo arrancando de posições mais atrasadas, os dois espanhóis não demoraram muito a conseguir chegar a 2º e 3º, sendo que no caso do ‘Martinator’, conseguiu chegar a estar a 8 décimas do líder e parecia que a sua recuperação poderia resultar numa batalha pela liderança.
Porém, Martin não conseguiu levar a sua recuperação até ao primeiro lugar, e viu Francesco Bagnaia gerir a corrida (e os pneus) de forma a garantir a vitória e a manter o seu rival mais direto na luta pelo título sempre a uma distância de segurança. Para o piloto da Prima Pramac Ducati um momento nas três voltas finais, quando quase perdeu a frente da sua Desmosedici GP24, deixou o aviso de que estava no limite.
Martin optou então por abrandar e garantir os importantes pontos do 2º lugar nesta corrida onde fez uma grande recuperação.
O mesmo se pode dizer de Marc Márquez. O oito vezes campeão do mundo garantiu mais um pódio, mas sofreu um pouco mais de pressão por parte de Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team). O italiano, sempre com uma parte final de corrida em crescendo, ainda chegou a aproximar-se perigosamente de Marc Márquez, mas o espanhol da Gresini Racing não vacilou e subiu novamente ao pódio no Japão.
Neste Grande Prémio do Japão podemos ainda destacar que a vitória de Francesco Bagnaia significa que Itália consegue a sua 900ª vitória em MotoGP, enquanto a Ducati voltou a dominar em termos de resultados do ‘Top 10’.
Das oito motos que a Ducati coloca em pista este ano, sete terminaram nos dez primeiros. No entanto, ao contrário do que aconteceu na Sprint em Motegi, desta vez não foram sete Ducati nas sete primeiras posições, pois Brad Binder (Red Bull KTM Factory) conseguiu intrometer-se na armada de Borgo Panigale.
Apenas Alex Márquez (Gresini Racing) falhou, pois abandonou logo no início da corrida. Isto porque colidiu com Joan Mir (Repsol Honda) na primeira volta, e os Comissários de MotoGP analisaram o que aconteceu tendo decidido penalizar o mais novo dos irmãos Márquez com uma “long lap” que terá de cumprir na corrida do Grande Prémio da Austrália.
Com estes resultados, temos agora os dois primeiros do campeonato separados por apenas 10 pontos! Jorge Martin ainda lidera, mas Francesco Bagnaia tem vindo a conseguir, aos poucos, aproximar-se do espanhol. E a próxima ronda do calendário é o Grande Prémio da Austrália, de 18 a 20 de outubro.
Resultados da Corrida de MotoGP do GP do Japão
1 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)
2 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)
3 – Marc Márquez (Gresini Racing)
4 – Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team)
5 – Franco Morbidelli (Prima Pramac Ducati)
6 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)
7 – Marco Bezzecchi (Pertamina Enduro VR46)
8 – Fabio di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46)
9 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)
10 – Jack Miller (Red Bull KTM Factory)
Classificação de MotoGP
1 – Jorge Martin – 392 pontos
2 – Francesco Bagnaia – 382 pontos
3 – Enea Bastianini – 313 pontos
4 – Marc Márquez – 311 pontos
5 – Brad Binder – 183 pontos
6 – Pedro Acosta – 181 pontos
7 – Maverick Viñales – 163 pontos
8 – Franco Morbidelli – 136 pontos
9 – Marco Bezzecchi – 134 pontos
10 – Fabio di Giannantonio – 134 pontos
14 – Miguel Oliveira – 71 pontos
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