A Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA) dos Estados Unidos referiu que abriu a investigação na quinta-feira, depois de a empresa ter reportado quatro acidentes quando os Teslas enfrentaram o brilho do sol, nevoeiro e poeira transportada pelo ar.
Além da morte de um peão, um outro acidente envolveu feridos, de acordo com a agência norte-americana citada pela agência de notícias Associated Press (AP).
Os investigadores vão analisar a capacidade do sistema “condução totalmente autónoma” para “detetar e responder adequadamente às condições de visibilidade reduzida da estrada e, em caso afirmativo, as circunstâncias que contribuem para estes acidentes”.
A investigação abrange cerca de 2,4 milhões de Teslas dos anos de modelo de 2016 a 2024.
A Tesla tem reafirmado que o sistema não pode conduzir sozinho e que os condutores humanos devem estar prontos para intervir em todos os momentos.
Na semana passada, a Tesla realizou um evento num estúdio de Hollywood para revelar um ‘robotáxi’ totalmente autónomo, sem volante nem pedais.
Musk, que já tinha prometido veículos autónomos, disse que a empresa planeia ter os Modelos Y e 3 autónomos a funcionar sem condutores humanos no próximo ano.
Os ‘robotáxis’ sem volantes estarão disponíveis em 2026, começando na Califórnia e no Texas, acrescentou o fundador da Tesla.
O impacto da investigação nas ambições de condução autónoma da Tesla não é claro. A NHTSA teria de aprovar qualquer ‘robotáxi’ sem pedais ou volante, e é improvável que isso aconteça enquanto a investigação estiver em curso.
Mas se a empresa tentar implementar veículos autónomos nos seus modelos existentes, a medida provavelmente cairá nas regulamentações estaduais. Não existem regulamentos federais focados especificamente em veículos autónomos, embora estes devam cumprir regras de segurança mais amplas.
A NHTSA disse ainda que vai verificar se outros acidentes semelhantes envolvendo o “Full Self-Driving” aconteceram em condições de baixa visibilidade e iria procurar informações junto da empresa sobre se alguma atualização afetava o desempenho do sistema nessas condições.
A agência iniciou a sua investigação a acidentes de piloto automático em 2021, após receber 11 relatos de que Teslas que usavam piloto automático atingiram veículos de emergência estacionados.
Em documentos que explicam por que razão a investigação foi encerrada, a NHTSA disse que detetou 467 acidentes envolvendo o piloto automático, resultando em 54 feridos e 14 mortes.
O piloto automático é uma versão sofisticada do ‘cruise control’, enquanto o “Full Self-Driving” foi considerado por Musk como capaz de conduzir sem intervenção humana.
A investigação aberta quinta-feira entra num novo território para a NHTSA, que anteriormente via os sistemas da Tesla como auxiliares dos condutores, em vez de conduzirem eles próprios.
Com a nova investigação, a agência está a concentrar-se nas capacidades de “condução totalmente autónoma”, em vez de simplesmente garantir que os condutores estão a prestar atenção.