A possibilidade de o britânico Lewis Hamilton (Ferrari) se tornar no piloto com mais títulos no Mundial de Fórmula 1 é um dos principais atrativos do Campeonato do Mundo de 2025, que arranca este fim de semana, na Austrália.
O piloto britânico trocou a Mercedes, equipa com a qual conquistou seis dos seus sete títulos (2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020, sendo que o de 2008 foi com a McLaren), pela Ferrari, que mostrou em 2024 estar a subir de forma.
“Sei perfeitamente como é uma equipa vencedora. E a paixão que se vive aqui não existe em mais lado nenhum”, frisou Hamilton há cerca de um mês, na pré-temporada.
Num campeonato com 24 corridas, o campeão Max Verstappen parte sem um dos principais ases de trunfo que o ajudaram a conquistar quatro títulos consecutivos, entre 2021 e 2024. O britânico Adrian Newey, considerado um ‘guru’ da aerodinâmica, abandonou a equipa durante o ano passado, ingressando, este ano, na Aston Martin.
Certo é que a segunda metade da última época foi penosa para a Red Bull, que perdeu o título de Construtores para a McLaren, que não vencia desde 1998, e o segundo lugar para a própria Ferrari.
A gestão de Verstappen e uma pilotagem épica no Grande Prémio do Brasil, onde recuperou de 17.º até ao primeiro lugar, à chuva, permitiram ao piloto dos Países Baixos conquistar o tetra. O abaixamento de desempenho custou mesmo o lugar ao mexicano Sérgio Pérez, substituído pelo neozelandês Liam Lawson.
Contudo, o britânico Lando Norris (McLaren), principal opositor de Verstappen no ano passado, surge agora com mais experiência e com o melhor carro da grelha.
O ano de 2025 será o último com os atuais regulamentos técnicos, que mudarão em 2026, ano de entrada da Audi no Grande Circo.
Esta temporada poderá ser das mais renhidas dos últimos anos. Depois de um domínio avassalador da Red Bull em 2023, com 21 vitórias em 22 corridas, o ano passado já foi mais disputado, com Verstappen a triunfar em nove corridas, Norris em quatro, Charles Leclerc (Ferrari) em três, Oscar Piastri (McLaren) em duas, tantas como Carlos Saiz (Ferrari), George Russell (Mercedes) e Hamilton.
Sete pilotos subiram ao degrau mais alto do pódio, quando em 2023 tinham sido apenas três (Verstappen, por 19 vezes, Sérgio Pérez, por duas, e Carlos Sainz, por uma).
Os testes de pré-temporada mostraram que a McLaren parte como favorita, com a Red Bull a evidenciar algumas dificuldades e a Mercedes bastantes, com a agravante de ter perdido um veterano — Hamilton — por troca com um estreante, o italiano Andrea Kimi Antonelli, de 17 anos.
“Sei perfeitamente que, neste início de temporada, sou o favorito para muita gente, assim como a equipa. Mas sempre me dei melhor a trabalhar sob pressão. Consigo concentrar-me muito mais”, avisou na pré-temporada, Lando Norris, que persegue na McLaren o seu primeiro título mundial.
A surpresa do inverno tem sido a Williams, que convenceu o espanhol Carlos Sainz a juntar-se às suas fileiras após a saída da Ferrari e surge como uma das mais competitivas nos ensaios realizados.
Dependendo dos resultados no início da temporada, algumas equipas poderão mudar o foco para a evolução do carro do próximo ano, em que a mudança de regulamentos promete trazer uma nova correlação de forças no pelotão.
Pelo terceiro ano consecutivo, haverá corridas sprint, mais pequenas (100 quilómetros) e disputadas ao sábado, a somar às 24 corridas de domingo.
Este ano, estão previstas seis. China, Miami, Estados Unidos, Brasil e Qatar mantêm as corridas sprint, tal como em 2024. A única alteração será a troca do Grande Prémio da Áustria pelo da Bélgica, em Spa-Francorchamps.
Este ano mantém-se o figurino adotado em 2024, com treinos livres mais qualificação para a sprint na sexta-feira, corrida sprint e qualificação para a corrida principal a decorrerem no sábado, ficando o domingo reservado para a corrida.
O campeonato arranca na Austrália, com a corrida prevista para a madrugada de domingo (4:00 em Lisboa).