Desde abril que o fornecimento de minerais raros e magnetos da China estava a ameaçar seriamente a indústria automóvel – temendo-se, até, uma paragem total na produção. Mas agora há sinais mais encorajadores.
De acordo com a agência Reuters, a cadeia de fornecimento está, agora, a começar a fluir novamente, com licenças suficientes para os fornecedores europeus poderem evitar as perturbações fortes que se receavam. Nils Poel, diretor de assuntos de mercado a CLEPA – Associação Europeia de Fornecedores Automóveis, acredita que não vão existir pausas totais de produção em julho como se chegou a temer, mas admitiu: “Talvez aqui e ali seja afetada uma linha de produção, mas evitámos isso por enquanto“.
Ainda não é um cenário ideal nem que afaste por completo a ameaça, uma vez que o ritmo de emissão de licenças de minerais críticos aumentou de 25 para 60 por cento. Muitas, ainda estão pendentes. A China garantiu a aprovação do mínimo essencial para evitar pausas de produção na Europa, segundo disse à já mencionada agência noticiosa um responsável europeu que não quis ser identificado. O que é suficiente para afastar o cenário delicado de há poucas semanas e ser menos provável assistir a uma paragem da produção.
Por outro lado, ainda há condicionantes, como a maior demora no caso de mercadorias que têm de passar por países terceiros e para os clientes finais dos Estados Unidos da América. Nesse país, o diretor-executivo da Dexter Magnetic Technologies, Joe Stupfel, revelou que desde abril só foram recebidas cinco das 180 licenças, falando de um “atraso alargado”.
A questão do fornecimento dos minerais raros da China está ligada à guerra das tarifas impostas pelos EUA de Donald Trump. Na quinta-feira passada, foi anunciada a assinatura de um acordo, no sentido de aumentar o ritmo de emissão de licenças de minerais raros da China.
Dois dos maiores conglomerados automóveis baseados na Europa, Stellantis e Volkswagen, confirmaram à Reuters que as necessidades imediatas estão atendidas. No entanto, o diretor-executivo da Ford, Jim Farley, admitiu que nas últimas semanas tiveram de ser encerradas fábricas da marca nos EUA por complicações decorrentes da escassez de magnetos e minerais.
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