Os carros usados são, habitualmente, mais acessíveis do que os novos equivalentes. Há negócios tentadores – uns realmente vantajosos, outros não tanto devido às condições do veículo. Que quilometragem ou idade deve ter em conta?
Estes podem não ser, necessariamente, os fatores mais determinantes. Segundo a secção El Motor do jornal El País online, é recomendável evitar carros com mais de dez anos de idade e 100 mil ou mais quilómetros marcados.
No entanto, independentemente da distância percorrida e da idade, a falta de manutenção e de cuidados de utilização pode comprometer as condições do automóvel. E até o tipo de uso influencia, naturalmente, o estado da viatura.
Quando a diferença de quilometragem entre carros à escolha é baixa, a escolha é mais difícil. Desde logo, deve perceber o histórico de manutenção. Os recibos ou os registos de reparações são os melhores instrumentos. O histórico de utilização também deve ser tido em conta, se possível – foi usado em pisos regulares ou acidentados? Em estradas movimentadas ou fluídas? Em terrenos planos ou inclinados? Em autoestrada ou estrada nacional?
Todos estes cenários representam diferentes níveis de exigências para os componentes do automóvel. Inclusive com a mesma quilometragem, um carro habituado a trânsito citadino e um usado em tráfego rural devem ter níveis de desgaste distintos entre si.
Se um carro tiver uma alta quilometragem para a sua idade (a média considerada varia dos 12.000 aos 15.000 km por ano), há que ter alguma cautela. O normal para um carro com cinco anos seria, portanto, algo como 60.000 a 75.000 km.
Mas também pode acontecer que se depare com carros cuja quilometragem é invulgarmente baixa para a idade do veículo. Alguns proprietários deixam a viatura parada numa garagem, usando-a nunca ou raramente. Ao vendê-la, podem usar a quilometragem baixa para aumentarem o valor.
No entanto, falta de uso não significa falta de desgaste. Antes pelo contrário, borrachas, vedações e juntas podem ficar ressequidas e quebrarem-se, para além de existirem fugas de líquidos… precisamente devido à falta de funcionamento. Estes problemas afetam, essencialmente, carros mais antigos que poucos quilómetros acumularam ao longo da sua vida.
Poupa dinheiro com muita quilometragem? Mais quilometragem significa, habitualmente, um preço menor. Mas a manutenção também pode sair mais cara, especialmente se não tiverem sido efetuadas recentemente as trocas de alguns componentes como correias de distribuição ou pastilhas de travões.
Um veículo mais antigo, independentemente da quilometragem, também pressupõe o risco de avarias inesperadas e mais frequentes, pelo avançar da idade – não é, simplesmente, possível que uma viatura dure para sempre. Os componentes estão sempre sujeitos ao acumular dos anos (como a ferrugem que afeta os metais, por exemplo).
Então, a idade e a quilometragem são importantes de considerar, mas apenas dois dos elementos na equação para escolher o seu carro usado.
Leia Também: Está na hora de mudar os pneus? Dicas para uma escolha adequada