Sem categoria Como o acordo tarifário entre EUA e Europa afeta o setor automóvel

Como o acordo tarifário entre EUA e Europa afeta o setor automóvel


A União Europeia e os Estados Unidos da América chegaram, finalmente, a um entendimento para aliviar as tarifas alfandegárias. No âmbito do acordo, os automóveis ficam sujeitos a uma taxa de 15 por cento.

 

Segundo um comunicado da Comissão Europeia, este é o valor que se estende “à maioria dos setores” dos bens que os EUA vierem a exportar da Europa. É exatamente metade dos 30 por cento que Donald Trump chegou a ameaçar há algumas semanas.

Também os construtores japoneses vão ficar sujeitos a tarifas de 15 por cento, conforme anunciado na semana passada. Na altura, o presidente do Conselho Americano de Política Automóvel, Matt Blunt, expressou preocupações: “Os fabricantes automóveis americanos ainda precisam de rever os detalhes do acordo EUA-Japão, mas qualquer acordo que aplique tarifas mais baixas às importações japonesas virtualmente sem conteúdo dos EUA do que às tarifas impostas a veículos norte americanos com alto conteúdo dos EUA é um mau acordo para a indústria dos EUA e para os trabalhadores do setor automível dos EUA”, disse citado pela CNN.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que foi o melhor acordo possível. Considera que este entendimento “entre as duas maiores economias do mundo” trará “estabilidade e previsibilidade” a empresas e consumidores.

Donald Trump, presidente americano, também destacou a relevância deste acordo: “Penso que é o maior acordo que alguma vez fizemos”.

Da parte da UE, fica o compromisso de investir 600 mil milhões de dólares nos Estados Unidos da América, assim como adquirir muito mais energia (na ordem dos 750 mil milhões de dólares) e equipamento militar àquele país (“centenas de milhões de dólares”), nas palavras de Donald Trump.

E, caso as metas não sejam cumpridas, o presidente americano pode aumentar as tarifas – informa um porta-voz da administração americana citado pela Reuters.

Com este acordo, as exportações de automóveis da Europa para os Estados Unidos da América conseguem um cenário de maior alívio face ao que podiam ter enfrentado sem um entendimento entre os dois blocos.

No entanto, não é uma situação de mercado livre como dentro da União Europeia. E, nos últimos meses, vários construtores admitiram aumentar os investimentos na produção nos EUA.

As próprias empresas alemãs (BMW, Mercedes e Volkswagen) tentaram ‘acenar’ com planos de expansão para obterem um entendimento com os EUA. A Mercedes chegou, até, a propor uma solução de paridade: “Por todos os carros que saiam dos EUA ou da Europa, um carro do outro lado entra isento de impostos”, comentou o diretor-executivo Ola Kaellenius ao Der Spiegel em junho.

Leia Também: EUA e UE acordaram tarifas de 15%. Eis as reações (e o que está em causa)

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