Sem categoria Mítico Citroën 2CV despediu-se há 35 anos (em Portugal)

Mítico Citroën 2CV despediu-se há 35 anos (em Portugal)


Um dos ícones da indústria automóvel é o Citroën 2CV. Protagonista de filmes, séries e até livros, marcou várias décadas ao longo do século XX. As últimas unidades foram produzidas a 27 de julho de 1990 – fez, este domingo, 35 anos.

 

E tal aconteceu em Portugal, na fábrica de Mangualde. A página oficial da Stellantis conta: “O último 2CV saiu da fábrica de Mangualde, em Portugal, 42 anos após o seu lançamento, às 16h30 do dia 27 de julho de 1990”.

Naquelas instalações foram produzidas 81.882 unidades entre 1964 e 1990, em diversas variantes – sobretudo do 2CV ZL (79.914), mas também do 2CV Furgão (AZU) e do 2CV Furgão (AK).

Do TPV ao 2CV, com a guerra pelo meio

Um Citroën 2CV amarelo e, à sua direita, o TPV© Eric Feferberg/AFP via Getty Images  

As origens deste lendário modelo remontam aos anos 1930 e ao Toute Petite Voiture (TPV) de Pierre Jules Boulanger. O primeiro protótipo surgiu em 1937, com capacidade para até quatro pessoas e uma velocidade máxima de 50 km/h.

A Segunda Guerra Mundial colocou em suspenso os planos para os anos seguintes, que passavam pela apresentação de 250 modelos em pré-produção no Salão de Paris de 1939. Quase todos os exemplares produzidos foram destruídos, mas quatro foram mantidos em segredo no Centro de Testes da Citroën em La Ferté-Vidame.

Depois do sangrento conflito, o Citroën 2CV tornou-se, finalmente, uma realidade. A produção começou em julho de 1949 – ou seja, há 76 anos. O automóvel não tinha, realmente, 2 cv de potência – o motor era um bicilíndrico de 9 cv e 375 centímetros cúbicos de cilindrada.

Os designers do automóvel foram André Lefèbvre, Flaminio Bertoni, Walter Becchia e Marcel Chinon.

Com o passar das gerações, o motor foi evoluindo e, nos últimos anos, atingiu os 33 cv de potência e 602 centímetros cúbicos de cilindrada.

A popularidade foi rápida, graças às suas dimensões, design, economia, conforto e versatilidade (tinha bancos amovíveis). Logo em 1950, existiram prazos de entrega de seis anos.

Múltiplas versões

Versão furgão do Citroën 2CV© Travelling Tourist / Shutterstock  

Mas não existiu apenas uma versão do 2CV. Longe disso. Ao longo das mais de quatro décadas de produção, surgiram versões furgão (o 2CV AU em 1951 foi a primeira, enquanto em 1954 estreou-se o 2CV AZ com embraiagem centrífuga). Também existiram edições especiais, como o Spot, Charleston e Cocorico.

A sua origem foi como um sedan de quatro portas, mas também assumiu a forma de furgão e de carrinha de caixa aberta de duas portas e até de hatchback de cinco portas. E foi usado não só por condutores privados, como também por autoridades policiais e exércitos.

A fiabilidade também foi uma imagem de marca, como comprovado pela participação em Raids (incluindo os Raid Paris/Cabul/Paris de 16.500 km e Raid Paris/Persópolis de 13.500 km).

Um ícone automóvel

Um encontro de Citroën 2CV em Mafra, Portugal© José Manuel Ribeiro/AFP via Getty Images  

Foram produzidas, ao todo, mais de nove milhões de unidades, em fábricas europeias, africanas, americanas e asiáticas.

Hoje em dia, o Citroën 2CV é um modelo apreciado pelos entusiastas e objeto de coleção para muitos, de restauro para outros e personalização para vários. É motivo de concorridos convívios e encontros de fãs em vários países. Ao longo dos anos, ganhou múltiplas alcunhas – umas mais ‘simpáticas’ do que outras.

Foi o carro dos irmãos Dupont e Dupont nos livros de Tintim ou o carro do pai de Mafalda na banda desenhada homónima. E até surgiu em ‘007 – Missão Ultrassecreta’, onde protagonizou inclusive uma perseguição policial. Por cá, muitos seguramente lembram-se dos Citroën 2CV de ‘Duarte e Companhia’.

Aventureiros inscreveram-no no Dakar e existe uma competição automóvel que mantém grande popularidade no Reino Unido até hoje composta apenas por 2CV – a Corrida de 24 Horas de 2CV, realizada anualmente em Snetterton.

A produção, essa, teve um fim em 1990, como já contámos. As regras de segurança e as exigências dos clientes que procuravam carros com mais desempenho, o Citroën 2CV perdeu espaço para modelos mais modernos, acabando por ser um produto de nicho

Regresso do Citroën 2CV à vista?

Várias marcas estão a trazer de volta à vida alguns ícones do passado, como aconteceu recentemente com os Renault 4 e 5 totalmente elétricos. Já a Skoda apresentou, em maio, um concept elétrico do seu Favorit.

Em janeiro passado, a publicação Autocar noticiou que a Citroën estará a equacionar uma versão moderna do 2CV. O seu diretor de design, Pierre Leclercq, “não fecha a porta” a modelos de design retro. Uma reedição deste ícone poderia ficar entre o Ami e o C3.

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