A empresa automóvel japonesa Nissan registou um prejuízo líquido de 677 milhões de euros, entre abril e junho, o primeiro trimestre do seu ano fiscal, devido à queda nas vendas e ao impacto das tarifas.
O terceiro maior fabricante automóvel japonês teve também uma perda operacional de 462 milhões de euros, enquanto o volume de negócios por vendas caiu 9,7% em termos homólogos, para 15,824 mil milhões de euros, segundo o relatório financeiro publicado hoje.
A perda líquida registada é menor do que a esperada pelos analistas consultados pela Bloomberg, mas reflete uma situação ainda difícil para o fabricante japonês, envolvido num grande processo de reestruturação.
Embora a evolução da sua oferta e as reduções de custos fixos “tenham permitido atenuar as perdas, o grupo continua a enfrentar ventos contrários, nomeadamente uma diminuição dos volumes de vendas, flutuações desfavoráveis das taxas de câmbio e o impacto dos direitos aduaneiros americanos”, indica a Nissan no relatório.
A empresa mantém as suas previsões para todo o exercício de 2025-2026, em 73 mil milhões de euros, mas escusa-se a fornecer previsões de lucros ou prejuízos num ambiente comercial ainda muito volátil.
As exportações de automóveis do Japão para os Estados Unidos estão sujeitas a uma sobretaxa de 25% desde abril pela administração Trump.
Os direitos aduaneiros totais sobre o setor devem ser reduzidos para 15%, de acordo com um acordo recentemente concluído entre Tóquio e Washington.
Neste contexto, a Nissan viu as suas vendas nos Estados Unidos, em número de unidades, recuarem 6,5% no período de abril a junho.
As vendas de automóveis também registaram uma forte queda no Japão (-11,1%) e na China (-27,5%), o seu mercado principal, onde enfrenta uma forte concorrência dos fabricantes locais, especialmente no setor dos veículos elétricos.
A Nissan anunciou em novembro que pretende reduzir em 20% a sua capacidade total de produção.
O grupo japonês anunciou ainda que pretende eliminar 20.000 postos de trabalho em todo o mundo até 2027.
“Estes resultados trimestrais lembram a urgência do nosso plano de recuperação. Durante o último trimestre tomámos medidas decisivas (…) Agora temos de ir mais longe e mais rápido para alcançar a rentabilidade”, refere o presidente executivo (CEO) da empresa, Ivan Espinosa, nomeado no final de 2024 para implementar a reestruturação do grupo.
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