Sem categoria Testámos o MINI Cooper C 1.5, um clássico muito moderno

Testámos o MINI Cooper C 1.5, um clássico muito moderno


Desde cedo que os MINI estão no imaginário de quem escreve este artigo. Um ‘velhinho’ MINI Cooper dos anos 1990 é a primeira memória automóvel e sempre ficou gravado: “Um dia, tenho de conduzir um”, pensava, quando era mais novo.

 

Essa hipótese surgiu, agora, para testar o MINI Cooper C 1.5, na sua versão de cinco portas. Ao longo de quatro dias, estivemos ao volante deste automóvel, em diferentes contextos de condução.

Um clássico moderno: clássico porque as linhas tradicionais MINI estão lá; moderno pela tecnologia e também pelo design atual sem desvirtuar a identidade MINI.

Este é o modelo de entrada, equipado com um motor turbocomprimido 1,5 litros três cilindros a gasolina, capaz de debitar uma potência de 156 cv. A caixa é automática de sete velocidades, com tração dianteira. Na gama, falta uma opção manual, que poderia ser apelativa aos mais puristas tendo em conta que é um carro de matriz tão clássica como é o MINI Cooper.

O primeiro contacto

MINI Cooper C 1.5© Notícias ao Minuto  

Nos primeiros metros, notámos desde logo uma rápida e eficaz resposta do acelerador e o silêncio a bordo. Os ruídos são discretos enquanto se está no habitáculo, incluindo aqueles vindos do motor – particularmente em rotações mais baixas, claro.

Também foi rapidamente notório o funcionamento suave da caixa de velocidades, com trocas de mudança praticamente imperceptíveis – quer nas sensações físicas, quer na audição. E, à medida que os quilómetros e as exigências de trânsito e condução se diversificaram, também se revelou um automóvel eficaz e responsivo nas travagens.

Ajudas à condução

Muitos dos quilómetros deste teste foram efetuados em estradas nacionais e dentro de localidades, em que a velocidade é mais baixa. Pois, bem, o MINI Cooper C é competente a ajudar a respeitar os limites a cada momento, com o seu limitador de velocidade. Ou, em alternativa, com o aviso quando se excede o máximo num determinado local – informação disponível claramente no sistema de navegação do carro.

Quanto ao cruise control, revelou-se eficaz e intuitivo de ativar, aquando dos curtos percursos em autoestrada que também tive a oportunidade de realizar neste teste. Igualmente útil é o aviso de saída de faixa, visual no painel e através de vibração no volante, que impede o condutor de o fazer por distração.

E, claro, não podemos deixar de destacar o muito útil alerta de ângulo morto – não só melhora a segurança, como também dá menos margem para incerteza quanto ao tráfego que vem atrás para fazer, por exemplo, uma operação de mudança de faixa para ultrapassar.

Outro aspeto que nos saltou à vista foi a câmara de visão traseira, que ajuda eficazmente a conferir se o espaço atrás do carro está desobstruído, em conjunto com os alertas de proximidade dos sensores.

Ecrãs práticos e infoentretenimento

Em termos de navegação, não há desculpas para tirar os olhos da estrada a olhar para o GPS. Este automóvel surge com um muito útil head-up display (HUD) no campo de visão normal do condutor, com a navegação e outras informações úteis para a condução.

Este HUD é recolhido quando o carro se desliga, deixando um tabliê liso e elegante. Em posição central encontra-se um ecrã circular. Este dá acesso às funções de entretenimento, mas também a uma vasta gama de controlos e dados do automóvel.

Senti que o sistema poderia ser um pouco mais intuitivo para acesso a alguns dos aspetos que podem ser exibidos. Alguns deles, claramente, só devem ser acedidos com o veículo imobilizado (ou pelo ‘pendura’), até porque não acrescentam ao exercício da condução instantaneamente.

De referir que o carro inclui o MINI Operating System 9 desenvolvido pelo grupo BMW. O desenvolvimento do sistema de infoentretenimento tem experiência portuguesa envolvida, fruto da Critical Techworks – uma parceria entre o grupo BMW e a empresa de Coimbra Critical Software.

Através do MINI Operating System 9, estão disponíveis todas as funções multimédia do carro – desde a afinada navegação que não deixou nada a desejar durante o teste, à reprodução multimédia ou do tradicional rádio, bem como à ligação ao smartphone.

Diversão a bordo

O ecrã central do MINI Cooper C 1.5© Notícias ao Minuto  

A sensação de condução go-kart está na génese do MINI Cooper C, com uma direção ágil e precisa e reação praticamente instantânea. Pudemos comprovar este comportamento anunciado.

Também ficou a sensação de uma suspensão particularmente rígida, que está longe de ser um problema para quem procura o que um MINI tem para oferecer. Mas, mesmo assim, este ‘hatchback’ consegue combinara sensação go-kart para o condutor com conforto competente para o seu segmento.

A MINI propõe-se a ter um carro divertido e, para além da agilidade sentida, um dos elementos que dá um carácter de diversão são os MINI Experience Modes (selecionáveis e exibidos no ecrã central circular).

Cada um dota o interior de uma experiência diferente e imersiva – desde o modo go-kart (com leituras de binário em Nm, potência em kW ou das forças G e da pressão do turbo) ao Eco em que há um bónus de autonomia, passando pelo Timeless que dá um tom retro ao ambiente ou por um sóbrio Balance.

Com os MINI Experience Modes, não só o ecrã digital central muda de aspeto e de dados, como também a própria iluminação ambiente. É uma forma de imergir o condutor e os ocupantes num interior que pode variar consoante o estado de espírito ou condução pretendida, tornando este MINI mais personalizado e divertido.

Achei o modo go-kart particularmente indicado a quem quem procura um ambiente de condução e, talvez, à condução em autoestrada. Já para um contexto mais descontraído, o Balance foi a minha opção comum.

Outro aspeto divertido do carro exige alguma escuridão para ser percebido: a projeção do logótipo da MINI no solo quando a porta se abre, dando logo as boas-vindas.

O interior

O tecido dos revestimentos interiores ao nível do tabliê e painéis das portas não é o mais agradável ao tato – um pouco áspero, complementando os materiais plásticos.

Mas os bancos são confortáveis, bem almofadados e revestidos num tecido liso e muito suave. O espaço é generoso para quem vai à frente e muito razoável para quem vai atrás.

Mas pode ficar um pouco reduzido se algum dos ocupantes da parte dianteira for maior e precisar de ter o seu banco numa posição mais recuada. E também há que mencionar o tejadilho panorâmico, que contribui para uma sensação de espaço e luminosidade.

Não fiz, durante o teste deste MINI Cooper C 1.5, distâncias grandes. Mas achei o apoio de braços central particularmente útil para repousar em viagens longas ou no ‘para-arranca’ que pode levar a prolongados minutos com os braços na mesma posição.

Há poucos controlos analógicos. Sinal dos tempos, que não agrada a todos – talvez em particular os fãs de automóveis mais puristas preferissem outro tipo de habitáculo.

Ainda assim, os poucos controlos analógicos que existem são intuitivos e dão um aspeto clássico pelo seu formato. Os botões no painel central incluem aquele que permite ligar e desligar o automóvel – não com um gesto de carregar, mas sim de rodar. Já as entradas de ar seguem um design clássico.

O sistema de climatização a bordo é totalmente controlado no ecrã circular central – que, como já mencionei, acredito que poderia ser um pouco mais intuitivo.

Este MINI pode não ser dos maiores carros no mercado – longe disso. Mas o porta-bagagens é surpreendentemente espaçoso (até 275 litros em configuração normal, podendo estender-se aos 925 litros com o rebatimento dos bancos traseiros).

Design exterior

MINI Cooper C 1.5, visto de trás© Notícias ao Minuto  

Na aproximação ao MINI Cooper C 1.5 de cinco portas, o carro é logo identificável com a longa linhagem da marca de origem britânica. Ao mesmo tempo, é um design moderno e dos tempos atuais.

Os faróis dianteiros redondos típicos foram mantidos, formando a ‘cara’ do automóvel com a grelha octogonal. Já as luzes traseiras têm um novo formato triangular que pouco me faz lembrar os MINI clássicos, mas remete para os modelos dos inícios dos anos 2000.

As óticas traseiras são visualmente ligadas por uma faixa de grandes dimensões (preta, neste caso) em que no centro está a inscrição Cooper por baixo do logótipo MINI centralizado.

O tejadilho em cor diferente da carroçaria faz lembrar o dos MINI mais antigos nas suas formas. Há um total de 11 cores de carroçaria, sendo a da unidade que nos calhou um refrescante azul Icy Sunshine Blue.

Visão geral

Dianteira do MINI Cooper 1.5© Notícias ao Minuto  

O MINI Cooper C 1.5 cinco portas revelou-se um carro divertido de conduzir, com respostas ágeis e imediatas da direção, aceleração e travagem.

Mesmo com alguns ‘toques’ mais desportivos, a experiência de condução não deixa de ser a de um citadino, sem extravagâncias ou potências demasiado altas.

As sensações a bordo são agradáveis, quer do ponto de vista do funcionamento do veículo, quer do toque nas superfícies – em particular no volante e nos bancos.

Este é um automóvel muito seguro, que nunca deixa o condutor desapoiado nas situações que podem ser mais complicadas.

 

ESPECIFICAÇÕES TECNICAS

 

MINI Cooper 1.5 C 5 portas

MOTOR

Posição
Frontal, transversal

Arquitetura
3 cilindros em linha

Alimentação
Inj. indireta, 1 turbocompressor, intercooler

Capacidade
1499 cm3

Potência
156 cv às 4900-6500 rpm

Binário
230 Nm às 1500-4600 rpm

TRANSMISSÃO

Tração
Dianteira

Caixa de velocidades
Caixa automática (dupla embraiagem) de 7 vel.

CHASSIS

Suspensão
FR: Eixo com suporte articulado de um único ponto; TR: Multi-link

Travões
FR: Discos ventilados; TR: Discos ventilados

Direção
Assistência eletrónica com função Servotronic

DIMENSÕES E CAPACIDADES

Comp. x Larg. x Alt.
4036 mm x 1744 mm x 1464 mm

Distância entre eixos
2567 mm

Capacidade da mala
275 l (expansível até 925 l)

Capacidade do depósito
44 l

Rodas
FR: 245/35 R19 (6,5jx16”); TR:  195/55 R16 (7jx17”)

Peso
1269 kg (1148 kg a seco)

PRESTAÇÕES E CONSUMOS

Velocidade máxima
225 km/h

0-100 km/h
8s

Consumo misto
6,0 – 6,6 l/100 km

Emissões CO2
136 – 149 g/km

9

0-10

ANÁLISE

 

Um carro divertido de conduzir, que imerge o condutor e ocupantes numa experiência de um automóvel moderno, mas com o toque clássico que um MINI pressupõe.

Interior que combina a modernidade com uma ‘energia’ clássica
Agilidade
Divertido e fácil de conduzir, com um pacote eficaz de ajudas à condução

Falta uma versão de caixa manual
Algumas partes do interior demasiado ásperas ao toque
Poderia ter mais controlos analógicos

 

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