A Lotus está prestes a despedir 550 funcionários no Reino Unido. A icónica marca de carros desportivos fundada por Colin Chapman é atualmente propriedade da chinesa Geely.
Segundo a BBC, fonte da empresa esclareceu que o corte de empregos surge na sequência de “uma revisão dos objetivos de negócio da Lotus Cars, em linha com as atuais condições de mercado“.
Em comunicado citado pela Reuters, o fabricante esclarece que a reestruturação é um passo necessário para “garantir um futuro sustentável para a empresa no atual ambiente automóvel em rápida evolução”.
Para além do corte de empregos, equaciona-se também repensar o modelo de negócios, como por exemplo através da aposta no fabrico terceirizado – depois da fraca procura dos seus modelos eletrificados lançados desde que a Geely assumiu o controlo.
Em todo o caso, também é assegurado o “total compromisso” com o Reino Unido e com a sua sede em Norfolk, que “permanecerá a casa dos carros desportivos, automobilismo e operações de consultoria em engenharia da Lotus”.
Compromisso este que a Lotus tinha reiterado em junho, negando o fecho de fábricas automóveis e o deslocar da produção. Na altura, o construtor reagiu a rumores sobre o possível encerramento da fábrica de Norfolk, numa altura em que estaria a lidar com dificuldades para pagar a fornecedores.
Nova liderança chinesa
No início de agosto, surgiram rumores no Financial Times sobre a saída de Matt Windle do cargo de diretor-executivo da Lotus Europe. Segundo a Autocar, a chinesa Mao Jingbo assumiria as funções de supervisão das operações globais do fabricante, incluindo o Reino Unido.
Mao Jingbo juntou-se à Lotus em 2022 como presidente para a China, antes de passar pela lincoln
Pior cenário possível foi evitado
Já existiram reações políticas a estes cortes de empregos na Lotus. O parlamentar Ben Goldsborough afirmou, citado pela BBC: “O pior cenário possível foi evitado, que é um fecho total e completo da Lotus UK”.
O membro do parlamento acredita que os funcionários irão encontrar novos empregos, mas admitiu que “é um murro no estômago para todas as pessoas que souberam da notícia”.
Quebra de vendas e receitas
Este ano, a Lotus reportou a venda de apenas 1.410 viaturas no segundo trimestre, uma quebra de 49 por cento face ao mesmo período de 2024. As receitas caíram 44 por cento para 126 milhões de dólares, mas também diminuiu o prejuízo líquido (em 36 por cento).
Na primeira metade de 2025, a empresa vendeu 2.813 exemplares, menos 43 por cento por comparação com o período homólogo.
O mercado chinês foi vital para os números (com 1.403 vendas), num ano que já ficou marcado pela atualização do SUV Eletre e pelo impacto negativo das tarifas nas entregas de carros desportivos na América do Norte.
Em termos financeiros, a Lotus teve 218 milhões de dólares em receitas de janeiro a junho (menos 45 por cento do que em 2024), com um prejuízo líquido a quebrar 32 por cento para os 313 milhões de dólares.
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