Desde 2017 que a Tesla não tinha uma quota de mercado tão baixa nos Estados Unidos da América. Como é sabido, o fabricante liderado por Elon Musk tem vindo a sofrer quebras de vendas em vários países.
Segundo a agência Reuters, que cita dados da Cox Automotive, em agosto a Tesla teve 38 por cento das vendas de carros elétricos nos EUA – foi a primeira vez que não chegou aos 40 por cento desde outubro de 2017. Isto depois de vários anos consistente acima dos 50 por cento, chegando a rondar os 80 por cento.
No fim de setembro, terminam os incentivos à aquisição de carros elétricos nos Estados Unidos, numa medida anunciada este verão pelo presidente Donald Trump que devia favorecer os números no curto prazo de modo a aproveitar enquanto existem os benefícios. Por outro lado, há concorrência crescente e o facto de a Tesla estar a direcionar a sua energia para a robótica – incluindo serviços de robotáxi.
Stephanie Valdez Streaty, da Cox, assinalou em declarações à Reuters: “Sei que eles se estão a posicionar como empresa de robótica, inteligência artificial. Mas quando és uma empresa automóvel, quando não tens novos produtos, a tua participação começará a cair“.
A verdade é que, neste momento, a indústria automóvel continua a ser a atividade mais importante e lucrativa do portfólio da Tesla – que, recentemente, atualizou o seu Model Y. No entanto, desde o Cybertruck em 2023 não tem um modelo 100 por cento novo.
Para além de todos os fatores relativos à atividade da Tesla e ao setor automóvel, há também o seu líder Elon Musk – em particular com a sua incursão pela política que incluiu uma curta, mas muito polémica, passagem pela Administração Trump.
Espera-se que o terceiro trimestre deste ano registe um recorde de comercialização de carros elétricos nos EUA, antecipando uma queda forte no último trimestre do ano com o fim dos incentivos após 30 de setembro.
Tesla em queda globalmente (incluindo em Portugal)
Não só nos EUA a Tesla está a assistir a uma quebra de vendas, rondando os dez por cento de descida globalmente.
Em Portugal, a marca liderou as matrículas de carros elétricos nos oito primeiros meses do ano (4.605), mas não escapou a uma descida de 25,7 por cento face ao mesmo período de 2024.
Ao mesmo tempo, as suas principais adversárias estão a crescer. A Tesla assistiu a uma subida nas vendas em Portugal em agosto, mas só foi suficiente para ocupar a terceira posição atrás da BYD e da BMW.
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