Há mais uma candidatura à presidência da FIA: é de Laura Villars, piloto de 28 anos que avança contra o atual presidente Mohammed Ben Sulayem e o antigo comissário Tim Mayer nas eleições marcadas para 12 de dezembro.
É a primeira mulher a fazê-lo na história, antes de um ato eleitoral em que se chegou a especular que Susie Wolff poderia candidatar-se.
O anúncio surgiu esta quinta-feira, com a suíça a publicar nas redes sociais: “Estou contente por partilhar a minha candidatura à presidência da FIA, como a primeira mulher na história“.
Num comunicado veiculado pela PR Newswire, Laura Villars revelou o seu ideal para a entidade máxima do desporto automóvel mundial: “A FIA tem de ser, outra vez, a federação dos clubes e dos portadores de licença. A minha ambição é uma governação que seja mais democrática, mais transparente, mais responsável e aberta às mulheres e novas gerações. Acredito firmemente que o desporto motorizado precisa de diversidade e inovação para continuar a inspirar gerações mais novas em todo o mundo”.
Na mesma nota, foi anunciada a agenda a que Laura Villars se propõe caso seja eleita para liderar a FIA:
Empoderar os clubes através de consultas regulares e governação com base na participação
Transparência reforçada no financiamento e tomada de decisões
Introduzir uma etiqueta ‘FIA Eco-Performance’, que reconheça a liderança de sustentabilidade
Aprimorar o programa ‘Women in Motorsport’ [Mulheres no Desporto Motorizado] (‘Girls on Track’ [Raparigas em Pista], mentoria) e estabelecer uma ‘FIA Young Leaders Academy’ [Academia FIA de Jovens Líderes]
Posicionar a FIA como referência global na mobilidade sustentável e segurança rodoviária
Quem é Laura Villars?
O nome de Laura Villars não diz tanto como os dos outros dois candidatos confirmados, Mohammed Ben Sulayem (que é presidente da FIA desde 2021) e Tim Mayer (antigo comissário na Fórmula 1 e filho do lendário Teddy Mayer).
Com apenas 28 anos (feitos no passado dia 29 de agosto), é uma piloto e empreendedora, que defende a participação das mulheres e jovens no desporto motorizado.
Ao longo da sua carreira, Laura Villars passou por diversos campeonatos, incluindo o Ferrari Challenge Europe e provas de Fórmula 4 na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. Este ano está a competir nos protótipos, na Ligier European Series que acompanha as rondas das European Le Mans Series. Ocupa a 18.ª posição a duas provas do fim.
Eleições após mandato controverso
As eleições para a presidência da FIA serão no dia 12 de dezembro durante a Assembleia-Geral da entidade em Tasquente (Uzbequistão). Já há três candidatos confirmados: Mohammed Ben Sulayem, Tim Mayer e, agora, Laura Villars.
O mandato que Ben Sulayem iniciou em 2021 tem ficado marcado por controvérsias várias pela sua forma de liderar a entidade federativa – o que levou vários responsáveis de topo a demitirem-se ou a serem demitidos na sequência de se mostrarem preocupados com o rumo levado pelo árabe.
Também chegou a ser investigado por alegadamente tentar interferir nos resultados do GP da Arábia Saudita de Fórmula 1 e, mais recentemente, enfrentou fortes críticas pelas punições a pilotos devido a linguagem considerada imprópria em conferências de imprensa e ocasiões públicas – não só na F1, mas também noutras disciplinas como o Mundial de Ralis (WRC).
Mobilidade e desporto motorizado
Embora a FIA seja mais conhecida por reger os grandes campeonatos de automobilismo ao nível mundial, é uma entidade multifacetada no mundo automóvel que vai bem mais além do âmbito desportivo.
No seu site, a organização assume que, no campo da mobilidade pugna “por garantir a mobilidade segura, sustentável e acessível a todos os utilizadores das estradas”.
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