Conduzir pode ter um impacto prejudicial na saúde mental. O stress afeta a grande maioria dos condutores portugueses, revela um inquérito agora divulgado. Mais de 68 por cento dos automobilistas revelaram-se afetados.
Um trabalho da EasyPark e conclui que 68,3 por cento dos inquiridos admitiu sofrer de stress enquanto conduz. Há dois anos, foram 64,5 por cento. Registaram-se 31,7 por cento de respostas negativas (contra 35,5 por cento há dois anos).
A prevalência é maior nas mulheres (que registaram mais de 75 por cento das respostas afirmativas, face a 61,5 por cento dos homens) e nas mais jovens (18 aos 24 anos).
Também são afetados, maioritariamente, condutores mais novos (até aos 34 anos de idade) – que acumulam entre 60 e 75 por cento das respostas afirmativas à pergunta “Sofre de stress enquanto conduz?”.
A proximidade dos veículos que circulam atrás é o que mais stress provoca aos condutores portugueses (50,7 por cento). Vem, depois, o estacionamento em paralelo (26,3 por cento), enquanto o ‘pódio’ de causas é fechado pela forma de circular em cruzamentos e rotundas com 21,3 por cento.
Os dados sobre o que leva ao stress durante a condução são relativamente consistentes entre cada faixa etária. E até há quem admita que se sente stressado enquanto é o passageiro do banco da frente – é a quarta causa na população entre os 55 e os 64 anos.
Circulação restrita nas cidades?
Um total de 70 por cento dos participantes neste inquérito admitem que o centro das cidades vão ter restrições ao tráfego e estacionamento no futuro a dez anos. Assim, os níveis de stress poderão continuar altos no curto prazo.
Saúde mental em causa
Jennifer Amador Tavares de Sousa, diretora da Arrive para Portugal e Espanha da Arrive, sublinhou a importância da problemática do stress ao conduzir: “Nos últimos anos, o aumento de veículos em circulação nas cidades trouxe problemas para a mobilidade urbana. Atualmente, esta pressão não se revela apenas em momentos de maior tráfego ou até engarrafamentos, mas tem também um claro impacto na saúde mental dos condutores. […]. O stress ao conduzir é um fator de maior distração e, por vezes, de mais problemas com o trânsito de um modo geral”.
A responsável comentou depois as causas encontradas: “Por exemplo, a proximidade do condutor que se encontra a circular atrás dos nossos inquiridos está relacionada com o aumento de viaturas a circular nas vias. Diretamente, não nos é possível reduzir este nível de stress a cada condutor, mas sabemos que tornar as cidades mais habitáveis passa por encontrar alternativas aos problemas de mobilidade, entre eles o tempo que se passa ao volante para, por exemplo, estacionar. Estamos comprometidos em ajudar os municípios a resolver os seus problemas de mobilidade para, assim, contribuir para que estes dados de stress se reduzam a curto e longo prazo”.
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