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Fabricantes automóveis chineses já investem mais no estrangeiro


Os fabricantes automóveis chineses estão a apostar cada vez mais noutros países, o que se refletiu num investimento maior no estrangeiro do que na China em 2024. Foi a primeira vez que aconteceu.

 

É o que mostram dados do Rhodium Group, citados pela agência Reuters. O investimento direto no estrangeiro dos construtores chineses na cadeia de valor de veículos elétricos mais do que triplicou para 30,4 mil milhões de dólares entre 2022 e 2024, face ao período 2018-2021.

Em sentido oposto, o investimento dentro da China caiu de 94 mil milhões de dólares em 2022 para 15 mil milhões de dólares no ano passado – uma quebra acentuada superior a 80 por cento.

O relatório fala de uma “reorientação histórica de capital enquanto as empresas procuram rentabilidade fora de um mercado doméstico que enfrenta uma involução” – isto tendo em conta que, em 2024, o investimento dos fabricantes da China em veículos elétricos foi pela primeira vez maior no estrangeiro do que dentro do próprio país.

Os mercados chave para os construtores chineses

Marcas como a BYD estão a ‘inundar’ a Europa – no seu caso, está até a construir uma nova fábrica, conseguindo assim mitigar o impacto das tarifas de importação para a União Europeia. Mas os mercados em que os chineses mais apostam não se encontram no mundo ocidental – tendo em conta as tarifas impostas pela UE, assim como pelos Estados Unidos da América, México e outros países. Assim, as empresas têm investido, sobretudo em África, Ásia e também no Médio Oriente.

Guerra de preços interna

O mercado doméstico chinês de veículos elétricos adquiriu uma dinâmica nos últimos anos que o tornou adverso, com uma forte guerra de preços e produção acima da procura a dificultarem a obtenção de lucros.

A prioridade dada a metas de produção leva a um investimento excessivo face ao que o mercado procura – o que leva a uma forte desvalorização quando é definido o preço dos automóveis. Segundo a Reuters, muitos dos fabricantes e concessionários automóveis da China não conseguem lucros.

O governo chinês está consciente dos perigos da guerra de preços no setor automóvel, tendo apelado em julho para que parasse aquilo que define como “concorrência irracional”. Segundo a agência de notícias estatal da China, Xinhua, foi apresentado a meio de setembro um plano de dois anos por forma a estabilizar o crescimento do setor automóvel naquele país. A iniciativa prevê avaliação e monitorização de preços e a promoção da inovação e consumo interno

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