A próxima época do Mundial de Fórmula E fica marcada pela estreia da Citroën Racing. A equipa, que ocupa o lugar da Maserati MSG, revelou agora a sua decoração – quando falta cerca de uma semana para o arranque dos testes em Valência (Espanha), a 27 de outubro. A primeira ronda será só a 6 de dezembro em São Paulo (Brasil).
Segundo a marca, esta pintura foi desenvolvida pelo seu centro de design, sendo descrita como “um degradê de cores que se prolonga como uma aceleração”. As três cores representam, também, “três promessas: paixão, tecnologia, orgulho”, para além de homenagearem França.
Dois pilotos com provas dadas
Os pilotos vão ser o bicampeão Jean-Eric Vergne e Nick Cassidy, que já conta com 11 vitórias no campeonato de monolugares totalmente elétricos. Já Cyril Blais é o diretor de equipa, transitando da Maserati no mesmo cargo.
A base do carro é comum a todas as equipas – o GEN3 Evo, com chassis da Spark Racing Technology e bateria de 47 kWh fornecida pela Williams Advanced Engineering. O conjunto motopropulsor elétrico, com até 470 cv de potência, foi desenvolvido pela Stellantis Motorsport em Satory – tal como os inversores, sistemas de regeneração de energia, gestão térmica e de energia e software de controlo de potência.
O diretor-executivo da Citroën, Xavier Chardon, falou desta entrada na Fórmula E: “Chegamos com a mesma cultura de vitórias que permitiu à Citroën impor-se sempre que abordou um novo campeonato, seja nos ‘rally raid’, no WRC ou no WTCC. O automobilismo é uma área que há mais de 60 anos tem moldado a história e a lenda da Citroën. É o que faz bater os corações da paixão pelo desporto automóvel”.
O dirigente falou também da forma como a Citroën encara a Fórmula E: “Ao ingressarmos numa competição 100% elétrica, responsável e empenhada, partilhamos valores fortes e voltados para o futuro. Uma aventura elétrica, inovadora e repleta de paixão, que incorpora a nossa visão para a mobilidade do futuro. É um formato de competição no coração das cidades, que permite alcançar um público jovem e conectado. Oferece uma formidável fonte de inspiração tecnológica e uma vitrine internacional para a marca. Por fim, este monolugar ostenta uma pintura tricolor, que demonstra o orgulho de representar o ‘savoir-faire’ francês nos circuitos”.
Da parte da Stellantis Motorsport – que também terá em ação a DS Penske – o diretor Jean-Marc Finot referiu: “Fazemos muito mais do que conceber um monolugar: revivemos a paixão Citroën num dos campeonatos mais visionários do mundo. Com quase onze anos de experiência na Fórmula E, são várias dezenas de engenheiros e técnicos que colocam diariamente a sua exigência, o seu conhecimento das corridas e o seu entusiasmo ao serviço da marca. Essa experiência, adquirida ao longo dessas temporadas, permite-nos hoje dominar os equilíbrios essenciais entre a gestão da potência, os rendimentos de ponta da tecnologia e a fiabilidade, que continua a ser uma base incontornável”.
Estreia nos monolugares ao mais alto nível
Apesar de ter um longo historial de sucesso no desporto motorizado, a Citroën nunca antes se envolveu em grandes campeonatos de monolugares.
Com seis décadas de história em competição, conta com um palmarés que inclui êxitos nos rally-raid (incluindo quatro vitórias no Dakar), nove títulos mundiais consecutivos no Mundial de Ralis com Sébastien Loeb ao leme e três títulos de pilotos e construtores no extinto Mundial de Carros de Turismo (WTCC).
Quanto aos monolugares, a Citroën nunca se envolveu nos maiores palcos. No entanto, o concessionário Maurice Émile Pezous criou o Citroën MEP – um monolugar de formação com componentes do Ami 6 e do GS.
Assumia-se como uma plataforma de transição de jovens pilotos para o desporto automóvel, que teve várias evoluções entre 1965 e o fim dessa década. Competiu na Fórmula Azul e contou com o apoio não só do fabricante, como também da Federação Francesa do Desporto Automóvel (FFSA).
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