A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirmou, em comunicado, estar “atenta” e “preocupada” com uma possível “paralisação” da produção no Brasil.
Um cenário que pode concretizar-se “em questão de semanas”, avisou a associação.
Segundo a Anfavea, a nova crise dos chips intensificou-se este mês, depois do Governo dos Países Baixos ter assumido o controlo da fabricante Nexperia, um gigante dos semicondutores que opera como subsidiária de um grupo chinês.
Face a essa decisão, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrónicos, “o que já afeta a produção em algumas fábricas da Europa e ameaça paralisar as montadoras no Brasil”, de acordo com a Anfavea.
A associação patronal advertiu que o cenário atual é semelhante ao vivido durante a pandemia da covid-19, quando o fornecimento destes componentes também ficou em risco.
Neste contexto, a Anfavea afirmou ter solicitado ao Governo brasileiro que adote medidas “rápidas” e “decisivas” para evitar o “desabastecimento de semicondutores no país”.
“A urgência é evidente e a mobilização torna-se necessária para evitar um colapso na indústria”, declarou o presidente da Anfavea, Igor Calvet, citado em comunicado.
O setor automóvel brasileiro atravessa uma recuperação robusta.
Segundo os dados mais recentes, o Brasil, oitavo maior fabricante de veículos do mundo, produziu 1,99 milhões de unidades entre janeiro e setembro deste ano, um aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2024.
Ainda assim, a Anfavea sublinhou que a nova crise dos semicondutores, aliada às elevadas taxas de juro oficiais no Brasil (15% ao ano) e à desaceleração da procura, coloca em risco os 1,3 milhões de empregos que compõem a cadeia produtiva nacional.
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