O BYD Racco é um ‘kei car’ e a nova proposta do fabricante chinês para crescer no Japão. A estreia aconteceu esta quarta-feira (29 de outubro) no Japan Mobility Show em Tóquio diante de vários construtores do país especialistas neste tipo de automóveis.
Os ‘kei car’, cujo nome vem do Japonês para ‘veículo leve’, têm dimensões reduzidas e motores com desempenhos restritos – o que permite que o preço seja mais baixo. Estão, igualmente, associados a custos mais baixos em termos de seguros e impostos.
Os construtores japoneses são especialistas neste segmento, no qual a BYD ambiciona agora desafiá-los – e dentro do próprio país. Uma intromissão estrangeira rara no mercado dos ‘kei car’ e no setor automóvel no geral, já que os fabricantes estrangeiros tiveram uma quota de mercado de apenas seis por cento no Japão em 2024.
As linhas do BYD Racco são quadradas e, segundo o InsideEVs, possui quatro portas deslizantes que facilitam o acesso ao interior. As jantes são de 14 polegadas. Não são conhecidas especificações técnicas, mas sabe-se que a potência não poderá exceder os 63 cv por motivos legais.
É totalmente elétrico, sendo expectável que tenha uma bateria de 20 kWh com autonomia de até 180 km (ciclo WLTP). Esta é uma aposta da BYD para crescer no mercado nipónico, onde só vendeu 6.600 unidades desde que lá começou a operar há quase três anos.
O automóvel chinês terá como referência no Japão o Nissan Sakura – o ‘kei car’ elétrico que tem vindo a liderar as vendas naquele país. O modelo nipónico custa o equivalente a mais de 14 mil euros.
Governo japonês atento
E, apesar da fraca expressão da BYD e dos fabricantes chineses neste momento, o governo do Japão está atento à potencial ameaça vinda da China, segundo Eisuke Mori.
O líder da frente parlamentar automóvel do Partido Liberal Democrata, disse à agência Reuters: “A indústria automóvel japonesa é uma das indústrias nucleares do país e é altamente competitiva. Mas no que toca aos elétricos, os fabricantes automóveis chineses têm crescido globalmente, e nós temos uma forte sensação de crise nisso”.
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