O grupo Volkswagen, que também possui outras marcas, como Porsche, Audi, Skoda ou Seat, sofreu no terceiro trimestre prejuízos de 482 milhões de euros, em comparação com o lucro de 1.193 milhões de euros no mesmo período do ano anterior.
A empresa manteve a faturação, nos primeiros nove meses do ano, nos 238.669 milhões de euros (+0,6% em relação ao ano anterior), após aumentar as vendas em 1,8% (para 6,581 milhões de veículos).
As vendas subiram na América do Sul (+13 %), Europa Ocidental (+4 %) e Europa Central e Oriental (+11 %), crescimento que compensou a queda na China (-2 %) e na América do Norte (-11 %).
O lucro operacional caiu 57,8%, para 5.408 milhões de euros, o que reflete uma rentabilidade operacional sobre as vendas de 2,3% (5,4% no ano anterior) devido aos custos das tarifas impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
O responsável financeiro do grupo Volkswagen, Arno Antlitz, afirmou terem tido custos adicionais de 7.500 milhões de euros devido ao aumento das tarifas dos EUA e à mudança de estratégia do fabricante de carros desportivos Porsche, que quer manter a produção de modelos com motor de combustão.
Especificamente, 4.700 milhões de euros correspondem ao ajuste da estratégia de produto da Porsche.
Antlitz acrescentou que, sem estes encargos com as tarifas e a Porsche, a rentabilidade operacional seria de 5,4%, “um número respeitável no atual ambiente económico”.
A carteira de encomendas na Europa Ocidental aumentou 17% e a de carros elétricos disparou 64%.
A posição de liquidez da divisão automóvel manteve-se sólida, com mais de 31.000 milhões de euros.
Os resultados da Volkswagen, que procura fornecedores de chips devido aos problemas da Nexperia, foram prejudicados pela queda nas vendas das suas marcas de gama alta e pela redução nos lucros da Porsche devido aos custos de manutenção dos modelos com motor de combustão.
A marca VW e a checa Skoda melhoraram o resultado operacional, mas a Seat e a Cupra, as marcas de gama alta como a Audi e a Porsche, reduziram-no.
A Seat e a Cupra obtiveram até setembro um lucro operacional de 16 milhões de euros, uma queda de 96,1% face ao ano.
O grupo Volkswagen, que até 2030 vai cortar 35.000 postos de trabalho na Alemanha, quase um quarto dos 130.000 funcionários que tem no país, prevê manter as vendas em 2025 ao nível de 2024.
Além disso, prevê para este exercício uma rentabilidade operacional sobre as vendas entre 2 e 3%.
A Volkswagen especifica que estas previsões assumem que terá uma “disponibilidade adequada de semicondutores”, pelo que poderão variar se tiver problemas de abastecimento de ‘chips’.
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