A Toyota não enfrenta, para já, problemas de fornecimento de ‘chips’ devido à crise desencadeada pelo caso Nexperia. A situação está a preocupar vários construtores automóveis, devido à escassez destes componentes essenciais para o fabrico.
Citado pela agência Reuters à margem do Japan Mobility Show, o diretor-executivo da Toyota, Koji Sato, afirmou: “Penso que há algum risco, mas não é enfrentássemos escassez amanhã“.
O dirigente não exclui a possibilidade de a Toyota ser afetada, mas afasta um cenário de exposição repentina a uma grande quebra de fornecimento.
Depois dos acontecimentos da pandemia da Covid-19, os construtores automóveis nipónicos têm vindo a trabalhar na padronização de ‘chips’ de gerações anteriores por forma a mitigar impactos de cenários de escassez.
Receio de pausas de produção
Na Alemanha, uma fornecedora importante de construtores como os grupos BMW e Volkswagen está a reduzir a produção devido à escassez de semicondutores, noticia a Bloomberg.
A Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) já veio expressar a sua preocupação com a possível “iminente interrupção da produção” automóvel no continente devido às dificuldades de fornecimento de ‘chips’.
Em Portugal, a Volkswagen Autoeuropa poderá manter a produção, pelo menos, até ao fim da próxima semana, enquanto implementou um grupo de trabalho dedicado a encontrar soluções – segundo o diretor-geral, Thomas Hegel Gunther, disse à Lusa.
Na Stellantis, o diretor-executivo Antonio Filosa assegurou, citado pela Reuters, que estão a ser implementadas “ações e projetos” diariamente, com a situação atentamente vigiada.
O que desencadeou a crise?
Em setembro, o governo dos Países Baixos decidiu tomar o controlo temporário da Nexperia, propriedade da chinesa Wingtech. Esta semana, segundo a Reuters que cita quatro fontes, a medida foi tomada devido a receios de que o diretor-executivo deposto, Zhang Xuezheng, estava a preparar o desmantelamento das operações europeias, transferindo a produção para a ‘casa mãe’ na China. Esses planos previam o despedimento de 40 por cento dos funcionários na Europa e o encerramento de uma delegação de pesquisa e desenvolvimento na Alemanha.
Como resposta, a China decidiu proibir a exportação de materiais da Nexperia China e respetivas subcontratantes. A Wingtech exige que o diretor-executivo despedido seja readmitido, como ponto de partida de um acordo.
O presidente do conselho de administração da Mercedes-Benz, Ola Källenius, e o diretor financeiro da Volkswagen, Arno Antlitz, defenderam que a solução para o impasse é política.
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