Com uma aposta sólida em carros elétricos – são disso exemplo os recentemente lançados 4 E-Tech e 5 E-Tech – a Renault é um dos fabricantes que está na linha da frente no campo da mobilidade elétrica. Mas, perante uma adoção mais lenta do que o esperado, poderá recuar parcialmente nos seus planos.
Segundo o jornal Les Echos, pelo menos dois modelos que agora são 100 por cento elétricos poderão vir a ter novamente motores de combustão. A medida poderá constar do plano estratégico que será apresentado em março do próximo ano.
Nem todos os automóveis elétricos deverão ser abrangidos – sendo apontado os do segmento C (Mégane e Scénic). Atualmente só há variantes elétricas de ambos. Têm dimensões maiores e, por isso, é mais fácil adaptar a plataforma.
Por outro lado, dotar o Mégane de uma forma de motor a combustão poderá ajudar a preencher um espaço atualmente vazio na gama: não há berlinas a combustão do segmento C. Há, igualmente, a questão das vendas abaixo do desejado de ambos os modelos.
Há cerca de um ano que a Renault tem vindo a trabalhar numa nova plataforma para automóveis elétricos do segmento C, admitindo agora que permitam mais do que um tipo de motorização.
O jornal Les Echos escreve que ainda decorre o debate sobre que tipo de tecnologia incluir. Uma das opções em cima da mesa serão os extensores de autonomia (EREV) – em que o motor de combustão serve, essencialmente, de gerador.
Horse C15
De facto, a Horse – parceria entre a Renault e a Geely – está a desenvolver o Horse C15. É um sistema híbrido que pode encaixar-se num compartimento frontal de um automóvel elétrico requerendo uma adaptação mínima da plataforma. A montagem pode ser horizontal ou vertical.
Permite estender a autonomia quer de carros com tração integral, quer de modelos de tração dianteira. A chegada ao mercado está prevista para 2027, num conjunto que tem um motor 1,5 litros de quatro cilindros, gerador, escape, e unidade de arrefecimento.
Com um equipamento deste tipo, as autonomias destes Renault do segmento C poderia chegar a algo entre os 800 e os 900 km.
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