O segmento C é, atualmente, o que melhor desempenho tem no mercado automóvel europeu. Ciente disso, a Dacia quer diversificar a sua oferta, depois de ter começado a desbravar caminho com o SUV Bigster.
Em declarações à publicação britânica Autocar, a diretora-executiva da marca, Katrin Adt, recordou que a Dacia tem o segmento B como “principal território”, enquanto há um balanço positivo na entrada no segmento C com o Bigster.
Porém, a futura proposta da Dacia no segmento C não será similar ao SUV, garantiu a dirigente: “É preciso ter em atenção que todos os carros têm o seu próprio lugar no segmento, o seu próprio propósito, e podem ter a certeza que esta será uma oferta totalmente diferente para o cliente do que o Bigster“.
De referir que a Dacia pertence ao Grupo Renault, cuja marca que lhe dá o nome encetou a sua ofensiva no segmento em 2021. Já a identidade romena lançou-se este ano com um C-SUV, o Bigster lançado em janeiro passado.
Levent Timur, vice-presidente do grupo para previsão de vendas e gestão de receitas, tinha dito num comunicado lançado em julho: “Os carros compactos do segmento C compõem a maior categoria no mercado em termos de volume, na Europa e em todo o mundo. Esta tendência deverá continuar ao longo dos próximos anos com a chegada de novos modelos. Pretendemos manter o forte ímpeto criado pela ‘Renaulution’ neste segmento e dar continuidade nos próximos anos como parte da ofensiva das três marcas do Grupo Renault“.
Mas o segmento C não são só modelos SUV, e o diretor de desempenho de produto da Dacia, Patrice Lévy-Bencheton, frisou isso mesmo: “Há também uma quota significativa do segmento que é para pessoas ‘não SUV’, que estão ainda à procura de uma posição de condução mais baixa, de um produto mais eficiente que seja menos ‘ostentoso’. Para alguns, um SUV é um bocado ostentoso”.
O diretor de vendas e marketing, Frank Marotte, explicou as pretensões da Dacia para o segmento C: “O que queremos fazer é o que fizemos no B ou no B ‘plus’. Identificámos isso particularmente com o C-SUV. Mas mesmo o C-hatch é provavelmente um segmento em que os preços subiram mais nos últimos cinco anos”.
O que esperar do segundo Dacia do segmento C?
A ideia com a carrinha será ter um veículo sem equipamento considerado como não essencial, de modo a conseguir preços competitivos – tal como já acontece com o Bigster. Dessa forma, o futuro Dacia deverá ter preços a partir de cerca de 22.800 euros, escreve a Autocar.
A base será a plataforma CMF-B do Grupo Renault, antevendo-se características técnicas similares à do Bigster – incluindo motorizações ‘mild hybrid’ e híbridas. E o modelo não irá fugir às características da Dacia, que pretende ter automóveis robustos com suspensão elevada e revestimento da carroçaria.
Também segundo a Autocar, a ‘fuga’ de uma fotografia revelou um aparente protótipo em fase avançada de desenvolvimento, que deixa antever um automóvel idêntico ao Sandero – mas maior em comprimento e altura.
Para além do Octavia, a Dacia encontrará rivais como o Toyota Corolla ou o Volkswagen Golf – que tem vindo a ser um dos modelos mais vendidos no geral e é o mais vendido do segmento C.
Leia Também: Dacia Jogger e Sandero Stepway ‘de cara lavada’. Saiba o que muda
