A atravessar um período difícil do ponto de vista financeiro, a Nissan Motor chegou esta quinta-feira (6 de novembro) a acordo para a venda da sua sede em Yokohama, no Japão.
De acordo com a Bloomberg, a transação é por 97 mil milhões de ienes, o que equivale a cerca de 547 milhões de euros à taxa de câmbio atual.
A compradora é a MJI Godo Kaisha, patrocinada pelo fabricante de peças automóveis Minth Group, de Taiwan, sendo o negócio gerido pela KJR Management a par da Mizuho Real Estate Management.
Apesar da venda, o fabricante vai poder continuar a usufruir do edifício, graças a um contrato de arrendamento pelo período de 20 anos assinado com o Mizho Trust & Banking.
Com este negócio, a Nissan espera ter receitas extraordinárias de 73,9 mil milhões de ienes (cerca de 417 milhões de euros) no fim deste ano fiscal em março de 2026 – escreve a agência Reuters.
A empresa automóvel esclareceu: “As verbas serão usadas para manter investimentos críticos, permitindo também a modernização dos sistemas internos. Esta mudança reflete uma abordagem disciplinada à eficiência de capital, desbloqueando valor de ativos não essenciais para apoiar a transformação durante os anos desafiadores”.
Foi em 2009 que a Nissan se mudou para o atual edifício sede em Yokohama, depois de ter estado baseada em Ginza durante vários anos.
Nissan em dificuldades
A Nissan tem vindo a atravessar um momento difícil, com prejuízos significativos e fracas prestações de vendas em mercados essenciais como a China e os Estados Unidos da América.
No último ano fiscal, teve prejuízos líquidos superiores a 670 mil milhões de ienes – os maiores desde 1999. Em parte, a gama de automóveis envelhecida justifica este desempenho, demorando a ter veículos eletrificados de última geração para fazer face a uma concorrência cada vez maior.
Na semana passada, anunciou a previsão de prejuízos de 275 mil milhões de ienes (algo como 1,55 mil milhões de euros) no final do atual ano fiscal.
Em abril deste ano, Ivan Espinosa assumiu o cargo de diretor-executivo. Está, atualmente, em marcha um plano de reestruturação (‘Re:Nissan’), que prevê o fecho de sete das 17 fábricas ao nível mundial e o despedimento de 20.000 funcionários até ao ano fiscal de 2027 – que, no Japão, é entre 1 de abril de 2027 e 31 de março de 2028.
O objetivo é conseguir poupar 500 mil milhões de ienes por comparação com o ano fiscal 2024 (1 de abril de 2024/31 de março de 2025) e recuperar a rentabilidade operacional e um fluxo de caixa livre no ano fiscal 2026 (1 de abril de 2026/31 de março de 2027).
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