Nos últimos anos, têm vindo a acumular-se os construtores chineses a entrarem no mercado automóvel europeu. A BYD, em particular, já está entre os líderes na venda de carros elétricos.
Sendo uma concorrência inevitável, o presidente da Renault Espanha, Josep Maria Recasens, considera que se devem impor certas condições aos fabricantes oriundos da China – por forma a que sejam criadas sinergias benéficas para os europeus.
De acordo com o jornal espanhol Cinco Días, o dirigente falou recentemente num evento da La Tribuna de Automoción, onde afirmou: “Não se pode vir para aqui e construir quatro chapas com rodas e bancos com pouco valor acrescentado. O que é preciso fazer é comprometê-las a ensinarem-nos, que venham com produtos com valor acrescentado. Não fizemos assim quando fomos para a China, eles não o devem fazer quando ao virem para a Europa”.
Quando os fabricantes europeus começaram a tentar entrar na China, fizeram-no necessariamente no âmbito de parcerias e colaborações com empresas locais – que, assim, puderam aprender com um dos mercados automóveis mais avançados da altura. O mesmo não acontece com a chegada dos chineses à Europa.
E Josep Maria Recasens frisou: “Abrimos o campo todo e estão a entrar por todos os lados. Há que pôr ordem ao nível europeu. Há uns anos, quando queríamos ir para a China, diziam-nos que entrávamos, mas com certas características“.
De referir que a Renault tem uma joint venture com a Geely centrada no desenvolvimento de motores híbridos e de combustão não só para ambas as marcas, como também para as outras integrantes da aliança da Renault – Mitsubishi e Nissan. No ano passado, foi criada a Horse Powertrain Limited, possuída em 50 por cento por cada uma das empresas.
No ano passado, a União Europeia endureceu as tarifas sobre automóveis elétricos oriundos da China, sendo que a BYD, por exemplo, terá em breve duas fábricas na Europa e está a ponderar uma terceira.
No entanto, Recasens não considera que as tarifas sejam uma medida eficaz: “As tarifas não são mais do que igualar aquilo que não é equitativo para equilibrar a balança”.
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