A Xiaomi entrou no ano passado no mercado de automóveis, tendo para já dois modelos elétricos. E estes impressionam a Ford, como admitiu recentemente o seu diretor-executivo, Jim Farley.
Numa entrevista ao jornal argentino La Nación, o dirigente foi indagado sobre a possibilidade que teve de experimentar o Xiaomi SU7. E não escondeu o seu agrado com a experiência: “Foi fantástica. A Xiaomi impressionou-me muito. Não me estranha que tenham tanto sucesso, são a Apple da China”.
Sobre os carros, Jim Farley destacou a experiência e recursos digitais, desde o reconhecimento automático do telemóvel à inteligência artificial, passando pela aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas três segundos.
O executivo da Ford disse mesmo que o SU7 “parece um Porsche Taycan” e frisou: “É um produto muito bom. Não é perfeito e poderíamos batê-lo nos segmentos em que competimos”.
Jim Farley ainda deixou o alerta: “A Ford perdeu no Japão, a Ford perdeu na Coreia do Sul, então não podemos perder a China. A mensagem para a minha equipa é clara: se o diretor-executivo respeita a concorrência da China, todos na empresa o devem fazer“.
Ford não quer “entregar o futuro a ninguém na China”
Os fabricantes ocidentais estão a passar por momentos complicados, em particular na Europa. Em parte, é devido à expansão dos construtores chineses.
Nesta entrevista ao La Nación, Jim Farley considera que a ambição da China é um grande desafio: “Penso que o maior desafio é a ambição do governo da China e dos seus fabricantes em dominarem a indústria automóvel no geral. Claramente têm uma estratégia nacional para contratar os melhores talentos do setor automóvel de todo o mundo e dominar o setor ao nível global alcançando, primeiro que todos, a transição para veículos elétricos e inteligentes”.
Posto isto, o dirigente deixou bem claro que a Ford quer competir e não cair perante a concorrência: “Na Ford, estamos a preparar-nos para não entregar o nosso futuro a ninguém na China, mas sim para competir com eles e batê-los, temos de ser muito astutos, já que contam com a cooperação do governo e são muito agressivos”.
