Com 14 marcas no seu portfólio, a Stellantis é um dos maiores grupos automóveis do mundo – abrangendo Europa e Estados Unidos da América. Mas algumas poderão vir a ficar de lado.
No entanto, está a passar por um período desafiador, tal como muitas outras empresas do setor automóvel, para além de repensar a sua estratégia.
Mais de uma dezena de marcas
E, de acordo com a agência Reuters, o diretor-executivo Antonio Filosa está a ponderar a viabilidade de longo prazo das 14 marcas. Não é de pôr de parte que algumas sejam descontinuadas, com especial risco para as marcas europeias – até porque algumas cobrem segmentos iguais ou similares.
A Associação de Construtores Automóveis Europeus (ACEA) divulgou que, em outubro, a Stellantis foi o segundo grupo que mais vendeu na Europa (União Europeia, EFTA e Reino Unido), tal como no acumulado dos primeiros dez meses do ano – só atrás do Grupo Volkswagen.
No entanto, os dados revelaram uma queda abrupta face a 2024 de marcas como a DS (de 25,6 por cento em outubro e de 21,2 por cento no total do período analisado) ou a Jeep (de 18,9 por cento em outubro). Também a Lancia/Chrysler sofreram descidas expressivas no total dos primeiros dez meses do ano – 68,3 por cento.
No polo oposto, o grupo Stellantis avançou 4,6 por cento em outubro, mas recuou 4,7 por cento no total do ano até ao fim desse mês – com a Peugeot, a sua marca mais vendida, a quebrar 10,9 por cento no décimo mês do ano.
Por outro lado, a Stellantis também abdica dos objetivos de venda de automóveis elétricos – que o anterior dirigente, Carlos Tavares, queria que representassem 100 por cento na Europa e 50 por cento nos EUA até 2030.
Aposta forte nos EUA
A estratégia adotada pela anterior direção acabou por envolver o sacrifício de modelos como o Cherokee, com bom desempenho no mercado americano. Os preços também subiram, o que deu espaço a adversários, sendo que a quota de mercado reduziu para menos de oito por cento.
Agora, está a redirecionar o seu foco para os EUA. Nos últimos meses, já recuperou modelos populares no país, como o Cherokee, e planeia introduzir outros mais acessíveis. Em outubro, anunciou um investimento recorde de 13 mil milhões de dólares naquele mercado.
Sam Fiorani, da empresa de estudos AutoForecast Solutions, disse à Reuters que, depois das decisões menos boas dos últimos anos, a Stellantis tem de “reconstruir a linha de produtos” nos EUA, incluindo também um modelo abaixo dos 30 mil dólares.
Já Marco Santino, da Oliver Wyman, acredita que recuperar a quota de mercado nos EUA que registava em 2021 (12 por cento) “é um objetivo credível”.
