Sem categoria Pacote Automóvel: Fornecedores preocupados com complexidade das medidas

Pacote Automóvel: Fornecedores preocupados com complexidade das medidas


A Comissão Europeia apresentou esta semana o novo Pacote Automóvel, que vem flexibilizar a transição para automóveis mais limpos. A Associação dos Fornecedores Automóveis Europeus (CLEPA) já reagiu, tendo algumas preocupações.

 

A entidade fala de um “primeiro passo positivo para a neutralidade tecnológica” do setor. Porém, entende que as medidas anunciadas por Bruxelas “são demasiado complexas” e “esperava ver mais da Comissão Europeia”.

Considera, também, que as propostas não resolvem a crise do setor automóvel, não garantem a produção e empregos na Europa e que “preocupações críticas levantadas permanecem sem resolução”.

O secretário-geral da CLEPA, Benjamin Krieger, disse num comunicado publicado no site da entidade: “O pacote reconfirma a ambição climática de longo termo da Europa para o transporte rodoviário mas, com as suas vastas obrigações detalhadas, arrisca criar complexidade, custos adicionais e não conseguir definir o caminho para uma transformação realista“.

O dirigente reconheceu o “forte desejo de acelerar a eletrificação e reforçar a resiliência” refletido nos objetivos para frotas empresariais e das políticas de conteúdo local. Porém, questiona a sua eficácia por não existirem “caminhos claros e tecnologicamente neutros”.

Para Benjamin Krieger, há o risco de restringir oportunidades e, assim, de comprometer “a capacidade da Europa de liderar a corrida global do setor automóvel”.

Os pedidos da CLEPA

A associação dos fornecedores está preocupada com a pressão crescente da concorrência global, pedindo “políticas robustas de conteúdo local para salvaguardar empregos e investimento“. Avisa que podem estar em risco até 650 mil empregos em 2035, pelo que quer que a Europa adote legislação climática ao mesmo tempo que garante salvaguardas para a indústria e que o continente tenha uma posição de liderança na mobilidade sustentável.

A CLEPA quer, igualmente, “um enquadramento neutro tecnologicamente que reconheça totalmente o papel da eletrificação, híbridos e combustíveis renováveis para alcançar a neutralidade climática”.

Por outro lado, elogia os incentivos para a adoção de carros isentos de emissões por parte das empresas. No entanto, acredita que cingir o conteúdo produzido na Europa a viaturas com apoio financeiro público pode reduzir o impacto da medida.

O que está em causa?

O Pacote Automóvel – que ainda terá de passar pelo Parlamento e pelo Conelho Europeu – obriga a uma redução de emissões de gases poluentes de 90 por cento até 2035, com os outros dez por cento compensados através do uso de aço de baixo carbono na construção dos automóveis, ou então de combustíveis ecológicos.

Desta forma, cai aquela que seria uma obrigatoriedade de motorizações elétricas ou movidas a hidrogénio. Abre-se espaço a qualquer tipo de tecnologia, incluindo motores de combustão interna tradicionais e as várias opções híbridas. É, até, prevista uma nova categoria de carros elétricos de pequenas dimensões, que poderão estar associados a vários benefícios para clientes e fabricantes.

Também foi revista em baixa a meta de redução das emissões dos veículos comerciais ligeiros (de 50 para 40 por cento). Para os pesados, haverá mais créditos de emissões até 2030, tal como objetivos obrigatórios definidos por cada Estado-membro no sentido da aquisição de veículos sem emissões ou de baixas emissões por parte das empresas.

As medidas anunciadas também abrangem apoios de 1,8 mil milhões de euros para a cadeia de valor das baterias para elétricos feitas na União Europeia – o Battery Booster. Há, igualmente, supercréditos para os construtores associados a pequenos carros elétricos acessíveis fabricados no espaço comunitário.

UE desiste de proibir motores de combustão a partir de 2035

Já é oficial: a Comissão Europeia descarta a proibição de motores de combustão a partir de 2035. A meta fixa-se na redução de 90 por cento das emissões de gases poluentes.

Notícias ao Minuto com Lusa | 16:37 – 16/12/2025

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