Moto Lés-a-Lés Off Road 2024 – A crónica da 1ª Etapa, de Vila Pouca de Aguiar a Valverde del Fresno

Lés-a-Lés Off Road 2024 – A crónica da 1ª Etapa, de Vila Pouca de Aguiar a Valverde del Fresno


Conforme estava previsto, iniciou-se esta quinta-feira 3 de outubro a grande viagem por caminhos e trilhos raramente ‘navegados’, e que levará centenas de motociclistas a descobrir Portugal de uma perspetiva totalmente diferente. O 9º Portugal de Lés-a-Lés Off Road está na estrada, e a 1ª Etapa de 2024 levou os mototuristas mais aventureiros a viajar de Vila Pouca de Aguiar até ao destino em Valverde del Fresno, já em Espanha.

Nesta que foi a primeira vez que o Lés-a-Lés Off Road saltou fronteira, para visitar a sede de um dos principais patrocinadores do evento, a Motoval, a caravana de motociclistas montados nas suas motos de TT ou trail acordou cedo. Isto porque o caminho a percorrer ainda era longo… e bastante duro!

Com uma madrugada a fazer recordar os últimos dias, chuvosos e tristonhos, a saída de Vila Pouca de Aguiar acabou por revelar um clima muito mais amigável, afastando as nuvens à partida para a 1ª Etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road 2024.

Tempo algo encoberto e fresco que acabaria por atenuar as dificuldades de um percurso bastante técnico e fisicamente exigente. Ao longo de 342 quilómetros, com muitas descidas e outras tantas subidas, algumas bem complicadas, os participantes puderam deliciar-se com uma paisagem de muitos cambiantes.

Das florestas densas da serra de Negrelo às impressionantes minas auríferas escavadas pelos romanos em Tresminas, da espetacular descida ao Tua, com paragem obrigatória no miradouro de Ujo, à riqueza história de Castelo Melhor, Almendra, Almeida ou Sabugal. Momentos, certamente, inesquecíveis e que levaram muitos a descobrir a beleza deste nosso Portugal.

Foi um dia que se antevia muito exigente e que cumpriu todas as expetativas.

Na memória ficarão a descida íngreme até à estação do Tua (onde a BMW Motorrad assegurou o primeiro Oásis do dia) ou a interminável subida, em cascalho solto, à passagem por São João da Pesqueira, logo após a travessia do Douro na barragem da Valeira.

Mas havia mais para diversão de todos os aventureiros que, uma vez mais, aderiram de forma massiva ao desafio lançado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal.

E que, heróis de todos os calibres, passaram com maior ou menor dificuldade, aliviando os braços mais tarde, depois da passagem pela barragem de Catapereiro que represa a ribeira da Teja, em terrenos mais planos até Vila Nova de Foz Coa. Depois, entre vinhas quase todas vindimadas, oliveiras e amendoeiras, foi a caravana, com algum pó, até ao farto Oásis da FMP.

Montado junto à Igreja Matriz de Almendra e com menu para todos os gostos: caldo verde, ovos mexidos, cachorros, bifanas e fruta variada.

Um ‘abastecimento’ que foi uma surpresa para o estreante Gonçalo Amaral que veio na companhia do irmão Salvador, mas sem o pai, Rodrigo Amaral, piloto do Dakar e presença assídua no Lés-a-Lés Off Road.

Uma queda na última corrida do Nacional de Velocidade, no Autódromo Internacional do Algarve, deixou o pluricampeão nacional de todo-o-terreno com um ombro em mau estado. “Foi pena”, lamentava Gonçalo, “porque finalmente vínhamos os três para divertir-nos a fazer algo que gostamos imenso”.

E, apesar de também os petizes serem pilotos de créditos firmados no TT nacional e internacional, “A verdade é que esta é uma oportunidade para fazer quilómetros sem preocupação de tempos, com a calma necessária para aproveitar o passeio e desfrutar as paisagens. Afinal está longe de ser uma corrida”, acrescentou Salvador.

Um dos participantes que gostou do percurso e não escondeu a surpresa/admiração com “A coragem necessária, quase loucura, para passar por certos caminhos com algumas desta maxitrail com bem mais de 200 kg”. Serenos na condução, mesmo se o ritmo era bem animado, reforçaram, uma vez mais, a velha máxima de que ‘filho de peixe sabe nadar…’.

Para avaliar as exigências acrescidas aos condutores dos ‘grandes mamutes’ basta pensar nos exemplos da travessia da serra da Marofa, que, mesmo sem ir ao pico mais elevado (976 metros de altitude) obrigou a subir São Marcos (855 m), Cerejal (854 m) e Serra da Vieira (879 m), ou na passagem pela serra da Malcata.

Já na parte final, a caravana virou para Este rumo a Espanha, mas sem tocar em território da Reserva Natural onde se trabalha para criar as condições para a reimplantação de colónias de Lince Ibérico (Lynx Pardinus).

Felino que conseguiu resistir às ameaças de extinção e deixou de ser uma ‘espécie em perigo’ para ser uma ‘espécie vulnerável’, muito graças à reprodução em cativeiro e aos programas de reintrodução no seu habitat natural. Existem cerca de 2000 linces ibéricos na Península Ibérica dos quais menos de 300 em Portugal, segundos os últimos censos.

Sem que nenhum participante tenha avistado um lince, chegou a caravana a Espanha… quase sem dar por isso.

É que a passagem da fronteira ibérica aconteceu literalmente no meio do monte, sem qualquer placa identificativa ou postos da GNR / Guardia Civil. Apenas a diferença de pisos (sim, é verdade, mesmo em caminhos de terra a diferença foi notória…) e algumas placas de ‘cotos de caza’ chamaram a atenção, como que preparando os aventureiros para desembocar bem no centro de Valverde del Fresno.

Onde os espanhóis da Motoval trataram de receber os mototuristas com uma ‘fiesta’ de arromba, com direito a ruas cortadas ao trânsito, bandas e DJ’s.

Vá lá que a ‘fiesta’ acabou a horas apropriadas, para que todos pudessem descansar para a ligação até ao Alandroal, com 322 quilómetros de mais diversão e desafios através das Beiras e Alentejo, no que será a 2ª Etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off Road.

Galeria de fotos 1ª Etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off Road

Leia também – Lés-a-Lés Off Road: Dia de sensibilização ambiental e verificações técnicas

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